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Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3) são escolhas melhores que BRF (BRFS3), diz Credit Suisse

Relatório do banco revisou suas recomendações de investimento dos três frigoríficos do Ibovespa

Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3) são escolhas melhores que BRF (BRFS3), diz Credit Suisse
(Paulo Whitaker/ Reuters)
  • Marfrig vive bom momento, com operação norte-americana mantendo margens elevadas para os padrões locais
  • No caso da JBS, o bom controle de custos das divisões bovina e suína nos EUA também favoreceu a manutenção de margens satisfatórias
  • Já os resultados da BRF devem ser mais prejudicados pela pandemia, que fez cair a demanda por proteínas animais nos países islâmicos

O Credit Suisse aproveitou a iminente temporada de balanços do terceiro trimestre para atualizar suas recomendações de investimento para os três frigoríficos listados no índice Bovespa, com base em projeções dos resultados dessas empresas.

Em relatório publicado nesta segunda-feira (26), o banco manteve a nota Outperform (que expressa uma crença de que a companhia tem condições de entregar retorno melhor que seus pares) para a Marfrig e a JBS.

Já a BRF foi rebaixada para recomendação neutra, principalmente em função da forte alta dos preços dos grãos, que deve pressionar a lucratividade da empresa no segundo semestre deste ano e também em 2021.

Marfrig vive momento positivo, com margens elevadas

A recomendação de compra da Marfrig se deve ao bom momento que a companhia vem atravessando. A National Beef, frigorífico americano do qual a empresa detém pouco mais de 80% das ações, continua operando com spreads elevados para os padrões locais, o que deve render margens atrativas para a empresa no próximo trimestre.

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A principal explicação para isso está nos preços baixos do boi gordo no período (quase 2% abaixo do trimestre anterior), enquanto o preço da carne bovina se estabilizou em um patamar elevado.

Já no mercado sul-americano, o preço do gado teve aumento de 14% sobre o trimestre anterior, enquanto os preços de exportação do Brasil estão em baixa (recuaram 6,7%), o que deve comprimir as margens de lucro da companhia.

De acordo com estimativas do banco, o faturamento anual da companhia deve subir 29,6%, para R$ 16,5 bilhões, e o Ebitda deve crescer 49,1%, para R$ 2,2 bilhões, com margem de 13,5%.

Controle de custos favoreceu divisões da JBS

O Credit Suisse avalia que as operações de bovinos e suínos da JBS nos Estados Unidos sejam positivas no terceiro trimestre. O bom controle de custos das duas divisões permite projetar margens de 9,5% para a USA Beef e 8,8% para a US Pork – a título de comparação, no terceiro trimestre de 2019 essas margens eram de 10,9% e 8%, respectivamente.

“As margens poderiam ter sido ainda maiores se a dinâmica do mercado australiano não tivesse sido tão fraca no terceiro trimestre, com o gado subindo 17,5% no ano, enquanto os preços de exportação da carne avançaram apenas 4,3% no período”, escreve o relatório.

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Outros fatores positivos são a recuperação do canal de foodservice nos EUA e a retomada dos spreads nas operações no México. Eles devem ajudar as margens a subirem 4,5 pontos percentuais, para 8,5% no trimestre.

No Brasil, as divisões Seara e JBS Brasil devem ter as margens achatadas pelo aumento de custos com grãos e gado. Mesmo assim, essas margens devem permanecer em bons 15,5% na Seara (queda de 1,4% sobre o trimestre anterior) e 8,0% na JBS Brasil (-4,4%).

Os resultados projetados pelo banco para a JBS no terceiro trimestre são sólidos: receita líquida de R$ 68,3 bilhões (+ 30,9% sobre o mesmoperíodo do ano passado) e Ebitda de R $ 7,1 bilhões (+ 20,2%), com margem de 10,4%.

Pandemia deve atrapalhar resultados da BRF

Já para a BRF, o cenário não é tão positivo, embora melhor que o que havia sido esperado pelo banco. Os mercados brasileiro e asiático devem ser os destaques positivos. A demanda por alimentos processados ​​no Brasil ainda é forte, os preços de aves e suínos no mercado doméstico da BRF se recuperaram e a demanda da China por proteínas animais permanece sólida, aliada a um câmbio favorável.

Por outro lado, as operações com distribuição direta para os mercados islâmicos devem andar de lado, com redução das exportações para Arábia Saudita e Iraque e um desaquecimento da demanda do foodservice em razão da pandemia.

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Aliás, os custos relacionados ao coronavírus também devem continuar pressionando a rentabilidade da empresa no trimestre, representando uma despesa total de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões.

Pelas projeções do Credit Suisse, a receita líquida da BRF será de R$ 9,7 bilhões (alta de 14,4% sobre o mesmo período do ano passado) e Ebitda de R$ 1,1 bilhão (queda de 3%), com margem de 11,4%.

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