Novos sinais de política monetária no exterior de dirigentes do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra serão monitorados pelos mercados nesta terça-feira (20). Além disso, a expectativa do investidor fica sobre a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no Brasil, que anuncia sua decisão sobre a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, amanhã (21).
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Há poucos indicadores programados para hoje, mas entre eles estão o do setor de construção nos EUA e, no mercado doméstico, a segunda prévia do Índice Geral de Preços (IGP-M) de junho e o Monitor do Produto Interno Bruto (PIB) de abril. Os investidores aguardam ainda a apreciação da proposta do arcabouço fiscal pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no Senado – assim, em seguida, o texto poderá ir ao plenário.
Na volta do feriado nos Estados Unidos, os índices futuros das Bolsas de Nova York sugerem que Wall Street poderá começar a semana em tom negativo, enquanto as bolsas europeias recuam e os mercados de ações na Ásia fecharam em queda após a decepção com o corte de juros na China mais modesto do que se previa. O petróleo está instável, oscilando perto da estabilidade.
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O banco central chinês (PBoC) cortou hoje suas principais taxas de juros em 10 pontos-base, após reduzir juros secundários ao longo da semana passada, em nova tentativa de impulsionar sua economia como era amplamente esperado. Alguns economistas, porém, esperavam um corte mais agressivo, de 15 pontos-base, em um momento em que a recuperação da segunda maior economia do mundo dá claros sinais de desaceleração.
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Na semana passada, o Fed deixou seus juros inalterados, mas também sinalizou mais dois aumentos das taxas até o fim do ano, o Banco Central Europeu (BCE) subiu suas taxas em 25 pontos-base e indicou a necessidade de mais aperto monetário para conter a inflação persistente. Também, há expectativas de que o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) aumente também suas taxas nesta quinta-feira.
No Brasil
A cautela moderada no exterior tende a inibir os ajustes na Bolsa local, que pode voltar a subir, ecoando as expectativas de início de corte da Selic em agosto, cuja intensidade, segundo operadores do mercado, deve depender do ritmo da desaceleração da inflação local.
Os investidores ficam de olho na segunda prévia do IGP-M, sob expectativas de uma deflação maior que a apontada na segunda estimativa de maio, de -1,50%. Os juros futuros e o dólar podem continuar oscilando entre margens estreitas diante da alta leve dos rendimentos dos Treasuries e os sinais mistos do dólar em relação a outras moedas rivais e emergentes ligadas a commodities, após a frustração com a intensidade do corte de juros na China e na expectativa por falas de membros de BCs, antes do desfecho do Copom, amanhã.
Ontem, os juros futuros fecharam com viés de alta em meio à liquidez reduzida pelo feriado americano, mas o otimismo com a queda da Selic e o crescimento da economia interna levou o dólar a ceder aos R$ 4,7755 (-0,92%), menor valor de encerramento desde 31 de maio do ano passado, e fez o Ibovespa mirar os 120 mil pontos.
Agenda
Os dirigentes do Federal Reserve James Bullard, de St. Louis (7h30) e John Williams, de Nova York (12h45), do Banco Central Europeu (BCE), como Elizabeth McCaul (8h45 e 10h45) e Luis de Guindos (14h10), e do Banco da Inglaterra, Jonathan Hall (11h) participam de eventos. Dados do setor de construções nos EUA (9h30) serão divulgados também no exterior.
No Brasil, estão programados a segunda prévia do IGP-M de junho (8h), a sondagem industrial de maio (10h), o Monitor do PIB de abril (10h15) e leilão de Letra Financeira do Tesouro (LFT) e de Nota do Tesouro Nacional Série B (NTN-B) (11h). Servidores do Banco Central realizam paralisação parcial nesta terça-feira. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reúne-se nesta terça-feira, às 9h, com o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes.
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*Com informação do Broadcast