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Veja as melhores e piores ações da Bolsa dos últimos 20 anos

Schulz e Unipar protagonizaram os melhores destaques, ações da Oi ficaram com o posto de piores rentabilidades

Veja as melhores e piores ações da Bolsa dos últimos 20 anos
O estudo levou em conta apenas empresas com volume financeiro médio diário superior a R$ 1 milhão (Fonte: Pixabay)
  • Levantamento feito por Einar Rivero, do TradeMap, apontou quais foram as ações que tiveram os melhores outperformances (desempenho positivo) no Ibovespa nos últimos 20 anos (de 11 de novembro de 2002 até 11 de novembro de 2022)
  • Os papéis preferenciais da Schulz (SHUL4) ficaram em primeiro lugar, com retorno médio anual de 33,44%, descontando a inflação, ficou a 25,56%
  • Na contramão, as ações preferenciais e ordinárias da Oi (OIBR4 e OIBR3), ocuparam o segundo e o primeiro lugar de maior queda desde 2002, respectivamente

Um dos objetivos principais dos investidores é encontrar papéis que terão boa performance e garantirão retornos interessantes. Dessa forma, a pedido do E-Investidor, um levantamento feito pelo TradeMap apontou quais foram as ações que tiveram os melhores outperformances (desempenho positivo) no Ibovespa nos últimos 20 anos (de 11 de novembro de 2002 até 11 de novembro de 2022).

Nesta reportagem, especialistas dão dicas sobre como investir em ações no longo prazo.

Os papéis preferenciais da Schulz (SHUL4) ficaram em primeiro lugar, com retorno médio anual de 33,44% – descontando a inflação, chega a 25,56%. Logo abaixo estão os ativos preferenciais PN da Unipar (UNIP6), com ganhos de 28,50%, ou subtraindo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), 20,92%.

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Em terceiro lugar ficaram as ações preferenciais da Alpargatas (ALPA4), que tiveram retorno positivo de 26,75% – ou 19,26% ao considerar a inflação. Os papéis preferenciais da Ferbasa (FESA4) ficaram na quarta posição, com valorização de 26,29%, ou 18,84%. Enquanto as preferenciais da Transmissão Paulista (TRPL4) ocuparam o quinto lugar, com retorno médio anual de 26,15%, ou 18,70%.

Na contramão, as ações preferenciais e ordinárias da Oi (OIBR4 e OIBR3), ocuparam o segundo e o primeiro lugar de maior queda desde 2002, respectivamente. O primeiro papel caiu 18,58% e quando considerado o IPCA, 23,39%. Já o segundo apresentou queda média de 23,11%, ou 27,65% com a inflação.

As ações ordinárias da Light (LIGT3) ficaram com o posto de terceira maior queda no período, recuando 2,26% – e 8,03% quando a inflação foi considerada. Já as ações preferenciais da Inepar (INEP4) encerraram os últimos 20 anos com ganho médio anual de 2,31%, porém, descontando a inflação, ficou com -3,73%.

E as ações ordinárias da Embraer (EMBR3) tiveram ganhos de 2,06% no período, mas um recuo de 3,96%, quando abatido o IPCA, ocupando o quinto lugar na lista.

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O desconto do IPCA foi considerado no levantamento para apontar os ganhos reais dos investidores acima da inflação. O estudo também levou em conta apenas empresas com volume financeiro médio diário superior a R$ 1 milhão.

Motivos das altas

Pedro Queiroz, assessor de investimentos da SVN, explicou que ao longo dos anos, a Schulz teve taxas de crescimentos e metas de rentabilidade grandiosas, além de forte resiliência em diversos setores da companhia.

Com o bom resultado nos números, a companhia conseguiu conquistar uma fatia do mercado (marketshare) relevante, o que garantiu uma rentabilidade média anual interessante aos investidores. A empresa, que possui fábrica em Joinville (SC), responde por 75% do mercado nacional de compressores.

Quanto à Unipar, os especialistas apontaram como fatores responsáveis pela alta a contínua busca por geração de valor aos seus acionistas, pelo segundo maior sócio da companhia ser o famoso investidor Luiz Barsi e por ser forte pagadora de dividendos.

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A Unipar é conhecida por ser uma das melhores pagadoras de dividendos quando considerado o mercado de small caps (empresas de menor capitalização negociadas na Bolsa). “A companhia, graficamente, não demonstra sinais de reversão de tendência. Muito pelo contrário, tem sinais de continuação de tendência, podendo assim dizer que cada recuo desse ativo pode ser nova oportunidade de entrada”, declarou Marco Monteiro, CNPI da CM Capital.

Já o boom das ações da Alpargatas é resultado da companhia apresentar um forte crescimento no exterior, além de deter grandes marcas de calçados, como a Havaianas. A companhia possui hoje operações nos Estados Unidos, na Europa, em Hong Kong e na Colômbia, tendo também uma presença significativa no varejo, com mais de 600 lojas atualmente, segundo Heitor Martins, especialista em Renda Variável na Nexgen Capital.

A Ferbasa, por sua vez, tem seus ganhos relacionados ao seu modelo de negócio verticalizado. A empresa conta com cerca de 95% das reservas de cromita existentes no Brasil, tendo ainda territórios voltados para a fabricação de cal virgem e conta com mais quatro minas de quartzo. De acordo Marco Monteiro, CNPI da CM Capital, ao longo dos anos, a companhia conseguiu aumentar o seu patrimônio líquido, entregando valor ao acionista e “fazendo com que aumentasse a demanda por esse ativo ao longo dos anos”.

Os papéis preferenciais da Ferbasa (FESA4) conseguiram entregar para os seus acionistas que compraram as ações em 2017, no rompimento do topo de 2008, uma valorização de mais de 400% até os dias de hoje.

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E o desempenho positivo das preferenciais da Transmissão Paulista (TRPL4) decorre da posição que a companhia possui no mercado. A empresa é responsável por aproximadamente 30% de toda a energia elétrica transmitida no País. Responde também por cerca de 60% da energia consumida na Região Sudeste e quase 100% no Estado de São Paulo.

“Ela (Transmissão Paulista) foi crescendo e fazendo aquisições de outras empresas ao longo dos anos, trazendo cada vez mais valor ao acionista e notoriedade no seu segmento”, destacou o analista da CM Capital.

Motivos pelas quedas

Os especialistas afirmaram que a Oi apresentou fortes quedas no período, principalmente após 2009, por conta dos prejuízos financeiros em seus balanços. “A companhia não conseguiu acompanhar a tecnologia [do mercado, como a criação do 5G] e entrou em recuperação judicial [em 2016]”, declara Heitor Martins, especialista em Renda Variável na Nexgen Capital.

Marco Monteiro, CNPI da CM Capital, também afirma que a Oi não demonstra nenhum sinal de reversão de tendência do atual patamar de valor nominal baixo. “Ainda mais que o Conselho de Administração da Oi tenha aprovado a submissão de proposta de grupamento das ações da companhia e, historicamente, [esse movimento] tende a ser negativo, pois o mercado tem a memória de preço antigo do ativo, podendo assim fazer com que as ações de Oi se desvalorizem mais”, declarou.

O especialista da CM Capital declarou ainda que a desvalorização da Light se deve à apresentação de dívida líquida crescente e lucros líquidos instáveis, inclusive, por vezes, reportando prejuízo e trazendo uma incerteza aos investidores.

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Pedro Queiroz, assessor de investimentos da SVN, porém, afirmou que a companhia sofre, principalmente no Estado do Rio de Janeiro, com os desvios de energia por parte da população, movimento popularmente chamado como "gato". Isso faz com que a Light fique abaixo do seu potencial de lucro.

Já a Inepar, segundo os especialistas, apresentou queda no período pelo mesmo motivo que a Light. A empresa reportou prejuízos financeiros ao longo dos anos, fazendo com que investidores depreciassem os preços das ações. Desde meados de 2021 até os dias de hoje, o ativo já se desvalorizou mais de 70%.

E a Embraer fechou também em queda no período porque reportou prejuízos financeiros ao longo dos anos, desvalorizando o preço dos ativos. Felipe Cima, operador de renda variável da Manchester Investimento, por sua vez, relacionou o baixo desempenho com o fato da empresa ser controlada por órgãos públicos. “Dependendo do ciclo político, a companhia às vezes é forçada a investir o capital em operações que talvez não gerem uma renda tão atrativa [na visão do investidor]”, explica.

Um dos fatos que mais marcou o desempenho nos últimos tempos foi a desistência da Boing de adquirir a Embraer, em 25 de abril de 2020. No primeiro pregão após o anúncio, o papel da empresa brasileira recuou cerca de 14%.

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