O Bradesco manifestou publicamente rejeição ao que chamou de narrativas que atribuem aos bancos a responsabilidade sobre eventuais práticas irregulares adotadas por empresas que fazem negócios com o banco. A reação vem após o trio de acionistas de referência da Americanas sinalizar que as instituições credoras da companhia teriam chancelado balanços que mascaravam um rombo contábil de ao menos R$ 20 bilhões.
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“Não compactuamos com alegações que buscam criar narrativas para atribuir aos bancos qualquer responsabilidade sobre as práticas contábeis irregulares da empresa e, assim, desviar a atenção do problema central, ou seja, a falta de consistência dos números das demonstrações financeiras e as responsabilidades dos seus dirigentes sobre tal fato”, afirmou o banco, em nota divulgada na tarde de hoje.
A instituição disse ainda que a governança contábil das empresas é responsabilidade exclusiva de seus administradores, o que inclui o conselho de administração. “O Bradesco cumpre rigorosamente as diretrizes normativas e atua de acordo com as melhores práticas de mercado”, afirmou o banco.
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O Bradesco é, segundo fontes, o banco com o maior volume de empréstimos à Americanas, embora não seja o que está relativamente mais exposto à empresa. No domingo, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, acionistas de referência da Americanas, afirmaram em nota pública que os bancos e as auditorias independentes teriam chancelado os balanços da companhia por meio das chamadas cartas de circularização.
Mais cedo, o Itaú Unibanco divulgou nota de teor semelhante ao Bradesco, refutando a responsabilização dos bancos na verificação dos balanços.
Como mostrou o Broadcast, a manifestação do trio de acionistas, que controlou a Americanas até 2021, causou indignação nos bancos, ao tentar franquear a eles, na visão dos executivos, a culpa por erros da empresa. Fontes do setor têm falado inclusive em retaliar outras companhias associadas aos três investidores.