Os rendimentos dos Treasuries recuaram hoje, em uma sessão que contou com uma série de indicativos de uma desaceleração na atividade da economia americana, assim como da inflação, o que sugere o pico dos juros do atual ciclo de alta de juros do Federal Reserve (Fed). A divulgação do PIB dos EUA e do Livro Bege do Fed apresentaram sinais de desaceleração na atividade, enquanto dirigentes do banco central apontaram que as taxas não deverão voltar a subir.
Leia também
Perto do fechamento das bolsas de Nova York, o juro da T-note de 2 anos cedia a 4,668%, o da T-note de 10 anos tinha queda a 4,272% e do T-bond caía a 4,448%.
As revisões do PIB do terceiro trimestre dos EUA sugerem que o crescimento foi ainda mais forte e um pouco mais equilibrado do que se pensava inicialmente, afirma a Oxford Economics. Em relatório, a consultoria indica que, no entanto, os primeiros dados que temos até agora para o quarto trimestre apontam para uma desaceleração acentuada do crescimento para algo entre 1-2% anualizado neste trimestre. Os retornos dos Treasuries cederam um pouco mais depois da divulgação do Livro Bege, que reúne impressões de agentes de mercado dos EUA sobre o estado da economia. O documento destacou que a atividade econômica desacelerou desde o relatório anterior.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
O mercado ampliou suas apostas em um corte de juros pelo Fed já em março de 2024. A probabilidade de esse cenário acontecer avançou para 50%, de 46,3% instantes antes da publicação do Livro Bege. O ajuste deixou o panorama ainda mais incerto para aquele mês, frente à chance de 48% de manutenção dos taxas no nível atual e de 2% de nova alta. A Capital Economics espera que o Fed comece a cortar juros antes da metade do próximo ano, e que os juros da T-note de 10 anos recuem a menos de 4% no final do ano que vem.
O presidente do Fed da Atlanta, Raphael Bostic, afirmou hoje que a trajetória descendente da inflação provavelmente continuará nos EUA. Ele apontou que uma das razões pelas quais pensa que a inflação continuará caindo são os sinais de que a atividade econômica irá abrandar nos próximos meses, em parte porque a política monetária e as condições financeiras mais restritivas estão a criando uma maior restrição à atividade. “Como enfatizei, o caminho para os 2% será acidentado, como evidenciado pelas flutuações mensais da inflação nos últimos meses. Mas chegaremos lá”, afirmou.