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Ibovespa hoje passa dos 136 mil pontos com Focus e falas vindas do BC no radar; veja 4 destaques antes de investir

O rumo dos juros dá o tom no índice da Bolsa; no exterior, petróleo e minério de ferro avançam

Ibovespa hoje passa dos 136 mil pontos com Focus e falas vindas do BC no radar; veja 4 destaques antes de investir
O Ibovespa é o principal índice da B3 (Foto: Daniel Teixeira/Estadão)

O Ibovespa hoje abriu em alta de 0,02%, aos 135.639 pontos nesta segunda-feira (26), mas cerca depois de 1 hora de pregão, o avanço já havia acelerado para 0,65%, o que fez o índice subir para os 136.534 pontos por volta das 11 horas. Os negócios do dia ocorrem sob atenção de falas do diretor de política monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo – principal cotado para indicação à presidência da autarquia em 2025 – e de previsões para a economia que constam no boletim Focus.

Na semana passada, o movimento no principal índice da B3 acompanhou as palestras de Galípolo, que geraram incertezas sobre o rumo da taxa Selic neste ano. O diretor afirmou que a alta de juros está na mesa e que o BC não vai hesitar se for necessário.

Já o relatório Focus do mercado indica que a taxa básica de juros permanecerá em 10,5% ao ano no fim de 2024, projeção usada pela décima semana consecutiva. Em 2025, a mediana se manteve em 10% ao ano, indicando corte de apenas 0,5 ponto porcentual no ano que vem.

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Quanto ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o documento previu um aumento pela sexta semana consecutiva, indo de 4,22% para 4,25%, e se distanciando ainda mais do centro da meta, de 3%. A estimativa intermediária para a inflação de 2025 subiu de 3,91% para 3,93%. Confira detalhes da projeção nesta matéria.

No exterior, um feriado fechará os mercados no Reino Unido, e estão programadas as encomendas de bens duráveis americanos em julho e o lucro industrial na China.

Na sexta-feira (23), em reação ao discurso de Jerome Powell, o Ibovespa fechou em alta moderada de 0,32%, aos 135.608,47 pontos, ainda abaixo da máxima histórica acima dos 136 mil pontos alcançada na última quarta-feira (21). Na semana, o índice da Bolsa teve valorização de 1,24%. Já o dólar à vista fechou abaixo dos R$ 5,50, a R$ 5,4794, mas, na semana passada, acumulou ganho de 0,21% – veja aqui.

Confira os 4 destaques que impactam o Ibovespa hoje

Bolsas internacionais

Os contratos futuros de petróleo e o ouro futuro avançam nesta segunda-feira e o metal volta a se aproximar de recorde histórico, com a busca por segurança gerada por tensões no Oriente Médio, após um final de semana marcado por ataques mútuos entre Israel e o Hezbollah. As agressões mútuas foram interrompidas por enquanto, mas o estado de alerta permanece na região.

A retração dos juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) nesta manhã também apoia as commodities, depois da sinalização do presidente do Fed, Jerome Powell, de que “chegou a hora” de cortar juros – relembre aqui.

Em Jackson Hole, além de Powell, dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) também indicaram que podem voltar a reduzir a taxa básica no mês que vem. A liquidez pode ser afetada na região pelo fechamento dos mercados no Reino Unido por conta de um feriado e, ao longo da semana, serão monitorados dados de inflação na Alemanha e na zona do euro, além de indicadores de confiança.

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As bolsas europeias apresentam sinais divergentes, mas prevalece viés negativo após dado de sentimento empresarial na Alemanha e tensões no Oriente Médio reverterem o bom humor por perspectivas de cortes de juros nos Estados Unidos. O índice Ifo de sentimento das empresas alemãs caiu menos que o esperado em agosto, mas a Bolsa de Frankfurt recua. O indicador é mais um sinal de que a maior economia europeia enfrenta um quadro de “estagnação sem fim”, na visão do ING.

Em Nova York, o apetite por risco diminuiu, e os futuros das Bolsas têm ganhos moderados, enquanto o dólar exibe viés de alta frente seus pares rivais, depois de ceder, na sexta-feira (23), ao seu menor nível ante o euro desde julho de 2023 e ante a libra desde março de 2022.

Commodities

Além dos leves ganhos em Nova York, o avanço de 3,45% do minério de ferro, na China, apoiava a valorização dos American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) no pré-mercado, indicando possível dia positivo para a mineradora.

Também o petróleo avança, assim como os ADRs da Petrobras (PETR3PETR4), em bom prenúncio para as ações nesta segunda-feira.

Mercado brasileiro

Os dados do setor externo serão acompanhados no Índice Bovespa hoje. O mercado prevê déficit de US$ 4,350 bilhões das transações correntes em julho (mediana), após saldo negativo de US$ 4,029 bilhões em junho. E para o Investimento Direto no País (IDP), a mediana indica entrada líquida de US$ 6,000 bilhões em julho, ante saldo positivo de US$ 6,269 bilhões em junho.

É aguardado também o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15, uma prévia do IPCA), na terça-feira (27), para o qual é esperada desaceleração em agosto ante julho e na comparação anual.

Na Bolsa, há expectativas pela escolha do próximo CEO da Vale, que pode ser anunciada em setembro, segundo a CNN Brasil.

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Com a definição da taxa Ptax (taxa de referência para as operações de câmbio no mercado financeiro, calculada durante o dia pelo Banco Central do Brasil) do dólar no fim desta semana, o mercado de câmbio pode ficar mais volátil e de olho em Galípolo, em meio a expectativas de alta da Selic.

Os juros futuros também devem se ajustar à queda dos rendimentos dos Treasuries, em meio à espera do IPCA-15, depois de recuarem na sexta-feira (23), com mais força na ponta longa, mas com ganho de inclinação na semana – veja aqui.

Impostos

As notícias fiscais podem ainda influenciar o humor nos mercados. O aumento de alíquotas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) — tributo cobrado sobre o lucro das empresas — deverá ficar restrito a 2025, segundo apurou o Estadão com integrantes da equipe econômica.

Já a mudança nos Juros Sobre Capital Próprio (JCP) — um tipo de remuneração das companhias aos seus acionistas — ainda está com o prazo em discussão e poderá, inclusive, ser permanente.

Ambos os ajustes serão alvo de um ou mais projetos de lei a serem enviados ao Congresso, juntamente com a Proposta de Lei Orçamentária do próximo ano, conforme informou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O prazo para esse envio é até a próxima sexta-feira (30).

O objetivo das medidas, segundo o governo, é contribuir com o esforço de levantar cerca de R$ 50 bilhões em medidas que ampliem a arrecadação para fechar as contas em 2025 — quando o governo promete manter a meta de déficit fiscal zero, podendo impactar o Ibovespa hoje.

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*Com informações do Broadcast