Em uma sessão marcada pela volatilidade, os juros futuros terminaram a sessão estáveis na ponta curta e em queda nos demais trechos. Um alívio no mercado de Treasuries no fim da tarde resultou em melhora generalizada para os ativos globais. Até então, a quinta-feira era de avanço firme para a ponta curta, atribuída a apostas mais conservadoras para o ciclo de quedas da Selic, que já vinha se desenhando nos últimos dias e hoje ganhou força com a entrevista do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
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Os longos flertaram com a estabilidade durante toda a sessão em meio à pausa na escalada dos Treasuries e com leilão pequeno de prefixados do Tesouro. Em mais uma sessão de giro expressivo, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou em estável em 10,89%, e a do DI para janeiro de 2026 caiu de 10,78% para 10,67%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 10,88%, de 11,05%. A do DI para janeiro de 2029 encerrou em 11,37%, de 11,55%.
O dia foi de volatilidade nos DIs, importada dos Treasuries, que só firmaram tendência no fim do tarde, atribuída a ajustes técnicos após a escalada das últimas sessões. As declarações de Campos Neto foram o ingrediente doméstico a adicionar instabilidade, refreando qualquer tentativa de melhora e puxando as taxas curtas para cima, especialmente o DI para janeiro de 2025, que chegou à máxima de 11,07%.
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“A fala mais emblemática é quando cita que a barra para acelerar o ritmo está mais alta”, destacou o economista-chefe do PicPay, Marco Caruso. Segundo Campos Neto, há grande incerteza no cenário externo e dado o aumento recente da curva de juros dos Estados Unidos, há consequências para os emergentes.
Caruso também ressalta a menção de Campos Neto ao “guidance”, o que, para o economista, traz dúvidas sobre o quanto a autoridade monetária tem clareza sobre o orçamento total dos cortes.
“Em momento de mais incerteza, trocar o guidance gera ruídos de credibilidade”, disse Campos Neto, na coletiva de imprensa do Relatório Trimestral de Inflação (RTI). Ele reforçou que o entendimento do Copom é de que, mesmo iniciado o ciclo de afrouxamento, a taxa Selic precisa permanecer em patamar ainda contracionista para alcançar os objetivos inflacionários.
As declarações alimentaram a ideia que vinha amadurecendo nos últimos dias de que não há espaço para aceleração do ritmo para 0,75 ponto, embora para o Copom de novembro a curva preserve 10% de probabilidade para esta opção. Para as reuniões de dezembro e janeiro, porém, as apostas em 0,75 não só estão zeradas, como os DIs já indicam 30% de chance de redução da dose para 0,25 ponto. “Para março temos 50% de chance de 0,5 ponto e 50% para 0,25 ponto”, disse o economista-chefe do banco Bmg, Flávio Serrano, que informou os cálculos.
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Com isso, houve ajuste também nas projeções para a Selic terminal, com a possibilidade de que esteja em um dígito parecendo cada vez mais remota. Para o fim de 2023, a projeção de Selic é de 11,75% e para o fim de 2024 agora já é de 10,50%.
Na gestão da dívida, o Tesouro optou por lotes mínimos de prefixados, poupando assim mais estresse na curva pela manhã. Da pequena oferta de 150 mil LTN, foram vendidas 125 mil e apenas 18.750 NTN-F do lote de 100 mil.