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Bradesco, Santander, Banco do Brasil ou Itaú. Em qual investir?

Balanços do segundo semestre surpreendem positivamente o mercado, com destaque para Banco do Brasil e Itaú

Bradesco, Santander, Banco do Brasil ou Itaú. Em qual investir?
Foto: Aline Bronzati/Estadão.
  • Grandes bancos mostraram lucros altos, expansão das carteiras de crédito e inadimplência controlada
  • As ações dessas companhias ainda estão descontadas frente à média histórica de preço
  • Os cases precisam ser olhados individualmente, dizem os analistas, que veem riscos no radar de BBAS3

Os resultados do segundo trimestre de 2022 dos grandes bancos brasileiros surpreenderam positivamente o mercado. Lucros altos, expansão das carteiras de crédito e inadimplência controlada – veja os principais destaques

Com números bastante positivos, investidores podem estar se perguntando qual dos quatro bancões – Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander (SANB11) – é a melhor oportunidade de investimento. Além de ser um setor considerado resiliente, as ações dessas companhias ainda estão descontadas frente à média histórica de preço. Mas os cases precisam ser olhados individualmente, dizem os analistas.

“Pelo peso que os bancos têm no PIB (Produto Interno Bruto) e nos índices de bolsa, é sempre importante que o investidor tenha parte do seu capital alocado neste setor, que pode comportar, tranquilamente, entre 10% e 20% do portfólio. Mas, apesar dos resultados excepcionais no segundo trimestre, não recomendamos a compra em todos”, diz Carlos André Vieira, analista-chefe no TC Matrix.

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Entre as recomendações, destacam-se as ações do Itaú (ITUB4) e do Banco do Brasil (BBAS3), os dois players do setor que apresentaram os melhores resultados na temporada segundo trimestre.

“São negócios super dominantes, maduros e que não dependem de crescimento futuro para cristalizar aquele valor. Itaú tem uma história de maior eficiência e, quando olhamos valuation (valor do ativo), também está bem descontado em relação à média histórica”, diz Renan Manda, analista-chefe do setor financeiro da XP. Na corretora, a recomendação é de compra, com preço-alvo de R$ 31,00 por ação.

Já na Inv, o analista João Abdouni acredita que, por estar mais valorizada que os pares do setor, o momento de entrada em ITUB4 pode ter passado. Por isso, defende a alocação em Itaúsa (ITSA4), a holding que detém 34% do banco Itaú. “Preferimos ITSA4, a holding que está mais barata, para pegar Itaú com um certo desconto em relação à ação principal. Também temos posições nas ações ordinárias do Bradesco (BBDC3). Nas duas, você corre menos risco por um bom retorno”, diz.

Banco do Brasil tem risco político no radar

Além de ter apresentado o balanço mais surpreendente no segundo trimestre de 2022 entre os grandes bancos, as ações do Banco do Brasil ainda estão descontadas; o que pode significar um bom momento de entrada nos papéis.

Na visão de Renan Manda, da XP, para os fundamentos que entrega, a BBAS3 está barata mesmo já tendo avançado quase 50% no ano. “Hoje o Banco do Brasil tem uma carteira super defensiva, com uma exposição grande a crédito rural e crédito consignado, que tem índice de inadimplência super baixos. Vemos uma oportunidade, pois junta o fundamento muito sólido com o fato de estar muito descontado”, destaca.

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Na XP, o Banco do Brasil é considerado “top pick” (papéis preferidos) no setor, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 57,00 por ação.

Na Genial Investimentos, a recomendação também é de compra, com preço-alvo de R$ 45,40. A corretora destacou, em relatório após a divulgação do balanço, que “o Banco do Brasil definitivamente resolveu provar que não vai ser a eleição presidencial que vai atrapalhar sua trajetória de melhora de lucro”.

Por ser uma empresa estatal, as ações do banco não estão alheias à volatilidade causada pelo período eleitoral deste ano. E este fator, além de precisar ficar no radar dos investidores interessados nas ações da companhia, preocupa alguns analistas do mercado.

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“Não dá para ignorar eleição, isso certamente vai influenciar e já influencia o Banco do Brasil. Se não tivesse essa incerteza, o preço de tela era outro, pelo menos uns 20% mais alto”, explica João Abdouni, da Inv.

Por causa da incerteza com uma mudança no comando do País, o analista prefere ficar de fora do papel. “Se continuarmos com a gestão que está agora, encabeçada pelo Paulo Guedes, acredito que o Banco do Brasil poderia voltar tranquilamente aos R$ 55 por ação que já negociou em 2019. Agora, com uma mudança para um governo que faça interferências políticas, as ações podem cair para R$ 28”, diz.

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