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Real hoje: como a moeda deve abrir com dólar e caos no Japão no radar?

Os temores de uma recessão nos Estados Unidos preocupam investidores da moeda brasileira

Real hoje: como a moeda deve abrir com dólar e caos no Japão no radar?
Imagem: Adobe Stock

O real hoje deve abrir pressionado ante o dólar por temores de uma recessão nos Estados Unidos, apesar da queda externa da divisa americana ante outras moedas desenvolvidas.

Investidores da moeda brasileira hoje ampliam, nesta segunda-feira (5), o movimento de desmonte de operações de carry trade (mecanismo utilizado para tentar obter lucros com base na diferença entre a taxa de juros de dois países) com divisas emergentes de maiores retornos e buscam proteção no iene japonês, o que tende a afetar a divisa brasileira. O dólar subia 2,65% ante o peso mexicano e 1,53% frente ao rand sul-africano por volta das 8h45.

Na sexta-feira (2), o dólar à vista fechou a R$ 5,7092, em queda de 0,45%, sob influência da aversão a risco em Nova York após os EUA criarem 114 mil vagas em julho, bem menos que o previsto, e a taxa de desemprego subir a 4,3% em julho. O dólar futuro para setembro encerrou a R$ 5,7450, em baixa de 0,46%.

O que afeta o real hoje

Caos no exterior

mau humor de sexta-feira (2) em Wall Street se estende para os ativos nesta segunda-feira, após o payroll mostrar menos criação de vagas de emprego nos Estados Unidos em julho do que o esperado, suscitando temores de uma recessão no país.

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Desta forma, crescem as apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) terá de cortar juros de forma mais agressiva nos próximos meses.

Na Ásia, houve queda generalizada e a Bolsa de Tóquio despencou 12,4%. Os mercados da China continental e de Hong Kong tiveram perdas relativamente menores, após dados mostrarem que o setor de serviços chinês se expandiu em ritmo mais forte em julho e em meio a anúncios de novos estímulos do gigante asiático. Veja mais detalhes nesta matéria.

As bolsas europeias também têm quedas expressivas, com ações do setor bancário aparecendo entre as maiores retrações.

Nos EUA, os papeis da Apple (AAPL34) e da Nvidia (NVDC34) caem entre 8,00% e quase 10%, pela ordem. Além dos temores crescentes de uma queda da economia americana, o recuo das ações reflete a informação de que a Berkshire Hathaway revelou que reduziu sua fatia na Apple em quase 50%. Ainda há relatos de que a Nvidia irá adiar seus chips de inteligência artificial (IA) de próxima geração em pelo menos três meses.

Em Nova York, o futuro do Nasdaq cai mais de 4,00%. Na busca por proteção, os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) cedem bem como o dólar em relação ao euro e ao iene.

Boletim Focus

No mercado interno, as atenções se voltam também para o boletim Focus. A mediana do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) 2024 passou de 4,10% para 4,12%; para IPCA 2025, passa de 3,96% para 3,98%; e para IPCA 2026 continua em 3,60% e, para 2027, em 3,50%.

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A Selic no fim de 2025 passou de 9,50% ao ano para 9,75%, enquanto para o fim de 2024 continua em 10,5% ao ano. Para o dólar no fim de 2024, a mediana permanece em R$ 5,30, mas para o fim de 2025 passou de R$ 5,25 para R$ 5,30.

Commodities

Entre as commodities, o petróleo recuava cerca de 1,5% por volta das 8h30, após cair 3% mais cedo. A commodity ampliou perdas perto de 5% na semana passada, à medida que investidores saem de ativos considerados mais arriscados.

As incertezas geopolíticas no Oriente Médio estão sendo acompanhadas também. Em meio às informações de que Israel se prepara para um possível ataque do Irã nesta segunda-feira, o ministro da Defesa israelense, Yoav Galant, afirmou no domingo (4) que, caso um ataque aconteça, seu país está preparado para se defender. As embaixadas do Brasil e dos EUA no Líbano publicaram comunicados com recomendações para que os brasileiros que estejam no país saiam de lá devido à escalada da tensão geopolítica no Oriente Médio.

O minério de ferro subiu 1,97% em Dalian. Na China, dados mostraram que o setor de serviços chinês se expandiu em ritmo mais forte em julho. Além disso, o governo chinês anunciou medidas para incentivar o consumo de itens básicos e a atividade econômica abrangendo uma ampla gama de indústrias locais, desde eletrodomésticos à fabricação de automóveis. A perspectiva é que seja oferecido um pacote de estímulos para revitalizar o consumo interno em breve, informou o governo em nota oficial divulgada na noite de sábado (3).

Inflação

A taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) dos países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) desacelerou para 5,6% em junho, ante 5,9% em maio, de acordo com relatório divulgado pela OCDE nesta segunda-feira.

No G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo, a taxa anual do CPI recuou de 7,3% em maio para 7% em junho, detalhou a OCDE. Apenas no G7 (grupo dos países mais industrializados do mundo, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido), o CPI anual caiu de 2,9% para 2,7% no mesmo período e deve movimentar o real hoje.

*Com informações do Broadcast

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