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Por que Magazine Luiza (MGLU3), BTG Pactual (BPAC11) e Gerdau (GGBR4) tiveram os melhores desempenhos do dia na Bolsa

Os três papéis registraram as maiores altas no pregão da B3 desta terça-feira

Por que Magazine Luiza (MGLU3), BTG Pactual (BPAC11) e Gerdau (GGBR4) tiveram os melhores desempenhos do dia na Bolsa
Magazine Luiza. Foto: Divulgação
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  • O Ibovespa encerrou o pregão desta terça-feira (18) em alta de 2,48%, aos 102.065,35 pontos, e teve giro financeiro de R$ 28,9 bilhões
  • As três ações que mais ganharam preço foram Magazine Luiza (MGLU3), BTG Pactual (BPAC11) e Gerdau (GGBR4)

O Ibovespa encontrou combustível para retomar a linha de 102 mil pontos nesta terça-feira (18), após o desconforto do dia anterior com a possibilidade de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, estivesse a ponto de desembarcar do governo, em meio à disputa com os defensores da ampliação de gastos públicos.

Após a noite do “fico”, com a renovação pública de votos de confiança entre Guedes e o presidente Jair Bolsonaro, o principal índice da B3 fechou nesta terça-feira em alta de 2,48%, aos 102.065,35, mais do que compensando a correção do dia anterior (-1,73%), quando encerrou aos 99.595,41 pontos, no menor nível desde 13 de julho. O giro de hoje totalizou R$ 29 bilhões.

“O Guedes tem também um papel pedagógico, de contenção fiscal, e disputas sobre gastos são naturais em qualquer governo. O que não pode ocorrer é imaginar que, ao se fazer a mesma coisa, é possível obter resultado diferente”, diz Marcelo Audi, sócio-gestor da Cardinal Partners, referindo-se a erros da história recente do País, em que soluções de curto prazo acabaram comprometendo a perspectiva econômica em horizonte mais amplo.

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“Daqui até o fim do ano, há um grande desafio, de voltar à normalidade. Não há outro caminho que não seja o da normalização da situação fiscal”, acrescenta. “A partir de setembro, há três caminhos possíveis: suspensão do auxílio, o que é improvável; extensão até o fim do ano, com o mesmo valor de R$ 600, o que seria temerário; ou extensão com redução do valor, o que seria preferível do ponto de vista fiscal, especialmente se feita a partir de remanejamentos, como do Fundeb, com pouco ou nenhum efeito expansionista”, diz o gestor da Cardinal.

Em dia de busca pelo risco, somente quatro das 75 ações que compõem o Ibovespa fecharam no campo negativo. Entre todas as demais do índice, quem levou a melhor foram Magazine Luiza (MGLU3), BTG Pactual (BPAC11) e Gerdau (GGBR4). Confira o que influenciou o desempenho desses três papéis.

Magazine Luiza (MGLU3): +9,61%

As ações ordinárias de Magazine Luiza encerraram a sessão desta terça-feira em forte alta de 9,61%, a R$ 89,50, rompendo a máxima história de fechamento do papel, de R$ 87, valor alcançado em 20 de julho deste ano. O movimento veio como reação ao balanço de segundo trimestre da empresa, divulgado na noite de ontem, considerado entre casas de investimento como “muito bom” e “surpreendente”.

“O resultado do Magazine Luiza veio muito forte, bem acima do que seus principais pares (B2W e Via Varejo) apresentaram, o que evidencia que essa mudança na estrutura do varejo brasileiro, com foco no e-commerce, veio para ficar”, comenta Igor Cavaca, analista da Warren. “A força do balanço mostrou o sucesso que foi o auxílio emergencial em garantir que as faixas mais deficitárias da população continuassem consumindo mesmo com a pandemia.”

Na teleconferência realizada hoje, o CEO da empresa, Frederico Trajano, elogiou a medida, afirmando que o aumento de vendas em lojas físicas reabertas do Magalu teve a ver com o programa de transferência de renda. “Espero que o Governo reduza outras despesas menos eficientes, mas tente segurar o auxílio emergencial”, disse. Segundo ele, o benefício foi “uma das melhores medidas anticíclicas do mundo”.

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Alexandre Espírito Santo, economista da Órama Investimentos, diz que os números da empresa surpreenderam positivamente, mas ressalta que o dinheiro do auxílio não vai durar para sempre, então mantém cautela sobre a resiliência do varejo.

“A negociação de recursos nos Estados Unidos já está mais acirrada. Aqui no Brasil se continuar vai ser com o valor menor, então há o temor de uma desaceleração forte”, comenta.

BTG Pactual (BPAC11): +8,34%

As Units de BTG Pactual fecharam em alta de 8,34% (R$ 85,71), em movimento de correção após duas sessões consecutivas em queda, apoiadas com a animação do mercado com o aquecimento no movimento de oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) no Brasil.

Apuração do Broadcast mostra que mais de 30 empresas já estão na fila para abrir capital, entre elas a Sequoia, a Elfa Medicamentos, a Ez In, a companhia de varejo Grupo Mateus e o Alphaville, que voltou a apresentar seu pedido.

“Estamos vivendo um momento importante de pessoas físicas entrando na Bolsa e isso é positivo, anima as empresas a realizarem IPOs para captarem recursos, já que tem gente disposta a comprar os papéis”, diz Espírito Santo, da Órama.

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Para Igor Cavaca, analista da Warren, a participação do BTG na maior parte dos processos de IPO faz com que a ação se destaque no setor financeiro. “Os grandes bancos ainda estão pressionados com o macro, o que impede os papéis de alcançarem uma recuperação maior”, diz.

Gerdau (GGBR4): +8,16%

Continuando o movimento visto na segunda-feira (17), as siderúrgicas tiveram mais um dia de forte alta, impulsionadas com o avanço do minério de ferro na China, que indica aquecimento do setor de siderurgia chinês, além da percepção de que a recuperação da demanda doméstica por aço vai causar um novo aumento de preços na indústria.

Gerdau PN subiu 8,16% (R$ 19,49), seguida de Metalúrgica Gerdau, que avançou 7,06% (R$ 9,85), Usiminas PNA teve valorização de 6,78% (R$ 9,45), e CSN ON, 6,31% (R$ 14,82).

O presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro, acredita em uma nova onda de aumento de preços pelas siderúrgicas em outubro.

Segundo ele, depois de um primeiro trimestre bastante conturbado, há agora espaço para as usinas retomarem os preços e melhorarem um pouco a lucratividade. Os aumentos médios ficaram em torno de 10% em agosto, de acordo com Loureiro.

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*Com Estadão Conteúdo

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