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Fitch fala em pressão sobre nota da Braskem (BRKM5) com caso em Maceió

Agência de classificação de risco enumera as consequências do iminente colapso de mina para a petroquímica

Fitch fala em pressão sobre nota da Braskem (BRKM5) com caso em Maceió
Braskem (BRKM5) (Foto: Daniel Teixeira / Estadão)

O iminente colapso de uma mina de sal localizada em Maceió, em Alagoas, pode impactar significativamente os fluxos de caixa da Braskem (BRKM5) e pressionar os seus ratings, alertou a Fitch Ratings na última sexta-feira (1º). No momento, as consequências de um potencial incidente ainda são incertas.

Atualmente, a agência de risco classifica a Braskem com Ratings de Inadimplência do Emissor de Longo Prazo ‘BBB-‘, com perspectiva negativa, e Rating Nacional de Longo Prazo ‘AAA(bra)’, em perspectiva estável.

Para a Fitch, outro evento geológico nas instalações da petroquímica pode aumentar substancialmente o número de novas ações judiciais contra a companhia e impactar sua capacidade de acessar aos mercados de capitais, uma vez que os investidores estão mais restritivos e preocupados com questões ambientais, sociais e governamentais (ESG, na sigla em inglês).

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A Fitch entende que a nova ação, de R$ 1 bilhão contra a Braskem, está em fase inicial e precisa seguir o processo judicial apropriado, que pode levar meses até ser finalizado. “A Fitch monitorará o caso e não considerará o pagamento da ação até a empresa ser oficialmente obrigada a pagar a penalidade”, destaca.

O atual cenário-base da Fitch não pressupõe desembolsos relativos a ações judiciais além dos anunciados para o horizonte avaliado. A projeção considera pagamento de R$ 7,5 bilhões até 2025, R$ 3,0 bilhões dos quais em 2023 e 2024 e R$ 1,5 bilhão em 2025. O fluxo de caixa livre (FCF) deve ficar negativo em R$ 4,5 bilhões em 2023 e R$ 3,5 bilhões em 2024, principalmente devido a acordos firmados com a Justiça.

“Para 2025, esperamos que o FCF se torne positivo em aproximadamente R$ 1 bilhão”, destaca. Em setembro de 2023, a Braskem reportava R$ 18,5 bilhões em caixa e equivalentes, o que seria suficiente para cobrir esses passivos e pagar o serviço de sua dívida até 2027.

Histórico

Em 23 de agosto, a Fitch já havia revisado a perspectiva da Braskem para negativa devido à probabilidade de a alavancagem permanecer elevada, em torno de 12 vezes, por mais tempo (ao menos até 2024) do que o esperado. No período de 12 meses encerrado em setembro, a entre relação dívida e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ficou em 14,0 vezes, ante 5,2 vezes em 2022.

Uma nova ação de rating negativa pode resultar, entre outros fatores, da permanência do índice de cobertura de juros abaixo de 1,0 vez e de FCF negativo na baixa do ciclo, que resulte em maior necessidade de dívida. No período de 12 meses, encerrado em setembro, a cobertura de juros era de 0,8 vez e o FCF estava negativo em R$ 5,2 bilhões, ante 3,2 vezes e R$ 1,5 bilhão positivo no fim de 2022.

A Fitch acredita que Braskem tem capacidade para ajustar sua estratégia de investimentos para preservar o FCF. “Isso pode resultar de redução de investimentos, otimização do capital de giro, venda de ativos não essenciais ou de novas parcerias para aumentar a produtividade”, conclui a agência.

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