- O risco de recessão tem provocado uma queda nas cotações e uma desvalorização das ações do setor, o que pode ser uma oportunidade para investidores
- Confira as companhias que merecem atenção de investidores no segundo semestre de 2022
As commodities se valorizaram de forma expressiva após a retomada econômica proporcionada pela vacinação e pela redução de medidas de lockdown. As ações do setor tiveram performance superior ao Índice Bovespa (Ibovespa) desde 2021, sobretudo no primeiro semestre de 2022, segundo Luciana Machado, professora de Finanças da Faculdade FIPECAFI.
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“Os estímulos monetários e fiscais nos Estados Unidos fizeram os investimentos fluírem para as commodities”, analisa Gabriel Komatu, sócio-diretor da gestora de recursos Komatu.
Além disso, a quebra nas cadeias logísticas, causada pela pandemia de covid-19 e pela guerra na Ucrânia, favoreceu a elevação de preços no setor.
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Contudo, o risco de recessão tem provocado uma queda nas cotações e uma desvalorização das ações do setor, o que pode ser uma oportunidade para investidores. Confira as companhias que merecem atenção de investidores no segundo semestre de 2022.
1. Petrobras (PETR4)
A Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras) registrou lucro líquido de R$ 44,5 bilhões no primeiro trimestre de 2022, um recorde para a companhia e para a bolsa de valores no período de três meses.
A margem líquida da petrolífera brasileira foi de 31,6% no intervalo, muito superior a concorrentes mundiais como Chevron e Shell, que tiveram 11,5% e 8,8%, respectivamente.
A alta do petróleo e o reajuste dos combustíveis contribuíram para o resultado da companhia. “A Petrobras tem o mesmo custo para extrair o petróleo, independentemente da cotação do barril”, lembra Komatu.
O investidor deve ficar atento às eleições presidenciais no Brasil e à possibilidade de recessão global, fatos que podem interferir no preço da ação.
2. Vale (VALE3)
A Vale teve 20% de redução no lucro líquido no primeiro trimestre em relação aos três últimos meses de 2021, mas ainda apresentou o número expressivo de R$ 23,16 bilhões.
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A companhia enfrenta um cenário de diminuição da produção de minério de ferro, especialmente influenciada pelo baixa consumo doméstico na China e pela expectativa de recessão econômica mundial.
“A mineradora sofre menos interferência política e, apesar de também ser suscetível às movimentações ainda incertas das commodities, tem boas expectativas de criação de valor aos acionistas”, afirma Machado.
3. Suzano (SUZB3)
O papel é uma alternativa sustentável para a utilização de plástico, o que deve beneficiar a longo prazo as empresas produtoras de celulose, como a Suzano, maior produtora global, e a Klabin (KLBN3).
A commodity já subiu mais de 40% em 2022, o que influenciou no lucro de R$ 10,1 bilhões registrado no primeiro trimestre pela SUZB3.
Apesar desse resultado, as ações da companhia tiveram desvalorização de cerca de 30% desde o início do ano.
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A curto prazo, é esperada uma possível correção do valor da celulose, que pode refletir em queda da cotação, mas não deve afastar o investidor do ativo.
4. Gerdau (GGBR4)
Assim como a Vale, a Gerdau e a Usiminas (USIM5) também devem continuar se beneficiando dos resultados positivos do setor siderúrgico. O diferencial da GGBR4 é ter unidades nos Estados Unidos, onde o governo aprovou em 2021 um pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão com orientação de que os projetos financiados pela iniciativa utilizem materiais produzidos no próprio país, inclusive o aço.
O lucro líquido no primeiro trimestre de 2022 foi de R$ 14,3 bilhões, o que representa avanço de 3,3% sobre todo o resultado alcançado no ano anterior.
A expectativa do Bank of America é que o ritmo de crescimento continue forte na Gerdau, por conta de maiores volumes negociados tanto no mercado brasileiro quanto no norte-americano.
5. São Martinho (SMTO3)
A São Martinho é a maior produtora mundial de açúcar e álcool e vem sendo beneficiada pela alta do petróleo. “A empresa precifica o biocombustível a partir do desconto de 30% sobre o valor da gasolina”, explica Gabriel Komatu.
O lucro líquido do último trimestre da safra 2021/2022 alcançou R$ 225,4 milhões, sendo 8,7% maior que no mesmo período da temporada anterior.
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Com a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) nos postos de gasolina, as ações SMTO3 sofreram forte recuo, abrindo oportunidade de compra.
A longo prazo, a companhia tende a se beneficiar com a transição da matriz energética para combustíveis mais sustentáveis.