- Há jogos de tabuleiros, como o Banco Imobiliários, que simulam situações que as crianças precisam saber lidar com o dinheiro
- O trabalho de educação dentro de casa pode ajudar a criança no futuro a ter uma relação com o dinheiro mais responsável na fase adulta
O hábito de conversar sobre dinheiro com as crianças não costuma ser tão comum no lar das famílias brasileiras e a ausência desse diálogo traz efeitos significativos para a vida adulta. Isso porque a falta de uma educação financeira ainda na infância torna o adulto mais suscetível ao endividamento. Mas ao contrário do que alguns possam imaginar, a conversa com os pequenos não precisa estar atribuída a responsabilidades financeiras de um adulto no seu dia a dia. Há formas mais fáceis e até lúdicas de ensinar aos filhos como ter uma boa relação com o dinheiro.
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Segundo o economista Ricardo Coimbra, os jogos infantis são aliados interessantes para os pais no processo de educação financeira dos filhos dentro de casa. “Temos os jogos tradicionais, como o Banco Imobiliário e o Dia da Mesada, da Turma da Mônica, que trabalham esses conceitos de finanças pessoais com os pequenos”, cita Coimbra. A primeira opção, por exemplo, simula o funcionamento do sistema financeiro e ganha o jogador que conseguir o maior número de propriedades e aumentar a sua fortuna.
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Ao fim da partida, o jogo, lançado em 1944, ajuda nos ensinamentos para as crianças e os adolescentes conceitos importantes da economia a partir das negociações de propriedades. Já no Dia da Mesada, da Turma da Mônica, os jogadores são colocados em situações em que precisam administrar o próprio dinheiro para não ficar com o saldo negativo. Além dessas opções, o economista cita ainda o site Atividade Digital que reúne vários jogos educativos, inclusive, sobre educação financeira, de acordo com o nível educacional da criança.
Um deles é o “Qual é o troco?”, destinado para os pequenos do 4º e 5º ano do ensino fundamental, que estimula as crianças a calcular o troco de algumas transações financeiras. “É o processo de construção contínua e os pais precisam ter essa percepção que precisam ensinar os filhos sobre finanças porque no futuro é a criança que terá que poupar e investir”, ressalta Coimbra.
Além dos jogos educacionais, há projetos, promovidos por gestoras, que promovem ações a fim de orientar os país nesse processo de ensino dos filhos. É o caso da Investo, gestora de investimento, com o lançamento neste mês de outubro a segunda fase do programa “Muito Além da Mesada”. Por meio de videocast, os educadores financeiros discutem temáticas que ajudam os pais a falar sobre dinheiro com os filhos e até planejar investimentos para o futuro das crianças.
A segunda fase também disponibiliza aos pais um jogo de tabuleiro gratuito, alinhado com as diretrizes de educação financeira incluídas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), para auxiliar neste processo de educação. “Se falamos sobre dinheiro em família de forma natural e sem tabus dentro de casa, aumentam as chances de nossas crianças aprenderem a tomar decisões financeiras mais conscientes e autônomas na vida adulta”, diz Cauê Mançanares, CEO da Investo. Os conteúdos estão disponíveis neste link.
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Há estudos em universidades que já comprovaram a eficácia da educação financeira para a vida dos pequenos no futuro. Segundo Paulo Boghosian, diretor executivo da gestora TC Pandhora, a Universidade de Stanford desenvolveu um teste, chamado Marshmallow Test (teste do marshmallow), no qual as crianças eram colocadas em duas situações: comer um marshmallow agora ou dois em daqui a vinte e minutos.
O experimento buscou avaliar a capacidade de esperar dessas crianças para ter uma gratificação maior no futuro. Os pequenos foram acompanhados por psicólogos ao longo da vida e os resultados das observações constataram que aquelas que conseguiram adiar a gratificação imediata tiveram mais sucesso.
“Nas finanças pessoais e nos investimentos, é fundamental possuir uma visão de longo prazo. Assim como crianças capazes de postergar o prazer de comer um marshmallow agora, o investidor que consegue ter um comportamento voltado para seus objetivos de longo prazo é recompensado”, diz Boghosian.