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As projeções iniciais do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para a safra 2025/26 indicam um cenário favorável para empresas brasileiras, como JBS (JBSS3), BRF (BRFS3), Marfrig (MRFG3), Minerva (BEEF3) e SLC Agrícola (SLCE3), segundo relatório do Santander (SANB11).
O banco destaca três principais tendências que podem influenciar o mercado: um possível aumento nos preços das proteínas devido à oferta limitada, uma queda nos preços do milho e um risco maior de alta na soja. A JBS é apontada como a principal beneficiária no setor de alimentos e bebidas, impulsionada pelo bom desempenho de sua subsidiária americana de frango, a Pilgrim’s Pride.
A mudança de três milhões de acres de soja para milho nos EUA pode reduzir a relação estoque-consumo da oleaginosa para 7,2%, o que tende a pressionar os preços. Caso a produtividade fique estável em relação ao ano anterior, esse índice pode cair para 6,6%, um nível semelhante ao da safra 2022/23, quando os preços da soja atingiram US$ 14 por bushel. Para a SLC, esse cenário pode representar um aumento de 20% no Ebitda em 2026, segundo o Santander.
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Já no mercado de milho, a ampliação da área plantada nos EUA pode levar a uma queda nos preços do grão, beneficiando produtores de frango como BRF e JBS. O relatório aponta que os preços futuros do milho para setembro de 2025 podem girar em torno de R$ 75 por saca de 60 kg, sugerindo prêmios de porto mais baixos e possível redução nos custos de ração em 2026.
Para o setor de proteínas, o crescimento da produção de frango nos EUA deve ser de apenas 1% em 2025, limitando a oferta no mercado global. Além disso, as exportações americanas da proteína tendem a cair 2%, abrindo espaço para o Brasil ampliar sua participação no mercado externo, o que pode beneficiar a BRF.
No segmento de carne bovina, o USDA projeta uma queda de 2% na produção americana em 2025, o que pode levar a um aumento de 3% nas importações do país. Esse movimento pode favorecer a Minerva, que vem expandindo seus embarques para os EUA a preços competitivos. Já para JBS e Marfrig, o banco avalia que o mercado já precificou qualquer recuperação do setor para 2025, tornando o cenário mais neutro para essas companhias.