Após três pregões consecutivos de alta, em que subiu 1,24% e se aproximou do nível psicológico de R$ 5,00 no fechamento, o dólar à vista abriu a semana em leve queda no mercado doméstico de câmbio.
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Segundo operadores, as perdas da moeda americana em relação ao euro e a algumas divisas emergentes pares do real, como o pesos mexicano e colombiano, abriram espaço para ajustes e movimentos pontuais de realização de lucros.
Apesar do leve refresco hoje, analistas afirmam que o real e seus pares latino-americanos ainda estão sob pressão diante do rearranjo das apostas em torno do início e da magnitude do cortes de juros pelo Federal Reserve. Na quarta-feira (28), sai a segunda leitura do PIB americano no quatro trimestre de 2023. Mais esperado, o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) – medida de inflação preferida pelo banco central americano – será divulgado na quinta-feira (29).
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Por aqui, amanhã o IBGE informa o IPCA-15 de fevereiro. À espera da agenda carregada da semana e sem fatos novos para sustentar apostas mais contundentes, o mercado trabalhou em ritmo lento e com liquidez reduzida. Com oscilação de menos de três centavos de real entre a mínima (R$ 4,9710) e a máxima (R$ 4,9960), o dólar à vista fechou a R$ 4,9815, em queda de 0,23%. Principal termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para março movimentou menos de US$ 10 bilhões.
Em fevereiro, a moeda americana apresenta ganhos de 0,90%. Segundo a economista Cristiane Quartaroli, do Ouribank, a cautela pautou os negócios hoje, com investidores na expectativa, sobretudo, pela divulgação do PCE, que pode ratificar a perspectiva de corte de juros nos EUA apenas a partir de junho ou julho. “Com isso, embora a taxa de câmbio esteja cedendo hoje sem um grande motivo aparente, ainda está em nível elevado”, afirma Quartaroli.
No exterior, o índice DXY – termômetro do comportamento do dólar em relação a seis moedas fortes – trabalhou em queda moderada, abaixo da linha dos 104,000 pontos, sobretudo em razão de perdas de cerca de 0,20% da moeda americana em relação ao euro. O dólar apresentou comportamento misto na comparação com divisas emergentes e de países exportadores de commodities. As principais divisas latino-americanas, à exceção do peso chileno, avançaram após o tombo da semana passada.
Para o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, o nível atual da inflação nos EUA, se ratificado pelo PCE, tende a castigar as moedas emergentes, uma vez que leva parte do mercado a trabalhar com a possibilidade de que não haja redução de juros pelo Fed ainda no primeiro semestre. “Tenho uma grande dúvida sobre como será a postura do Copom com esse ambiente de juros nos EUA.
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Na minha visão, se o Banco Central brasileiro continuar nesse ritmo de cortes mesmo com os níveis atuais das taxas americanas, o real pode ser mais pressionado”, afirma Velloni. À tarde, a da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou que a balança comercial brasileira teve superávit de US$ 1,484 bilhão na quarta semana de fevereiro (dias 19 a 25). No mês, o superávit acumulado é de US$ 4,571 bilhões e, no ano, de US$ 11,097 bilhões.