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Moderna planeja financiar vacina do coronavírus com venda de US$ 1,25 bi em ações

MRNA fez mercados subirem com anúncio de resultados positivos em testes com 8 pacientes

Moderna planeja financiar vacina do coronavírus com venda de US$ 1,25 bi em ações
A sede da Moderna Inc., em Cambridge. Massachusets. Foto:Bryan Snyder/ Reuters
  • Moderna Inc. anunciou resultados positivos no uso da vacina em 8 pacientes
  • Empresa busca captar recursos com poder público e investidores privados para financiar produção em larga escala
  • Resultados dos testes fizeram laboratório atingir US$ 30 bilhões em valor de mercado

O laboratório Moderna Inc. (MRNA) planeja vender US$ 1,25 bilhão em ações para financiar a produção em larga escala de uma vacina contra o coronavírus. A empresa reportou nesta segunda-feira (18) resultados positivos da aplicação da vacina em oito pacientes, cada um submetido a duas doses do medicamento desde março.

A amostra é pequena; novos testes nas próximas semanas com cerca de 600 voluntários e outros em julho, com milhares, devem permitir conclusões mais sólidas quanto à produção de anticorpos pelo organismo dos pacientes. Mas foi suficiente para que os mercados por todo o mundo fechassem o primeiro da semana em alta. E criou as condições para amplificar o pedido por recursos para produção em larga escala da vacina feito pelo CEO da Moderna, Stéphane Bancel.

“(O volume de doses fabricadas) do quanto de ajuda nós conseguiremos agora. Capital”, afirmou Bancel, em entrevista ao Business Insider.

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O objetivo do laboratório é ter capacidade de produzir 1 bilhão de doses por ano. Para financiar esse ritmo, Bancel mira em grandes investidores privados e governamentais.

“Tenho viajado o mundo para ir a fundações e governos para dizer que precisamos de mais ajuda. Podemos ter uma vacina aprovada e as pessoas morrendo porque não produzimos o suficiente, porque ninguém nos ajuda”, disse.

O discurso direto de Bacel já foi capaz de captar alguns milhões de dólares para a pesquisa atual. Em abril, a empresa anunciou que receberia US$ 483 milhões do governo americano para acelerar as pesquisas com a vacina. Semanas depois, segundo o Business Insider, assinou um contrato de produção por 10 anos com uma empresa suíça.

Nesta segunda-feira, logo após o fechamento do mercado nos Estados Unidos, a Moderna anunciou o plano de arrecadar US$ 1,25 bilhão com a venda de ações, com a opção por 30 dias de compra de mais de US$ 187,5 milhões em ações para quem participar da oferta pública. As ações da empresa fecharam o dia em alta de 19,96%, cotadas a US$ 80 na Nasdaq.

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O valor de mercado da empresa é de cerca de US$ 30 bilhões. Segundo os resultados do primeiro trimestre, a companhia tem US$ 1,7 bilhão em caixa.

Laboratório usa técnica que reduz tempo de desenvolvimento das vacinas

Bancel está à frente da Moderna desde outubro de 2011, pouco mais de um ano após a fundação da empresa. Antes, ele já havia atuado no mercado farmacêutico asiático e na França, país em que nasceu.

A startup com sede em Cambridge, Massachusets, o atraiu principalmente por usar o RNA mensageiro para fabricar medicamentos biológicos, ao invés de DNAs recombinantes. Embora seja o método mais tradicional, o uso de DNAs recombinantes eleva para até quatro anos o tempo entre a concepção e a fabricação de um medicamento.

O RNA mensageiro é o ácido ribonucleico, responsável pela transferência de informações do DNA ára o citoplasma, espaço entre a membrana plasmática e o núcleo das células. O DNA recombinante é uma sequência de DNA artificial desenvolvida por meio de engenharia genética.

“Usando nossa tecnologia, leva apenas algumas semanas para passar da ideia para a droga no frasco e meses para proteínas in vivo. Podemos levar uma empresa para a linha de chegada em um ano”, explicou Bancel, em entrevista à Forbes.

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A tecnologia mencionada por Bancel consiste em modificar o RNA mensageiro para que o ácido ribonucleico atue na produção dos antígenos, as proteínas que fazem o organismo produzir anticorpos em ritmo muito mais rápido. É essa a técnica aplicada na vacina para combater o coronavírus como em outras, ainda em estudo, para combater zika e chikungunya.

“Nossa tecnologia pode diminuir muito o custo de fabricação de um medicamento em comparação ao DNA recombinante. O lançamento antecipado pode oferecer às empresas entre dois e quatro anos de vendas patenteadas adicionais com menos dinheiro inicial e margens muito mais altas”, complementou, na mesma entrevista.

No Estadão: cobertura em tempo real do coronavírus

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