Os retornos longos dos Treasuries avançavam no fim da tarde, em compasso de espera para o índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA amanhã. A escalada se intensificou depois que o presidente do Federal Reserve (Fed) de Nova York, John Williams, defendeu a manutenção de uma política restritiva pelo BC americano.
No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos caía a 4,354%, o da T-note de 10 anos tinha alta a 4,043%, e o juro do T-bond subia a 4,213%.
Os rendimentos longos bateram várias máximas depois que William indicou expectativa por juros restritivos “por algum tempo” até que os objetivos do Fed sejam alcançados. Antes, a renda fixa tinha dificuldade em firmar direção, enquanto o mercado operava em tom de espera pelos dados do CPI, que permitirá ao mercado balizar suas apostas pelos cortes de juros na reunião de março. No momento, a ferramenta do CME Group indica chance majoritária de corte, com 67,6% de probabilidade, mas os últimos dias têm registrado queda no ímpeto de investidores de que as taxas vão ser reduzidas em março.
Segundo consenso de 26 analistas consultados pelo Projeções Broadcast, o CPI deve ter acelerado 0,2% em dezembro em comparação a novembro, ante 0,1% na leitura anterior. A previsão para o núcleo do CPI é de estabilidade.
O Bank of America aponta que uma leitura de inflação aquém do esperado pode levar a maior convicção dos mercados em um afrouxamento monetário já em março. Enquanto isso, um resultado mais forte que o previsto provavelmente faria investidores descartarem relaxamento no curto prazo, deixando a curva de juros mais achatada, segundo avaliação de analistas do banco. “Análises do último ano sugerem que o mercado de juros responde mais a surpresas baixistas”, disseram eles, em relatório.
O Tesouro dos EUA leiloou US$ 37 bilhões em T-notes de 10 anos, em certame que teve rendimento abaixo da média e demanda acima da média, segundo o BMO. O resultado do pregão, porém, provocou uma reação apenas pontual no mercado seguido da publicação.