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- Há três anos, a Multiplicando Sonhos leva aulas de educação financeira para alunos do terceiro ano do ensino médio de escolas públicas
- Um dos principais ganhos em ser um voluntário é sair da sua bolha e conhecer pessoas diferentes, com realidades diferentes. Às vezes, isso significa se lembrar de quem você era e de quem você se tornou
- Para Amanda Lousada, que trabalha em mesa de operações do mercado financeiro, começar a dar aula na Multiplicando Sonhos fez com que ela começasse a estudar mais e melhorasse a sua didática na hora de traduzir seus conhecimentos técnicos
Há três anos, a Multiplicando Sonhos leva aulas de educação financeira para alunos do terceiro ano do ensino médio de escolas públicas. Quando comecei esse projeto, sabia que precisaria de gente que acreditasse no propósito tanto quanto eu e que não tivesse receio em colocar a mão na massa, dedicando algumas horas da sua semana ao voluntariado.
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Por sorte, encontrei pessoas que toparam entrar nessa jornada comigo. Hoje, somos mais de 120 voluntários – ou Multiplicadores, como gostamos de chamar – e já ajudamos na transformação de mais de 2.500 alunos em 10 escolas. Mas o mais legal disso é ver que os relatos sobre mudança de vida não partem só dos alunos, mas também dos voluntários.
Outro dia, conversando com James Takao, um dos nossos Multiplicadores, ele disse uma coisa que me marcou. “O objetivo, quando a gente entra na Multiplicando Sonhos, é de transformar os alunos, mas no final das contas, a gente também acaba se transformando”.
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Acho que James tocou em um ponto importante. Acreditamos que temos muito a ensinar aos jovens por conta da nossa experiência de vida e do nosso conhecimento sobre finanças, mas não fazemos ideia do quanto eles têm a nos ensinar até entrarmos em uma sala de aula.
Sair da bolha
Um dos principais ganhos em ser um voluntário é sair da sua bolha e conhecer pessoas diferentes, com realidades diferentes. Às vezes, isso significa se lembrar de quem você era e de quem você se tornou.
“Eu estudei em escola pública da zona leste de São Paulo, mas em algum ponto da minha vida, eu acabei entrando em uma bolha, como muita gente. Você perde um pouco de quem você é e esquece da realidade em que muitos brasileiros vivem”, conta Takao, que hoje é empresário e assessor de investimentos.
Ao ter contato com os jovens da MS, Takao expandiu a sua visão de mundo e passou a reconhecer os grandes avanços que teve na vida. Ao mesmo tempo, ele se tornou uma inspiração para muitos alunos da zona leste que, através dele, passaram a enxergar um caminho profissional que antes parecia não existir.
Habilidades
Para Amanda Lousada, que trabalha em mesa de operações do mercado financeiro, começar a dar aula na Multiplicando Sonhos fez com que ela começasse a estudar mais e melhorasse a sua didática na hora de traduzir seus conhecimentos técnicos. É notável que ela passou a se comunicar melhor desde então.
“Além da satisfação pessoal, de chegar em casa me sentindo bem e grata, estar na Multiplicando me ajudou em relação à minha dicção e minha habilidade em falar em público”, conta.
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Até mesmo a sua relação com o seu chefe e seus profissionais de trabalho melhorou, pois eles passaram a reconhecê-la como uma pessoa engajada em querer uma sociedade melhor. “O meu chefe ficou muito feliz quando eu aderi ao projeto, mesmo sabendo que eu teria que sair meia hora mais cedo do trabalho uma vez por semana”, diz.
Propósito
O voluntariado tem muitos benefícios e cada pessoa pode ter motivações diferentes a partir desse trabalho. Mas, para mim, o mais importante deles sempre vai ser o propósito. Tanto James quanto Amanda tinham algo em comum: acreditavam em um mundo melhor por meio da educação financeira. Assim como eles, Angela Biancolin, gerente de clientes na área comercial de uma empresa, também queria ajudar os jovens a cuidar melhor do dinheiro.
“Eu comecei a ensinar educação financeira para os jovens do meu círculo social porque entendia que era muito importante que eles começassem a se preocupar com isso, principalmente em um contexto em que temos menos garantias sociais”, diz.
Quando Angela conheceu a Multiplicando Sonhos, ela se sentiu realizada. Encontrou um projeto estruturado da forma que ela sempre quis, mas jamais conseguiria fazer sozinha. Se juntou a nós e viu a sua força crescer com o apoio dos outros Multiplicadores. Amanda também acredita que encontrar uma instituição sem fins lucrativos de impacto social é a melhor forma de ajudar as pessoas. “Sempre tive vontade de ajudar, mas não sabia exatamente como. Quando encontrei a MS, me identifiquei com a causa e abracei o projeto como meu também”, diz.
“Acho que cada pessoa vai encontrar um projeto social com o qual se identifica mais, a depender das suas habilidades, da sua personalidade e dos seus conhecimentos. No meu caso, é a educação financeira”, completa Amanda.
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E você, já tinha pensado que distribuir conhecimento em educação financeira pudesse trazer tantos lucros?
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Colaboração: Giovanna Castro