- O mês de outubro foi marcada pela corrida eleitoral dos dois candidatos à presidência: o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
- As companhias mais sensíveis aos ciclo econômico foram as que apresentaram as maiores quedas no acumulado de outubro
- No entanto, as prévias e os resultados referentes ao terceiro trimestre também foram importantes fatores para a definição do ranking
A volatilidade marcou o último pregão do mês de outubro em virtude do resultado da eleição presidencial vencida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O Ibovespa encerrou esta segunda-feira (31) com uma alta de 1,31% aos 116.037,08 pontos, após ter sofrido intensa volatilidade ao longo do dia. No acumulado mensal, o desempenho chegou a 5,45%.
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Segundo levantamento da Ágora Investimentos, enviado ao E-Investidor, as ações da MRV foram as que mais sofreram ao longo deste mês. Mesmo com a pausa na elevação da taxa de juros, o que beneficia o setor da construção civil, os papéis da companhia caíram cerca de 18%. Para Mario Goulart, analista da CNPI e criador do canal no youtube “O Analisto”, a derrocada do papel ainda é um efeito do pessimismo do cenário macroeconômico, especialmente com a taxa de juros ainda em patamares elevados, o que afeta o desempenho da companhia.
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“As construtoras “apanharam” bastante com o movimento de alta de juros porque isso dificulta a capacidade de as pessoas de comprar o imóvel. O peso financeiro aumenta bastante”, afirma Goulart. Além desse contexto macroeconômico, a prévia dos resultados da MRV referente ao terceiro trimestre contribuiu para a queda do papel. “A prévia mostrou números fracos na operação brasileira e nenhum projeto vendido nos EUA, que corroborou para uma forte queima de caixa de R$ 1,2 bilhão”, informou a equipe de research da Ágora Investimentos.
As ações do IRB Brasil (IRBR3) também entraram pela terceira vez consecutiva na lista das maiores quedas. No acumulado de setembro, os papéis da resseguradora estiveram no topo do ranking com uma queda de 32%. Desta vez, a derrocada foi de 14,6%. O mercado ainda penaliza a oferta de novas ações, ocorrida no fim de agosto, para a geração de caixa, além dos prejuízos registrados pela companhia.
As ações da Petz (PETZ3) tiveram um desempenho negativo de 13,9%%. O pessimismo do mercado se deve ao cenário macroeconômico que afeta as margens de lucro da companhia, mas também com o aumento da concorrência no segmento varejista para animais de estimação.
“As notícias indicando aumento da concorrência podem ter pesado sobre o desempenho das ações da Petz no mês. Além do possível IPO da Cobasi (um dos principais concorrentes da Petz), que está no radar dos investidores, esse mês a Petlove (outro concorrente da Petz) anunciou que unificou suas marcas de saúde animal, criando a divisão Petlove Saúde”, diz a Ágora Investimentos.
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Os papéis das Lojas Americanas (AMER3) entraram na lista das maiores perdas com baixas de 8,5% no acumulado de outubro. As razões para o desempenho negativo têm relação com o cenário macroeconômico que deve impactar nos resultados da companhia. “A gente espera resultados bem fracos. O cenário macroeconômico está bem desafiador para o e-commerce”, afirma Danniela Eiger, head de Varejo da XP.
As ações da Vale (VALE3) também não ficaram de fora do top 5 das maiores quedas do Ibovespa no mês ao registrar uma desvalorização de 6,8% no acumulado de outubro. “Uma das principais razões para a frustração do mercado com as ações, além dos resultados em si, foram as quedas sequenciais do minério de ferro – completando a mais longo sequência de perdas semanais desde 2014”, afirma a Ágora.
