- Nos Estados Unidos, as ofertas de vagas remotas tinham mais chances de serem preenchidas por profissionais não brancos, com deficiência e ex-militares
- O relatório explica como o quadro de funcionários do Facebook está mudando conforme a empresa continua a expandir suas opções de trabalho remoto após o fim dos lockdowns provocados pela pandemia
- Entre 2021 e 2022, o Facebook viu saltos discretos na presença de funcionários negros, hispânicos, multirraciais e asiáticos entre seus profissionais nos EUA
(Naomi Nix, Washington Post) – O Facebook foi uma das inúmeras empresas que reformularam radicalmente o trabalho remoto durante a pandemia de covid-19, permitindo que os funcionários continuassem a trabalhar de casa enquanto evitavam a disseminação do coronavírus.
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Agora, a diretora de diversidade do Facebook, Maxine Williams, disse que houve um benefício inesperado nesse novo modelo de trabalho: ele ajudou a empresa a recrutar e reter trabalhadores de grupos sub-representados.
Nos Estados Unidos, as ofertas de vagas remotas tinham mais chances de serem preenchidas por profissionais não brancos, com deficiência e ex-militares, de acordo com o relatório anual de diversidade da empresa. Em todo o mundo, os candidatos que aceitaram ofertas de emprego remoto também tinham mais chances de serem mulheres, segundo o relatório.
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Entre os atuais funcionários, pessoas de grupos sub-representados estavam mais propensas a optar por trabalhar remotamente, de acordo com Maxine. Ela disse que a empresa ainda está analisando por que profissionais de grupos sub-representados estão escolhendo o trabalho remoto, mas especula que alguns trabalhadores estejam tentando identificar onde se sentem mais confortáveis.
“O Vale do Silício nunca foi um lugar onde os negros foram maioria”, disse Maxine em entrevista ao Washington Post. “Por isso estamos vendo as pessoas escolherem lugares como Atlanta e Nova York.”
O relatório explica como o quadro de funcionários do Facebook, que no ano passado foi renomeado para Meta, está mudando conforme a empresa continua a expandir suas opções de trabalho remoto após o fim dos lockdowns provocados pela pandemia.
Depois de mais de dois anos permitindo que os funcionários trabalhassem de casa, o Facebook, como muitas empresas, está avaliando o impacto dessas mudanças.
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No ano passado, o Facebook tornou, aos poucos, algumas opções remotas mais permanentes. Qualquer funcionário da empresa hoje pode pedir para trabalhar de forma remota, e quase 90% dessas solicitações são aceitas, de acordo com o Facebook. Aqueles que optam pelo trabalho remoto podem receber um ajuste em seus salários, caso se mudem para um local com um custo de vida diferente.
Os trabalhadores também podem optar por trabalhar de casa, dependendo das regras definidas pelas equipes das quais fazem parte. Cerca de 75% das equipes do Facebook têm funcionários trabalhando juntos de diferentes localizações geográficas, segundo a empresa.
Entre 2021 e 2022, o Facebook viu saltos discretos na presença de funcionários negros, hispânicos, multirraciais e asiáticos entre seus profissionais nos EUA, enquanto a de trabalhadores brancos caiu 1,5 ponto percentual, de acordo com o relatório.
As lideranças da empresa também se tornaram mais diversificadas, com o número de gestores negros e hispânicos aumentando em menos de meio ponto percentual. A presença de mulheres em cargos de chefia aumentou de 35,5%, em 2021, para 36,7%, em 2022.
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No geral, o número de mulheres entre os funcionários subiu de 36,7%, em 2021, para 37,1%; de acordo com o relatório.
O trabalho remoto pode ser particularmente interessante para pessoas não brancas com maior tendência a passar por experiências sutis – e muitas vezes não intencionais – de preconceito, conhecidas como microagressões, no local de trabalho. Elas podem, por exemplo, ser confundidas com outro colega da mesma raça ou ser pressionadas a conversar sobre uma notícia traumatizante relacionada à sua comunidade. Trabalhar de casa é uma medida de proteção contra essas situações.
Algumas mães e pessoas com deficiência disseram que a flexibilidade do trabalho remoto permitiu que elas tivessem sucesso na vida pessoal e profissional de modos que o antigo modelo de trabalho, no escritório, das 9h às 17h, não permitiria.
Uma pesquisa da Future Forum, organização sem fins lucrativos apoiada pelo Slack, descobriu que 86% dos trabalhadores hispânicos e 81% dos trabalhadores asiáticos e negros nos EUA preferiam um modelo de trabalho híbrido ou remoto, em comparação com apenas 75% dos trabalhadores brancos. Enquanto isso, 52% das mulheres em todo o mundo declararam desejar flexibilidade quanto ao local de trabalho pelo menos três dias por semana, em comparação com apenas 46% dos homens.
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Mas o esforço contínuo do Facebook para diversificar o quadro de funcionários provavelmente enfrentará alguns desafios, sobretudo à medida que as empresas de tecnologia freiam as contratações em meio a preocupações de uma recessão iminente desencadeada pelo aumento das taxas de juros.
As ações da gigante das redes sociais caíram mais de 50% desde o início do ano, enquanto ela enfrenta uma enxurrada de pressões do mercado, inclusive a concorrência com empresas mais jovens, como o TikTok. Os executivos do Facebook já indicaram que estão reavaliando a composição atual de seu quadro de funcionários para enfrentar as pressões crescentes.
Maxine disse que o Facebook tem estratégias para continuar diversificando sua equipe, apesar dos desafios econômicos cada vez maiores da empresa.
“Olha, tem sido um desafio desde o início. Essa é a verdade”, disse ela. “Estamos bastante focados em como vamos fazer isso, dado o cenário atual.”/Tradução de Romina Cácia
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