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Investimentos

Trajetória de R$ 1 milhão: quanto tempo e dinheiro investir

O perfil de pessoas que pouparam o suficiente para se tornarem milionárias é de estabilidade financeira

Trajetória de R$ 1 milhão: quanto tempo e dinheiro investir
Determinação de objetivos e perfil de investimento são fundamentais para juntar R$ 1 milhão.(Envato Elements)
  • Os principais fatores para conseguir juntar valores milionários são volume financeiro disponível para poupar e tempo
  • Além disso, investimentos com rendimento aproximam pessoas do R$ 1 milhão, reduzindo o tempo necessário para juntar a bolada
  • O perfil de poupadores que chegam a R$ 1 milhão costuma ser de estabilidade financeira e altos rendimentos

As histórias de pessoas que conquistaram o seu primeiro milhão podem animar muitos a buscarem o mesmo objetivo. Mas, além de não ser uma tarefa simples e rápida, esse sonho depende de muito mais do que um simples desejo.

O perfil de pessoas que pouparam o suficiente para se tornarem milionárias frequentemente é de estabilidade financeira, e inclui boas doses de organização.

Isso porque dois dos principais fatores para se tornar um milionário são o volume financeiro poupado e o tempo de investimento. “Se quiser acumular em menos tempo, tem que aumentar o aporte, ou se quiser chegar no valor a longo prazo, precisa manter a disciplina de aportes, ainda que sejam menores”, explica Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos.

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Soma-se à quantidade investida e ao tempo disponível para juntar o dinheiro outro aspecto: como ele será aplicado. “O mercado financeiro funciona como um fermento para fazer o bolo crescer. Porém, para ter o bolo, você precisa de todos os ingredientes”, define Carlos Castro, CEO da plataforma de planejamento financeiro SuperRico.

O E-Investidor lançou uma ferramenta que calcula quanto é necessário economizar por mês para atingir os seus objetivos e conquistar o primeiro milhão. Veja aqui!

Como se organizam os poupadores milionários

Para começar, especialistas costumam dizer que acumular R$ 1 milhão, por si só, não diz muito. Isso porque as estratégias de planejamento financeiro normalmente são guiadas por objetivos que vão além da acumulação de dinheiro. O ideal é que o poupador pense em meta concretas, como aposentadoria, independência financeira ou a compra de um imóvel.

“Ter essa clareza vai ajudar a pessoa a saber como usar esse dinheiro e não fazer apenas pela acumulação”, aponta Carlos Castro, CEO da plataforma de planejamento financeiro SuperRico. O especialista diz que os casos que acompanhou de pessoas que chegaram a R$ 1 milhão passaram, invariavelmente, pela definição desses objetivos.

Vale destacar ainda que nem todos os objetivos podem ser cumpridos com R$ 1 milhão — e esse é um dos motivos para que o objetivo seja mais importante que o valor. Quem busca independência financeira ou aposentadoria, por exemplo, pode ter que juntar uma quantia superior para manter rendimentos similares ao que possui.

“Ter R$ 1 milhão não necessariamente vai dar à pessoa uma renda que que cubra o seu padrão de vida. Se você tem uma renda de R$ 10 mil, um milhão de reais aos 65 anos de idade com certeza não serão suficientes”, explica Castro.

Outro passo comum às pessoas que chegaram a R$ 1 milhão é a compreensão sobre o seu perfil de investidor. Para conseguir preservar o poder de compra do dinheiro guardado e otimizar essa poupança, será necessário aplicá-la.

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Mas existem diversas formas de investir. Pessoas que tem maior sensibilidade a riscos são consideradas de perfil conservador e alocam maior parte dos recursos em aplicações seguras, porém com menor potencial de rentabilidade.

Ao mesmo tempo, aqueles menos sensíveis tem um perfil agressivo e podem aumentar sua exposição a investimentos mais arriscados, porém com maior potencial de rentabilidade.

Como não se poupa R$ 1 milhão do dia para a noite, é com uma visão estratégica, baseada no perfil, que o investidor aloca seus recursos pensando em curto, médio e longo prazo, fazendo as revisões necessárias de acordo com mudanças do cenário econômico a fim de atingir o valor desejado no período proposto.

Quanto (tempo e dinheiro) é preciso investir para chegar a R$ 1 milhão?

A pedido do E-Investidor, a SuperRico simulou quanto seria preciso guardar mensalmente para atingir o R$ 1 milhão em três prazos diferentes (10, 20 e 30 anos). Para o cálculo, utilizou-se como base uma pessoa de 32 anos, com perfil conservador e uma carteira rendendo a juros reais (acima da inflação) de 3,03% ao ano.

Ainda foi destacado qual seria a renda passiva que essa pessoa teria com o valor acumulado, considerando que ela viva até os 100 anos — virtualmente, uma renda vitalícia.

Como pode-se ver, as quantias investidas mensalmente não são pequenas — ainda mais para quem deseja chegar ao R$ 1 milhão em pouco tempo. Segundo Carlos Castro, da SuperRico, o perfil de pessoas que não atuam diretamente no mercado financeiro, mas conseguiram cumprir metas milionárias, normalmente é de estabilidade econômica relativamente grande, formação universitária e, ainda assim, muitos anos de poupança.

Castro observa que o perfil mais comum a conseguir juntar esses valores é o de pessoas que, em geral, recebem mais de R$ 10 mil, realidade bem próxima a dos 5% mais ricos do Brasil, que possuem média salarial de R$ 11.382,00.

Já Idean Alves, da Ação Brasil Investimentos, costuma ver um perfil de ainda mais alta renda conseguindo atingir o primeiro milhão: “O perfil mais comum é o de empresários, médicos e advogados bem-sucedidos em suas áreas de atuação, profissionais que ganham em torno de R$ 50 mil mensais ou mais e que têm grande capacidade de aporte financeiro”, aponta. No País, apenas 1% das pessoas ganham mais do que R$ 29.198.

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No caso dos empreendedores, há sempre maiores incertezas, já que um projeto de negócio bem sucedido pode levar a um aumento relevante do patrimônio e aproximar a pessoa do R$ 1 milhão — ao mesmo tempo, uma minoria dos negócios chega nesse nível.

De acordo com dados do Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo de 2021, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de sobrevivência de empresas entre 2009 e 2019 foi de apenas 22,9% no Brasil.

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