O Itaú recomenda que os clientes elevem sua alocação na Bolsa de neutro para um nível acima do neutro +1, mostra relatório enviado à imprensa nesta segunda-feira (25). O Itaú não recomendava uma exposição em Bolsa acima do neutro desde outubro de 2023.
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Segundo o relatório assinado pelo Chief Investment Officer do Itaú, Nicholas McCarthy, a correção vista no início de ano na bolsa brasileira abre uma boa janela de oportunidade de compra para o investidor.
Ele comenta que o cenário internacional é benigno, com a expectativa do começo de um ciclo de cortes de juros pelo banco central estadunidense, o Federal Reserve (Fed), que deve servir como um impulso para ativos de risco globais.
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“Outros fatores são o afrouxamento monetário local em curso, o crescimento robusto nos lucros das empresas brasileiras à frente, os múltiplos significativamente descontados tanto em relação à média histórica quanto aos pares emergentes e o posicionamento muito leve dos investidores locais na classe, que deve aumentar à medida que a taxa Selic atinja níveis mais baixos”, diz McCarthy.
No cenário econômico, o Itaú estipula que a economia brasileira deve crescer 2% em 2024, o que também deve gerar uma perspectiva mais positiva para as concessões de crédito.
Se na Bolsa o banco recomenda aumento de alocação, na renda fixa prefixada, o ideal é apenas manter os atuais investimentos, ou seja, o banco está neutro nesta classe de ativos.
“Na renda fixa, os preços atuais embutem uma Selic ao final do ciclo de redução de juros próximo a 9,5%. Entretanto, ao analisarmos a conjuntura macroeconômica, ainda vemos maior chance de surpresa para baixo do que para cima deste patamar”, explica McCarthy.
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Sobre os EUA, o especialista do Itaú também comenta que pouco importará se o início do corte de juros pelo Fed vier com atraso de apenas alguns meses, considerando apenas o horizonte de médio prazo estimado pelo analista.
“Caso nossa visão de que a economia americana apresentará um quadro de pouso suave ou leve recessão se confirme, é possível que o Dólar entre em uma trajetória de desvalorização mais clara, que poderá reverberar por aqui em um Real mais valorizado, ajudando uma queda da Selic mais intensa”, detalha McCarthy.
Por causa desses fatores, ele estima que a renda fixa é atrativa, em especial o juro real, devido à preservação do poder de compra que ela proporciona. Já a compra de moedas estrangeiras não é recomendada, justamente pelo fato do banco estimar que o real deve se valorizar.
“Continuamos a enxergar fundamentos sólidos para uma valorização do Real. Não obstante, quando consideramos a distribuição de risco dentro de nossas carteiras, a relação risco e retorno da renda fixa, e agora também da renda variável, nos parecem mais atrativas. Assim, permanecemos sem alocação em moedas”, salienta McCarthy.
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