Últimas notícias

Credores da Americanas (AMER3) aprovam plano de recuperação judicial

Confira o que ficou acordado para o trio de bilionários, que inclui Jorge Paulo Lemann, e bancos, além de outros credores

Credores da Americanas (AMER3) aprovam plano de recuperação judicial
Fachada de loja da Americanas. Foto: PEDRO KIRILOS / Estadão Conteúdo

A Assembleia Geral de Credores (ACG) da Americanas (AMER3) aprovou nesta terça-feira (19) o plano de recuperação judicial apresentado pela companhia em 27 de novembro e costurado por vários meses com bancos, seus maiores credores. A AGC e a votação ocorreram digitalmente e o resultado foi conhecido seis horas depois o início do encontro.

A homologação do plano deve acontecer a partir do dia 8 de janeiro, no retorno do recesso do Judiciário. Credores das classes 1 (trabalhadores) e 4 (micro e pequenas empresas) não tomaram parte da assembleia porque não serão afetados pelas deliberações. Os credores presentes eram classe 3 (quirografários, que não desfruta de privilégios) e o plano foi aprovado com adesão de 91,14% dos presentes (voto por cabeça) e por 97,19% dos créditos.

O trio de acionistas de referência da Americanas – Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira –, pode chegar a uma participação de 49,3% na rede de varejo após a capitalização de R$ 12 bilhões proposta no plano de recuperação judicial da empresa. Atualmente, o trio de acionistas tem fatia de 30,1%.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

Os demais credores da Americanas, incluindo os bancos, como Bradesco (BBDC4), Itaú Unibanco (ITUB4), BTG Pactual (BPAC11) e Santander (BCSA34), passarão a deter 48,2% da empresa, por conta da conversão da dívida em ações da varejista, em montante também de R$ 12 bilhões. Assim, o aumento de capital total será de R$ 24 bilhões, conforme apresentado na tarde da terça-feira pela diretora financeira da Americanas, Camille Faria, que leu um resumo do plano de recuperação judicial.

Dívida

A capitalização deve reduzir a dívida da Americanas a cerca de R$ 1,9 bilhão. No aporte, serão emitidas novas ações da companhia, cada uma a um preço de R$ 1,30, um prêmio de 44% em relação ao preço de fechamento de terça. O valor foi definido por meio de um cálculo que é parte do acordo fechado entre a empresa e os credores para que o plano de recuperação judicial fosse finalmente votado.

Os bancos credores pretendem vender suas ações à frente, a depender do desempenho dos papéis na Bolsa. No plano, há uma vedação (lock-up, no jargão do mercado) de três anos para qualquer venda. Com a aprovação do plano, os bancos podem dar baixa dos débitos da Americanas em seus balanços. A varejista também poderá começar o ano de 2024 com o balanço “limpo”.

A Americanas foi um dos maiores casos de fraude contábil do País, de cerca de R$ 25 bilhões, o que acabou levando a empresa a pedir recuperação judicial e um grande embate jurídico entre a empresa e bancos credores. Na AGC, vários credores apresentaram mais de 300 perguntas respondidas pela diretora financeira da rede.