- Segundo especialistas em educação financeira, os investidores precisam adequar os aportes mensais à sua capacidade de poupança
- Sem essa análise prévia, o dinheiro destinado para a construção da reserva financeira pode comprometer o pagamento de despesas básicas
- Os títulos de renda fixa são os mais recomendados para os objetivos financeiros de curto prazo. Veja as opções!
O mês de dezembro costuma ser o período em que as pessoas revisam e até estabelecem novos objetivos, inclusive financeiros, para serem alcançados no ano seguinte.
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Se você faz parte desse grupo e planeja construir uma reserva de pelo menos R$ 10 mil até o fim de 2024, saiba que é preciso disciplina para poupar parte da sua renda e aliar os aportes com investimentos de baixo risco e, de preferência, com liquidez diária para alcançar o valor desejado.
Os títulos de renda fixa, como Tesouro Selic e CDBs, são os mais recomendados pelos especialistas quando se tem como objetivo de curto prazo. A classe de ativos ajuda a reduzir o tempo de investimento para alcançar o valor desejado. Segundo uma simulação do C6 Bank, feita a pedido do E-Investidor, para juntar R$ 10 mil em um ano é necessário poupar R$ 783,88 por mês e aplicar o dinheiro em CDB prefixado com uma taxa anual de 11,85%.
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Sem a estratégia de investimento, o investidor teria apenas R$ 9,4 mil em um ano. Ou seja, R$ 600 a menos da meta almejada. Agora, se a opção de investimento for Tesouro Selic, os aportes devem ser um pouco maiores devido à rentabilidade: R$ 789,22 por mês.
Os valores aumentam à medida que as metas financeiras ficam mais ambiciosas. Se o objetivo for R$ 15 mil, por exemplo, as aplicações mensais em títulos de renda fixa devem ser a partir de R$ 1.175,82.
Saber quanto precisa poupar e o investimento adequado ao objetivo financeiro são os principais passos para conseguir construir uma reserva em um ano. No entanto, Larissa Frias, planejadora financeira do C6 Bank, reforça um outro requisito tão importante quanto os anteriores: a disciplina. “O melhor cenário é a pessoa investir no momento em que recebe o salário. Recebeu? Já investe o dinheiro. Há investimentos que fazem a dedução de forma programada”, diz Frias.
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O hábito condiciona a limitar os gastos e evitam que as aplicações sejam feitas em valores menores. Se o investidor for profissional liberal, o ideal é identificar quais são as melhores datas para realizar os investimentos sem comprometer o pagamento das despesas essenciais. “Se a pessoa recebe dinheiro toda a semana, por exemplo, é preciso adaptar os aportes ao fluxo de recebimento de renda”, orienta a planejadora.
Conhecer a sua realidade financeira é outro fator extremamente importante para os investidores que buscam construir algum tipo de reserva. A maioria dos especialistas em finanças pessoais orientam as pessoas a destinarem 50% da sua renda mensal para as despesas básicas, 30% para os gastos variáveis e 20% para investimentos. A estratégia ajuda os investidores a avaliar se os aportes mensais estão dentro da sua capacidade de poupança.
“As pessoas precisam colocar os valores de investimento em seu orçamento e, caso seja necessário, cortar os gastos supérfluos”, afirma Fernando Bueno, especialista de investimentos da Ágora. A atenção às despesas que podem ser evitadas não deve estar concentrada apenas nos custos de valores maiores. Os gastos pequenos também devem entrar na conta do lápis.
“Os custos de R$ 40 ou de R$ 60 com aplicativos de transporte ou com alimentação fora de casa fazem a diferença no fim do mês. É preciso ter disciplina e fazer as escolhas corretas”, diz Bueno. E se os valores da reserva mensal ainda permanecerem elevados à sua condição financeira, a alternativa é aumentar o prazo de investimentos. Segundo o especialista da Ágora, para juntar R$ 10 mil em 24 meses, as “parcelas” mensais reduzem para R$ 376 ao considerar um investimento de renda fixa com rentabilidade mensal de 0,83%.
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