- O levantamento exclusivo feito pela plataforma Economatica a pedido do E-Investidor traz os cinco papéis por menos de R$ 5 mais desvalorizados do ano
- Papéis da Livraria Saraiva, Le Lis Blanc, Technos e BR Brokers aparecem na lista de maiores quedas do ano
- Com exceção da Saraiva, demais empresas têm situação patrimonial razoável, mas foram duramente impactadas pela crise do coronavírus
De fato, 2020 está sendo um ano cheio de altos e baixos. O mercado financeiro levou um grande baque em março com a precificação do impacto do coronavírus, e as quedas na Bolsa foram generalizadas. O Ibovespa chegou a despencar 30% só no terceiro mês do ano, aos 73.019,76 pontos.
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Contudo, a reabertura gradual das economias alimentou as expectativas de recuperação. Mesmo com a incerteza em relação à questão fiscal no País e a apreensão com a apuração das eleições americanas, o Ibov não cai abaixo dos 90 mil pontos desde julho – puxado principalmente por setores como e-commerce e mineração. Por outro lado, há outros tantos segmentos que seguem muito descontados.
O levantamento exclusivo feito pela plataforma Economatica a pedido do E-Investidor traz os cinco papéis cotados abaixo dos R$ 5 mais desvalorizados do ano (período entre 31 de dezembro de 2019 a 04 de novembro de 2020). A seguir, saiba os detalhes de cada companhia que aparece no ranking.
Nome | Código | Cotação no fechamento de 04/11/2020 |
Retorno (31/12/2019 até 04/11/2020) | |
1 | Saraiva | SLED3 | R$ 0,77 | -83,62% |
2 | Le Lis Blanc | LLIS3 | R$ 4,21 | -75,24% |
3 | BR Brokers | BBRK3 | R$ 1,56 | -73,56% |
4 | Saraiva | SLED4 | R$ 0,57 | -73,36% |
5 | Technos | TECN3 | R$ 1 | -72,22% |
Saraiva (SLED3 e SLED4)
Liderando o ranking de maiores baixas está o SLED3, com queda de 83,62% no ano. Seu par, o SLED4, acumula desvalorização de 75,24% em 2020e aparece em quarto lugar na pesquisa.
Ambas as ações são de centenária Livraria Saraiva.
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Em processo de recuperação judicial desde 2018, a empresa foi ainda mais prejudicada por conta do coronavírus. Grande parte das lojas da livraria estão localizadas em shoppings – que foram fechados por meses devido à pandemia.
Agora, a empresa tenta vender lojas para quitar dívidas. “As pessoas estão deixando de ir no shopping para comprar livros, sem falar dessa bagunça com a recuperação”, afirma Caio Fernandez, consultor CVM e CEO da Ivest. “Nisso a Saraiva perde muito espaço para uma Amazon, por exemplo, que tem presença digital forte”, diz.
Atualmente, SLED3 e SLED4 estão cotadas em R$ 0,77 e R$ 0,57 respectivamente.
Le Lis Blanc (LLIS3)
Na segunda colocação entre as ações por menos de R$ 5 mais desvalorizadas é da varejista de vestuário Le Lis Blanc. Os papéis da empresa, atualmente cotados a R$ 4,21, estão com queda de 75,24% no ano. A companhia também foi fortemente impactada pela pandemia, já que está em um segmento de roupas de luxo e possui muitas lojas em shoppings.
De acordo com a Restoque, dona da Le Lis Blanc, apresentou prejuízo líquido de R$ 94,4 milhões no segundo trimestre de 2020. O EBITDA ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também ficou negativo em R$ 18,4 milhões.
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“Os canais de varejo e atacado foram fortemente impactados pelo fechamento das lojas em função das medidas impostas de restrição e isolamento social, com perda de faturamento de 88,4% e 87,6%, respectivamente”, explica a empresa, em relatório. “Essa perda de faturamento foi parcialmente compensada pelo crescimento de 43,3% do canal online, que concentrou as vendas durante o período em que as lojas permaneceram fechadas.”
Technos (TECN3) e BR Brokers (BBRK3)
Na sequência de maiores quedas estão TECN3, da fabricante de relógios Technos, e a BBRK3, da companhia de intermediação imobiliária BR Brokers. Para Fernandez, as duas empresas tiveram os negócios bastante afetados pela crise, já que estão em setores não essenciais.
“A Technos comercializa relógios e, durante uma crise, isso é a última coisa com que as pessoas vão se preocupar em comprar”, afirma o especialista. “A BR Brokers também sofre com a diminuição do consumo, já que a prioridade passa a ser comprar alimentos, manter os filhos na escola, e não comprar imóvel”, pontua.
Entretanto, as empresas não são ruins patrimonialmente. “A Technos é pequena, tem baixíssima liquidez, mas tem a situação de endividamento relativamente normal”, afirma Mario Goulart, analista de investimentos da Polyface. “A BR brokers está com margens negativas, mas tem uma situação de caixa invejável”, conclui.
A companhia do segmento imobiliário apresentou o montante total de caixa e aplicações financeiras de R$ 57,7 milhões ao final do segundo trimestre de 2020. Já a fabricante de relógios apresentou endividamento líquido de R$ 61,6 milhões no período e iniciou discussões juntos aos credores e fornecedores para iniciar a renegociação de contratos.
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Para Fernandez, apesar de não serem recomendações de compra, esses são papéis para o investidor deixar no radar. “Principalmente no caso da BR Brokers, que pode ter uma luz no fim do túnel, por conta da taxa de juros baixa que deixa o custo de financiar uma casa menor.”
Hoje, a BBRK3 está cotada em R$ 1,56 Já a TECN3 está precificada em R$ 1.
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