- Os NFTs viraram febre entre as celebridades. No entanto, com o “inverno cripto”, eles viram o valor de mercado em dólar dos seus NFTs cair brutalmente
- A aversão ao risco, diante do cenário de inflação, ciclo altista de juros em diversos países e conflito entre Ucrânia e Rússia, tem pressionado os ativos com maior volatilidade, incluindo os NFTs
- Apesar do momento ruim para a classe de ativos, o CEO da Hashdex, Marcelo Sampaio, afirma os investidores devem observar se os ativos possuem teses sólidas de investimento e potencial para crescer
Última tendência entre os criptoativos, os NFTs viraram febre entre as celebridades. O jogador de futebol Neymar e os cantores Justin Bieber, Madonna e Post Malone são alguns dos famosos que adquiriram os ativos digitais. No entanto, com o “inverno cripto”, eles viram o valor de mercado em dólar dos seus NFTs cair brutalmente.
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Os NFTs, cuja sigla significa tokens não-fungíveis, são ativos digitais que representam objetos do mundo real ou do próprio universo digital, como arte, música, itens de games e vídeos. O grande diferencial dos NFTs é que eles são únicos, o que permite a posse por um só proprietário, diferente dos ativos fungíveis – como o bitcoin e as criptomoedas em geral -, que podem ser substituídos por outro item da mesma espécie sem perda ou ganho para quem detém a propriedade.
O astro da seleção brasileira pagou 159,99 ethereum (ETH), o equivalente a US$ 480 mil em valores da época, pelo BAY #6633, que ele usa como foto de perfil. O atacante também gastou 189,69 ETH (US$ 568 mil à época) pelo BAY #5269. No caso de Post Malone, os NFTs dos macacos entediados #961 e #9039 custaram, juntos, 160 ETH (US$ 740 mil, na época).
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A cantora Madonna, por sua vez, pagou 180 ETH para adquirir o #4988 da coleção, aproximadamente US$ 564 mil em cotação da época. E Justin Bieber desembolsou US$ 1,3 milhão (na época, 500 ETH) para possuir o BAY #3001. O cantor chegou a ser ironizado nas redes sociais pela quantidade de dinheiro pago em um NFT.
Pela cotação atual das criptomoedas em dólar, todos eles perderam dinheiro até o momento.
A aversão ao risco, turbinada pelo cenário de inflação, ciclo altista de juros em diversos países e conflito entre Ucrânia e Rússia, tem pressionado os ativos apontados pelos especialistas como de maior volatilidade, em especial as ações de empresas de tecnologia e os criptoativos, incluindo os NFTs.
No entanto, apesar do momento ruim para a classe de ativos, o CEO da Hashdex, Marcelo Sampaio, afirma que quem investe em NFT não deve ver diferença se o mercado está em alta ou baixa e sim se o ativo possui uma tese de investimento sólida e potencial para crescer.
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“Já temos indícios de eventos, não apenas em jogos ou arte, que tem essa habilidade de digitalizar o mundo material. Existem casos de uso muito óbvios para NFTs, mas que ainda serão desenvolvidos no futuro. Como ter NFT como sua identidade. Você ter uma, eu ter uma. Qual é a representação digital que teremos no futuro?”, disse Sampaio em entrevista ao E-Investidor no mês passado.
A coleção Bored Ape Yacht Club ilustra a fala do CEO da Hashdex. Neymar, por exemplo, utiliza o token BAY #6633, de um macaco fazendo uma bola de chiclete, como a sua foto de perfil nas redes sociais.
Os “macacos entediados” – tema da coleção – são, inclusive, um dos NFTs prediletos dos famosos. Além do camisa 10 da seleção brasileira, Eminem, Justin Bieber, Madonna, Post Malone e Snoop Dogg possuem NFTs da coleção.
Quem possui algum desses NFTs tem acesso a uma “comunidade vip”, com direito a festas e eventos exclusivos promovidos pela empresa criadora das figuras – a Yuga Labs. O sucesso tem feito os NFTs valorizarem em ethereum (ETH), moeda pela qual os ativos são comercializados.
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Quando Post Malone adquiriu os tokens BAY #961 e BAY #9039, o preço mínimo de um token da coleção era de 41 ETH e, atualmente, é de 83 ETH, de acordo com o site CoinGecko. No entanto, a desvalorização em dólar do ethereum faz com que, hoje, os NFTs estejam mais baratos na cotação pela moeda norte-americana do que no período da compra do rapper. Na cotação da época, o preço mínimo em dólar de um token da coleção era de US$ 189,6 mil. Atualmente, é de US$ 96,5 mil.
Já no caso do Neymar, o preço mínimo de um token da coleção quando o atacante adquiriu seu token era de 79,5 ETH (US$ 238,4 mil na cotação da época). Desde que o atacante adquiriu o seu macaco entediado, o preço mínimo da coleção caiu 59,6% em dólar (US$ 96,5 mil).
Pagamento em Fan Token
Seis vezes eleito o melhor jogador de futebol do mundo, Lionel Messi também perdeu dinheiro, mas com criptomoedas. Quando o craque argentino foi contratado pelo PSG, em agosto do ano passado, o clube francês resolveu pagar uma parte da contratação em $PSG Fan Tokens, criptomoedas do próprio clube. O atleta recebeu uma quantia significativa do criptoativo, na época cotado em US$ 41,74. No entanto, o preço dos tokens em dólar despencaram e, atualmente, estão cotados em apenas US$ 6,44, uma desvalorização de 84,5% desde a contratação do argentino.
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