- Entender o adolescente, suas necessidades e sonhos, faz com que você personalize os ensinamentos em educação financeira
- É preciso que o jovem crie noção de responsabilidade e entenda que não terá alguém para cuidar do dinheiro para ele a vida toda
- É importante entender as necessidades imediatas do jovem e mostrar a ele como a educação financeira permite a conquista de um objetivo de curto prazo
Assim como a maioria das pessoas, eu também não tinha muita informação financeira até começar a faculdade. Quando o assunto era dinheiro, as possibilidades pareciam limitadas e comuns: trabalhar, pagar contas e guardar um pouco de dinheiro na poupança.
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Iniciando minha jornada profissional em uma instituição bancária, comecei a enxergar o tamanho do universo financeiro e todas as possibilidades que ele oferece. Isso transformou a minha vida, mas também me fez questionar: “Quão à frente eu estaria hoje se eu soubesse pelo menos um pouco dessas coisas já na adolescência?”
Foi a partir dessa reflexão que eu decidi criar a Multiplicando Sonhos. Eu queria levar educação financeira a adolescentes de escola pública porque sabia o quanto a vida deles seria transformada a partir disso.
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De lá pra cá, aprendi muito sobre como conversar com jovens e volta e meia algum amigo ou conhecido me pede dicas sobre como ensinar educação financeira para os seus filhos adolescentes. Resolvi reunir neste artigo, então, cinco dicas que considero essenciais.
1. Entenda as necessidades e os desejos deles e comece por isso
Você provavelmente vai concordar comigo que só nos abrimos para aprender uma coisa nova quando percebemos que ela faz sentido para nós, não é mesmo? Pois com os jovens é a mesma coisa.
Na Multiplicando Sonhos, a primeira atividade que fazemos com os adolescentes consiste em perguntar a eles quais são seus sonhos. Então, mostramos aos poucos como a educação financeira pode ajudá-los a realizar.
Entender o adolescente, suas necessidades e sonhos, faz com que você personalize os ensinamentos em educação financeira. Assim, as chances dele te escutar e realmente aprender são maiores.
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Assim, trabalhar metas e planejamento fica mais fácil, pois se você tem um objetivo fica mais claro traçar um caminho para alcançá-lo e determinar quanto isso vai custar tanto em termos financeiros como em questão de dedicação, esforço e tempo.
2. Fale a língua deles
Selic, IPCA, CDI… o mercado financeiro é recheado de siglas que, para quem não tem familiaridade ainda com o assunto, podem causar medo e sensação de que não pertencemos a esse mundo. Por isso, é importante que você comece devagar e traduza para o jovem os termos que são mais difíceis.
Utilizar referências de séries, filmes e memes também pode fazer com que o adolescente se interesse mais pelo que você está dizendo.
3. Dê autonomia
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Algumas coisas só são aprendidas na prática. Por isso, é importante que você deixe o adolescente tomar decisões sozinho. Aquiete o seu lado dominador e permita que ele gerencie uma quantidade de dinheiro sozinho.
Vale começar aos poucos: dando uma mesada, incentivando ele a fazer um trabalho no horário em que ele não está na escola, o colocando responsável por uma conta da casa e por aí vai.
É preciso que o jovem crie noção de responsabilidade e entenda que não terá alguém para cuidar do dinheiro para ele a vida toda. Nada melhor do que fazer isso em um ambiente de teste e não quando o jogo já está valendo, não é mesmo?
4. Mostre as consequências
Com responsabilidades, vêm também as consequências. Saber lidar com elas é fundamental. Nesses momentos, o ideal é não interferir – desde que o prejuízo não seja tão grande, é claro.
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É normal que o adolescente cometa erros, afinal, está aprendendo a ter autonomia e a cuidar do dinheiro. Abra espaço de diálogo para que ele o procure como um professor nesses momentos e não como um bombeiro. Explique onde está o erro e o ensine como não errar mais.
5. Um passo de cada vez
Com a sua experiência, hoje você provavelmente sabe a importância da educação financeira, mas o adolescente com quem você está falando provavelmente ainda não enxergou isso.
Se ele acredita que aposentadoria é algo para um futuro distante, por exemplo, ele provavelmente não vai se preocupar com isso agora. Nós, seres humanos, temos uma tendência a sermos imediatistas.
Nesse sentido, mais eficaz do que começar ensinando sobre metas de longo prazo, é entender as necessidades imediatas daquele jovem e mostrar a ele como a educação financeira pode fazer com que ele conquiste um objetivo de curto prazo.
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Se o seu filho quer muito um tênis, por exemplo, mostre a ele como ele pode poupar e fazer o dinheiro dele render para que ele consiga comprar esse tênis. Aos poucos, vá inserindo novos conceitos e aprendizados.
Lembre-se: a educação financeira é uma jornada e não uma corrida de 100 metros rasos.
E educação é sempre o melhor investimento, não acha?
Colaboração: Giovanna Castro