Na bolsa de valores brasileira, 36 ações de 30 empresas com as melhores performances sob o aspecto ESG (Environmental, Social and Governance) compõem o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). Criada em 2005, a carteira teórica de 2020 engloba 37,62% (R$ 1,64 trilhão) do valor total do mercado acionário do Brasil, segundo dados da B3. Em português, a sigla ESG é representada por ASG (Ambiental, Social e Governança Corporativa).
O ISE é apenas um entre os 23 índices que compõem o mercado de capitais nacional. Para fazer parte da carteira, a empresa precisa cumprir uma série de requisitos da sustentabilidade corporativa, baseada em eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa.
Além disso, as companhias são aprovadas pelo Conselho Deliberativo do ISE (CISE), que tem como missão garantir um processo transparente de construção do índice e de seleção das empresas. O órgão é composto por 11 instituições que na prática escolhem as integrantes do índice dentre uma extensa lista de empresas elegíveis.
Atualmente, 27 papéis que compõem o ISE também fazem parte do Ibovespa, o principal índice da B3. Até às 11h40 desta quarta-feira (26), o ISE tem alta agregada baixa anual de 6,06%, aos 3.889,56 pontos. Já o IBOV cai 12,05% em 2020.
Confira as ações que compõem o ISE
Empresa
Cotação
Variação no ano
Banco do Brasil (BBAS3)*
R$ 33,45
-35,17%
Bradesco (BBDC3)*
R$ 19,72
-35,95%
Bradesco (BBDC4)*
R$ 21,28
-34,90%
BR Distribuidora (BRDT3)*
R$ 22,30
-25,84%
BRF (BRFS3)*
R$ 20,38
-42,10%
Braskem (BRKM5)*
R$ 24,28
-18,66%
B2W (BTOW3)*
R$ 114,91
82,80%
CCR (CCRO3)*
R$ 13,50
-27,18%
Cielo (CIEL3)
R$ 5,03
-39,69%
Cemig (CMIG3)
R$ 11,00
-29,44%
CemigCMIG4
R$ 10,80
-21,68%
Copel (CPLE3)
R$ 63,22
-8,51%
Copel (CPLE6)
R$ 63,51
-8,05%
Duratex (DTEX3)
R$ 15,90
-4,90%
Ecorrodovias (ECOR3)*
R$ 13,52
-17,06%
Engie (EGIE3)
R$ 42,75
-15,85%
Eletrobras (ELET3)*
R$ 37,42
3,11%
Eletrobras (ELET6)*
R$ 37,55
2,62%
Energias (ENBR3)*
R$ 17,66
-17,90%
Fleury (FLRY3)*
R$ 24,99
-16,14%
Itaúsa (ITSA4)*
R$ 9,84
-27,49%
Itaú Unbanco (ITUB3)
R$ 23,37
-24,47%
Itaú Unibanco (ITUB4)*
R$ 24,52
-31,79%
Klabin (KLBN11)*
R$ 26,58
44,54%
Lojas Americanas (LAME3)
R$ 27,98
42,10%
Lojas Americanas (LAME4)*
R$ 32,82
26,72%
Light (LIGT3)
R$ 16,13
-32,11%
Lojas Renner (LREN3)*
R$ 42,12
-24,77%
Movida (MOVI3)
R$ 16,98
-10,68%
MRV (MRVE3)*
R$ 19,14
-11,18%
Natura (NTCO3)*
R$ 50,50
30,59%
Santander (SANB11)*
R$ 29,25
-37,92%
AES Tiete (TIET11)
R$ 15,05
-2,78%
TIM (TIMP3)*
R$ 14,77
-5,26%
Telefônica Brasil (VIVT4)*
R$ 49,65
-9,45%
WEG (WEGE3)*
R$ 66,75
93,53%
Fonte: Estadão/Broadcast *Ação compõe o Ibovespa
ISE deve conquistar relevância no mercado
Apesar de ser considerado um índice pequeno dentro da B3, o ISE deve ganhar destaque dentro da bolsa nos próximos meses e anos, segundo especialistas consultados pelo E-Investidor. “A onda por investimentos ESG é global. Lá fora já se consolidou e aqui vai seguir a mesma tendência”, diz Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos.
Com isso, cada vez mais os investidores irão buscar empresas com boas práticas no assunto e o índice ganhará cada vez mais importância. “Ele será o Ibovespa das companhias com os melhores ESG”, afirma Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos.
Portanto, conforme a demanda dos investidores por empresas ESG for crescendo, o ISE tende a elevar sua relevância dentro da B3. “Ele traduz para o investidor as empresas com os menores riscos ambientais, sociais e de governança corporativa”, comenta Franchini.
“Sua importância ainda é muito embrionária, mas a tendência é ganhar notoriedade na B3”, comenta Carvalho, da Toro, salientando que a empresa pertencer ou não ao ISE vai se tornar um critério relevante de tomada de decisão do investidor em um futuro próximo.
Empresas vão querer estar dentro do ISE
Com a crescente demanda dos investidores por empresas ESG, mais companhias vão desejar compor o índice, pegando carona para se valorizarem. “As empresas estão percebendo que, além de bom para a imagem, o ESG também é positivo financeiramente”, diz Franchini, da Monte Bravo.
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Carvalho lembra que muitas gestoras internacionais já moldaram sua análise para levar em conta a pauta ESG. Deste modo, a tendência é que o ISE vai ganhe mais peso na avaliação tanto dos grande como dos pequenos investidores. E as companhias estão percebendo este movimento.
“Vai valer cada vez mais a pena a empresa fazer esforços para estar dentro do índice, principalmente para ficar mais atrativa aos investidores internacionais que fazem grandes aportes”, comenta o analista da Toro.
Ou seja, um fator puxa o outro e o ISE tende a ganhar relevância conforme o interesse no índice aumente. “É uma direção que não tem volta”, afirma Franchini.