As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) recuam nesta segunda-feira (29) em meio à baixa do petróleo e ao mau humor do mercado. Às 16h, os papéis preferenciais da companhia recuavam 2,3%, a R$ 36,77. No mesmo horário, o preço do contrato futuro do petróleo brent com vencimento para outubro, recuavam 1,69%, a US$ 78,92.
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Além dos preços do petróleo, o mercado brasileiro também passa por um dia turbulento. Por volta das 16h, o Ibovespa recuava 0,52%, a 126.830,01 pontos. Segundo Virgilio Lage, especialista da Valor investimentos, a queda de hoje acontece em meio às correções do mercado após a Bolsa ter subido forte na sexta-feira. “O investidor estrangeiro também está receoso com a reeleição de Nicolás Maduro na Venezuela, trazendo instabilidade para toda a América Latina”, diz Lage.
Já Matheus Nascimento, analista da Levante, comenta que o mercado hoje reflete um nível maior de IPCA visto no Focus, com as projeções de inflação subindo de 4,05% para 4,10% para o fim de 2024. Ele lembra também que o maior ponto de risco está relacionado ao ciclo de juros atual, onde o mercado aguarda a quarta-feira para entender o tom do comunicado do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). “As curvas de juros sobem, precificando algum nível de alta, considerando o prisma fiscal, além desta revisão da expectativa de inflação”, aponta Nascimento.
Petrobras faz oferta por exploração de petróleo na Namíbia
Um terceiro ponto é que a diretora de Exploração e Produção Sylvia dos Anjos afirmou que a Petrobras fez uma oferta não vinculante para comprar uma grande participação em uma descoberta de petróleo offshore (“fora da costa”, o que se refere a uma forma de investir no exterior) na Namíbia, segundo informações do Broadcast.
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Para o Citi, embora a oferta da petroleira possa gerar um “bom fluxo de caixa”, isso poderia impactar negativamente os pagamentos de dividendos da Petrobras a curto prazo.
De acordo com a pesquisa do Citi, o bloco exploratório na Namíbia deve conter 10 bilhões de barris equivalentes de petróleo (boe) e tem um valor estimado em US$ 12 bilhões.
Para os analistas do banco, esse anúncio está alinhado com declarações recentes da empresa, visto que “em 13 de maio de 2024 um dos diretores da gestão da Prates revelou que a empresa estava negociando uma fusão ou aquisição (M&A) na Namíbia”, eles escreveram em relatório.
O banco reiterou sua recomendação para os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Petrobras como neutra, com preço-alvo em US$ 15, o que representa um potencial de valorização de 3,7% com base no último fechamento. A reportagem do Broadcast também traz a visão da XP Investimentos para a Petrobras (PETR3; PETR4) e o que os analistas estimam para a corretora. Para mais detalhes, veja a reportagem aqui.
*Com informações do Broadcast
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