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Educação Financeira

Confira 4 visões de Jordan Belfort, o Lobo de Wall Street, sobre investimentos

Bolsa brasileira, empresas de tecnologia nos EUA e ESG são alguns dos tópicos

Confira 4 visões de Jordan Belfort, o Lobo de Wall Street, sobre investimentos
Jordan Belfort. Foto: Lucas Jackson/Reuters
  • Jordan Belfort, o Lobo de Wall Street, está no Brasil e contou algumas de suas visões sobre investimentos
  • Entre os pontos abordados estão o que faria antes de começar a investir, quais características buscar em um mentor e como se tornar um bom investidor
  • Além disso, Belfort comenta sobre o momento das empresas de tecnologia dos EUA e as questões ESG

Eternizado no filme O Lobo de Wall Street, do diretor Martin Scorsese e estrelado por Leonardo DiCaprio, Jordan Belfort é uma das figuras mais conhecidas do mercado financeiro. Em visita ao Brasil, para apresentar um treinamento sobre vendas no evento Gramado Summit, o ex-corretor de bolsa nos EUA e atualmente palestrante motivacional deu uma entrevista coletiva e contou algumas de suas visões sobre investimentos.

Os pontos abordados por Belfort variam desde o que faria antes de começar a investir, passando pela atual situação das empresas de tecnologia, até questões relacionadas ao ESG (sigla em inglês para Governança Ambiental, Social e Corporativa).

Para Belfort, faz muito sentido os investidores brasileiros apostarem no mercado acionário no cenário atual com a taxa Selic em seu piso histórico, de 2% ao ano. Confira abaixo quatro tópicos sobre as visões do Lobo de Wall Street sobre investimentos.

Educação financeira e a escolha do mentor

Antes de começar a comprar e vender ações, no entanto, Belfort conta qual seria sua atitude se fosse um investidor iniciante no País cujo mercado não conhece muito bem.

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“A primeira coisa que faria se fosse brasileiro seria me educar e começaria com pouco dinheiro para sentir como é o mercado e como ele funciona”, diz ele.

Além disso, outra dica é procurar um mentor para ajudar em seus investimentos. Nesta etapa, contudo, é importante ficar atento a ‘falsos mentores’. “Muitos querem vender cursos. Escolha um mentor que já tenha feito o que você busca da melhor forma e nos níveis mais altos”, afirma.

Belfort ressalta ainda que é fundamental que o mentor seja acessível e saiba ensinar. Segundo ele, não adianta ser alguém que não tem tempo de te atender ao telefone e não seja um bom professor.

“Os melhores jogadores nem sempre são os melhores treinadores. Então, tem que procurar alguém que foi bom no que fez e que seja acessível e um bom professor”, recomenda.

Como se tornar um bom investidor

Para o Lobo de Wall Street, há duas formas de se tornar um bom investidor. A primeira delas é traçar uma boa estratégia para saber quais ações comprar e quando vendê-las. “Acho importante comprar as ações certas e segurá-las por três ou quatro anos. É mais fácil fazer dinheiro assim do que movimentá-las rapidamente”, diz Belfort.

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Já o segundo modo de aplicar da melhor forma é saber lidar com suas emoções. “Tem que ter o mindset certo, porque tem muitas pessoas que perdem dinheiro, ficam emotivas por isso, com medo, e as piores decisões são feitas quando estamos com medo”, afirma ele.

Por isso, Belfort frisa a importância de começar a investir com um montante baixo. “Se a pessoa começar e já se colocar em uma posição onde o prejuízo pode destruí-la financeiramente, o medo será maior e ela terá que lidar com mais emoções”, comenta o palestrante, salientando que um bom mentor vai ajudar o investidor a não cometer este erro e irá ajudá-lo a traçar uma boa estratégia para que se sinta confortável aplicando no mercado.

O ‘boom’ de empresas de tecnologia nos EUA

Em Nova York, o Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq acumularam perdas de 2,28%, 3,92% e 5,16%, respectivamente em setembro e um dos fatores para esta queda foi o tombo das empresas de tecnologia no mês. Para Belfort, este setor deve ser olhado com cautela, pois há tanto empresas que justifiquem seu bom desempenho como aquelas que sobem sem motivos, caracterizando uma bolha.

Segundo o palestrante, cada empresa deve ser analisada caso a caso antes de tomar a decisão se vale a pena ou não adquirir o papel. “Tem que olhar para como a companhia vai agir nos próximos três ou quatro anos e para onde a empresa vai. Eu não compraria empresas que não tem um modelo de negócio provado e não conseguem justificar o preço alto da ação.”

Em relação a Tesla (TSLA), que já se valorizou mais de 430% em 2020 e se tornou a montadora mais valiosa do mundo, mesmo vendendo menos carros que suas concorrentes, Belfort destaca que o forte desempenho da ação ocorre por conta da credibilidade no mercado de seu fundador, Elon Musk. “A Tesla é uma anormalidade, pois está muito ligada a Musk e a quanto as pessoas acreditam nele.”

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Apesar de reconhecer que a TSLA realmente esteja com um preço alto, o Lobo de Wall Street não descarta que a empresa esteja nos patamares de Apple, Amazon e Facebook como uma companhia sólida. “Eu não apostaria contra Musk”, afirma Belfort.

ESG é importante, mas não porque o mundo está acabando

Empresas que não assumem compromissos com a pauta ESG (sigla em inglês para Environmental, Social and Governance) em seus negócios são cada vez mais preteridas pelos investidores. Afinal, preservar o meio ambiente é uma demanda cada vez maior, principalmente da geração mais nova, e as empresas que não se adaptam à nova realidade estão perdendo a atratividade no mercado.

Belfort considera a preocupação legítima e apoia a causa, tanto que aposta, por exemplo, no ramo de energia solar nos EUA. “Claro que precisamos proteger o meio ambiente e qualquer coisa feita neste sentido é uma boa. Quero deixar um meio ambiente bom para os nossos filhos e netos.”

O Lobo de Wall Street afirma, no entanto, que a pauta não deve ser adotada pelas empresas com a justificativa que estão salvando o mundo para serem vistas com bons olhos pela sociedade.

“Eu não acho que o ESG deve ser buscado com a desculpa de que a Terra vai acabar em dez anos, isso não faz sentido”, diz Belfort.

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