A Arábia Saudita pode não ser o primeiro destino na sua lista de viagens, até porque o país só começou a receber turistas no ano de 2019. No entanto, o reino tem intensificado as ações para aliviar a reputação de ser um dos países mais conservadores do mundo e se tornar um destino cultural global. Já fiz duas visita ao país e digo com propriedade que essa é uma das viagens mais exóticas e diferentes que você pode fazer. Nesta reportagem, você pode checar como foi a minha experiência por lá.
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Acontece que o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman tem apostado todas as fichas no projeto Vision 2030, que busca modernizar e diversificar a economia saudita. Para isso, o reino tem trabalhado em algumas agendas culturais, como o festival no Boulevard World, que reúne anualmente dezenas de restaurantes, espetáculos teatrais, concertos e centenas de experiências interativas. Nessa toada, o reino do Oriente Médio também tem utilizado a arte como uma ferramenta poderosa para atrair mais turistas e investidores ocidentais para o país – hoje dependente da exportação de petróleo.
Neste mês, por exemplo, a capital Riade convidou escultores do mundo inteiro para a quarta edição Tuwaiq Sculpture com o objetivo de transformar as ruas em uma verdadeira galeria de arte. Todos os anos, o simpósio promovido pelo Riyadh Art abre inscrições para artistas de todo o mundo compartilharem suas ideias e, se selecionados, criarem esculturas que se tornam parte de Riade. Durante o evento, o público também é engajado a participar nos programas comunitários, que incluem workshops interativos e debates culturais para os residentes locais e visitantes estrangeiros.
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“O Tuwaiq é uma plataforma mundial para a arte, que incentiva a autoexpressão através de um diálogo entre tradição e modernidade. Apresentando artistas ilustres e um amplo programa de envolvimento público, o evento ferece experiências transformadoras e inspiradoras, contribuindo efetivamente para a posição de Riade como um centro cultural próspero”, disse Marek Wolynsk, curador responsável pela edição.
Em termos de regras sociais, as autoridades relaxaram bastante nos últimos anos. O turista pode ir despreocupado em termos de circulação no país, mas é recomendado o uso de “peças modestas”, que cubram os ombros e joelhos. No início deste ano, inclusive, uma loja de bebidas alcoólicas foi aberta em Riade pela primeira vez – até então, o país proibia o consumo de álcool desde o início da década de 1950.
Como viajar para a Arábia Saudita
Do ponto de vista financeiro, o principal gasto para visitar Riade é com as passagens aéreas. Em média, o preço de uma passagem de ida e volta começa em R$ 5 mil – saindo de São Paulo. Por outro lado, os hotéis – assim como em outras regiões do Oriente Médio – oferecem valores mais atrativos. Não faltam opções de hospedagens 4 estrelas e bem localizadas a partir de R$ 300 a diária, por exemplo.
No final, tudo vai depender do seu orçamento. Em termos de alimentação, se você busca uma opção mais rápida, como um fast food, há uma variedade de refeições por preços que variam de US$ 3 a US$ 10. Nos restaurantes, é possível encontrar pratos com a culinária local por US$ 10 a US$ 20.
Já quem separou um orçamento de nível médio, o custo por refeição pode sair entre US$ 20 e US$ 50. Com esse budget, é possível conhecer alguns restaurantes com diferentes combinações de pratos locais e internacionais. Agora, se você procura fazer uma viagem de luxo, há dezenas de restaurantes sofisticados na Arábia Saudita; aqui, os preços variam de US$ 80 a US$ 200 por refeição.
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O país também oferece uma infinidade de atrações fascinantes. Enquanto alguns pontos turísticos populares, como a cidade histórica Diriyah e o parque King Abdullah Park (em Riade), liberam a entrada gratuita, outros podem cobrar uma taxa de entrada de US$ 5 a US$ 20 por pessoa. Por outro lado, a região oferece uma série de experiências exóticas, como safáris e passeios no deserto; neste caso, o valor sobe entre US$ 50 e US$ 200 por pessoa.
Em resumo, os valores realmente podem variar dependendo das suas escolhas e estilo de viagem. Organizar as finanças, no entanto, é essencial para uma viagem internacional. Sempre recomendo iniciar o planejamento com pelo menos 6 meses de antecedência, de forma que seja possível estabelecer um orçamento que considere boa parte dos custos envolvidos, como as passagens aéreas, hospedagem, alimentação, transporte e atividades.
A partir desse ponto, comece a economizar e faça pesquisas de frequentes para comparar os preços entre diferentes companhias aéreas, hotéis e experiências. Essa é a melhor forma de evitar dívidas e garantir uma viagem internacional tranquila sem ter que se preocupar com os boletos na volta!
Um resumo do que você precisa saber
Documentação: O viajante precisa ter um passaporte com pelo menos 6 meses de validade, uma página livre para o carimbo e visto. Para solicitar a entrada, os brasileiros devem contratar uma assessoria privada, como a Global Visa – empresa recomendada pela embaixada saudita. Há uma outra opção: se você possui o visto americano válido, a entrada é liberada na Arábia Saudita.
Voos: Não há voos diretos para a Arábia Saudita. As principais rotas saem de São Paulo e Rio de Janeiro, com uma escala que pode passar por Dubai, Turquia e até Etiópia. O tempo de viagem varia entre 17 e 24 horas.
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Onde se hospedar em Riade: Não faltam opções para se acomodar em Riade. O distrito com a melhor localização para os turistas é Al Olaya, próximo do principal centro comercial da cidade e da avenida que conecta outras atrações.
Deslocamentos: Como o transporte público ainda é limitado na capital saudita, a melhor opção é se locomover com táxi ou aplicativos, como Uber e Careem. Lembre-se de fazer o download das plataformas antes de embarcar!
Moeda local: A moeda nacional é o Rial Saudita, a SAR. O valor frente ao real é de aproximadamente R$ 1,50 para cada 1 SAR. Em geral, vale a pena levar dólar em espécie e fazer a conversão em casas de câmbio direto no país.
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