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Lucro por ação do S&P 500 tem maior alta desde 2021; veja o que impulsionou

Apesar do sucesso do índice, analistas mantêm perspectivas mais conservadoras para o futuro. Entenda

Lucro por ação do S&P 500 tem maior alta desde 2021; veja o que impulsionou
S&P 500. (Foto: Adobe Stock)

O índice norte-americano S&P 500 registrou um crescimento do lucro por ação (LPA) de 11,8% no segundo trimestre deste ano, 315 pontos-base acima dos 8,6% esperados no início da temporada. O resultado foi o maior desde o quarto trimestre de 2021, segundo dados levantados pela XP a que o E-Investidor teve acesso. Trata-se do quarto trimestre consecutivo de crescimento interanual do LPA.

Antes do início da temporada de resultados, o mercado tinha uma estimativa de LPA do índice americano de US$ 58,45 para o segundo trimestre. Conforme as empresas foram reportando seus resultados, os números reais foram substituindo as estimativas, e o trimestre se encerrou nos US$ 60,10 e uma surpresa de 230 pontos-base em relação às estimativas iniciais.

Apesar disso, a magnitude das surpresas positivas com lucros (80% das empresas superaram as estimativas com uma surpresa média de 5,2% no segundo trimestre) ficou distante das temporadas anteriores (sendo 7,7%, 7,7%, 7,2% e 8,4% nos últimos quatro trimestres) na visão da corretora.

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Para a XP, menos da metade das empresas do índice dos EUA reportou surpresas positivas em receitas, com uma surpresa média de apenas 0,8%.

Os destaques positivos foram os setores de Tecnologia (65% das empresas acima das expectativas e média de 1,1%) e Saúde (62% das empresas acima das expectativas e média de 1,3%). Por outro lado, deixaram a desejar os setores de Utilidades Públicas (42% das empresas acima das expectativas e média de 2,6% em baixa) e Materiais Básicos (43% das empresas acima das expectativas e média de 3,5% em baixa).

A partir dos dados do índice, a casa revisou para baixo as estimativas de lucros para o terceiro e quarto trimestres deste ano em 2,7% e 1,2% respectivamente em relação às estimativas no início da temporada.

“As surpresas positivas do 2º tri não se refletiram em um maior otimismo com os trimestres seguintes. Vale notar que, com as revisões baixistas, o mercado agora espera uma grande desaceleração em termos de crescimento interanual no 3º tri com uma reaceleração nos trimestres seguintes”, afirmam os analistas que assinaram o relatório da XP, Paulo Gitz e Maria Irene Jordao.

Peso das Big Techs no S&P 500

Importante notar, também, que a contribuição das Big Techs para o crescimento diminuiu no trimestre, com uma contribuição de 5,5 pontos percentuais advinda das “outras 492” empresas do S&P 500.

A temporada foi de surpresas positivas em sete das oito empresas (apenas a Tesla (TSLA34) decepcionou), porém as reações do mercado tanto à magnitude menor das surpresas (no caso da Nvidia (NVDC34), Microsoft (MSFT34) e Alphabet (GOGL34)) e aos guidances menores que os esperados (mais relevante no caso da Amazon (AMZO34)) foram negativas e apenas duas (Meta (M1TA34) e Apple (AAPL34)) subiram no pregão que sucedeu suas divulgações de resultados.

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Com isso, a XP atribuiu guidances (projeções) mais conservadores das empresas do S&P 500 em suas teleconferências de resultados e continuidade dos processo de desaceleração da economia americana.