- Levantamento feito com inteligência artificial combinou dados de agências de classificação com relatórios de resultados das companhias.
- Klabin (KLBN4) foi considerada a empresa "mais ESG", enquanto Alliança Saúde e Participações (AALR3) foi a "menos ESG".
A startup israelense Bridgewise lançou um ranking das empresas listadas na Bolsa brasileira com as melhores e piores avaliações de práticas de sustentabilidade ambiental, social e de governança (ESG, na sigla em inglês). A plataforma usa inteligência artificial para combinar dados de agências de classificação com relatórios de resultados das companhias.
Leia também
De acordo com o levantamento, a Klabin (KLBN4) é apontada como a companhia “mais ESG” da B3. “Na indústria de embalagens e recipientes, apresenta força em todas as áreas, superando muitos de seus pares em métricas ambientais, sociais e de governança”, diz o relatório.
Já a Alliança Saúde e Participações (AALR3) registra a pior nota do ranking, ocupando a posição de companhia “menos ESG”. O documento justifica que todas as pontuações para medidas ambientais, sociais e de governança da empresa estão abaixo das médias da indústria de provedores e serviços de saúde.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Thiago Guedes, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Bridgewise no Brasil, explica que a solução foi projetada para atender à crescente demanda por investimentos sustentáveis entre investidores pessoa física e institucionais.
“Notamos um enorme interesse por parte das plataformas de negociação que desejam oferecer conteúdo ESG aos seus usuários como forma de aumentar o engajamento, o que faz sentido considerando a crescente demanda dos investidores de varejo para incluir princípios de sustentabilidade em seu processo de tomada de decisão”, aponta.
O ESG Analysis da Bridgewise conta com indicadores sobre relevância, setor e indústria. A pontuação é calculada agregando dados de agências de classificação líderes e dados públicos das companhias nos órgãos reguladores, fornecendo uma avaliação geral do desempenho ESG de uma empresa. A ferramenta fornece uma pontuação das empresas por setor, comparando o resultado entre os pares, e individualmente.
Segunda colocada no ranking das melhores práticas ESG, as Lojas Renner (LREN3) se destaca nos critérios de resíduos e estratégia climática. Já com relação ao Banco do Brasil (BBAS3), em terceiro lugar, o relatório enfatiza as medidas de saúde e segurança ocupacional, além de gestão de relacionamento com o cliente. O Bradesco (BBDC4), por sua vez, conquistou a primeira posição no setor de desenvolvimento de capital humano, e ficou como quinto colocado entre as companhias “mais ESG”.
A Fleury (FLRY3), quarta colocada, obteve pontuação acima da média da indústria em ética empresarial e influência de políticas. A empresa também alcançou a maior pontuação da indústria em ética empresarial. “Ao gerenciar ativamente as demandas legais e regulatórias, a empresa não apenas reduz os riscos possíveis, mas também sustenta uma vantagem competitiva. Esta estratégia aumenta a confiança entre as partes interessadas e apoia o sucesso empresarial duradouro”, apontou o levantamento.
Publicidade
Na ponta negativa, a Dimed S.A. Distribuidora de Medicamentos (PNVL3) foi a segunda empresa com a pior avaliação, com necessidade de aprimorar a ética empresarial e a transparência e relatórios como áreas prioritárias, segundo o estudo.
A construtora Trisul (TRIS3), por sua vez, deixou a desejar no âmbito ambiental. “A eficiência de recursos e a circularidade e a estratégia climática emergem como as métricas menos enfatizadas para a Trisul S.A.. Ao atender a essas práticas ambientais, a Trisul S.A. tem o potencial não apenas de melhorar seu impacto ecológico, mas também de fortalecer sua posição entre os pares”, destacou o documento.
Para a Bradespar (BRAP3), o relatório indica a necessidade de esforços na estratégia tributária, transparência e relatórios. E, no caso da Terra Santa Propriedades Agrícolas (LAND3), a integração e regeneração social e os direitos humanos foram consideradas as medidas mais fracas.
Procurada pela reportagem, a Alliança não quis comentar o assunto. Até a publicação, a Dimed não havia enviado posicionamento. O canal segue aberto.
Publicidade