(Letícia Simionato, Estadão Conteúdo) – O Fundo Monetário Internacional (FMI) acredita que a Europa deve mudar de medidas de base ampla para políticas de “socorro”, incluindo apoio de rendimento aos mais vulneráveis, diante do aumento dos preços da energia que elevou drasticamente o custo de vida dos europeus.
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“Até agora, os formuladores de políticas da Europa responderam ao aumento dos custos de energia principalmente com medidas amplas de supressão de preços, incluindo subsídios e cortes de impostos“, argumenta o FMI, em um comunicado publicado em seu blog. “Política deve mudar desse apoio amplo para alívio direcionado, como transferências para famílias de baixa renda que mais sofrem com as contas de energia”, completa.
De acordo com a instituição, os governos não podem evitar a perda da renda nacional real decorrente de choques nos termos de troca, mas “devem permitir que o aumento total dos custos dos combustíveis passe para os usuários finais para incentivar a substituição de combustíveis fósseis”, destaca.
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A instituição ainda estima que famílias europeias viram um aumento de cerca de 7% em seu custo de vida este ano em relação ao esperado no início de 2021. “Isso reflete o efeito direto dos preços mais altos da energia bem como o seu repasse para outros bens e serviços”, afirma.
Para o FMI, no entanto, a parcela da população que recebe compensação deve variar de acordo com o país, dependendo das preferências da sociedade e do espaço fiscal. “Mas deve idealmente ser projetado de forma a evitar ‘efeitos de penhasco’, com benefícios diminuindo gradualmente em níveis de renda mais elevados”, completa.