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“Setor aéreo está se recuperando em ‘V'”, diz presidente da Smiles (SMLS3)

Segunda onda de covid-19 é a grande ameaça à retoma do setor aéreo

“Setor aéreo está se recuperando em ‘V'”, diz presidente da Smiles (SMLS3)
(Foto: divulgação)
  • Smiles surpreendeu ao reportar lucro líquido de R$ 50 milhões no terceiro trimestre
  • Milhas e crescimento da Gol no mercado doméstico explicam bom desempenho
  • Segunda onda de covid-19 pode afetar previsões de retomada dos voos internacionais

(Cristian Favaro, Estadão Conteúdo) – O diretor presidente da Smiles (SMLS3), André Fehlauer, destacou que o setor aéreo, assim como os negócios da companhia de fidelidade, estão registrando uma recuperação em ‘V’ desde o pior da crise, em abril. A retomada, disse, surpreendeu a equipe no terceiro trimestre, cujos números da companhia foram divulgados na noite desta terça-feira (27).

“Abril foi um mês péssimo. No segundo trimestre já conseguimos ver uma recuperação e no terceiro trimestre o movimento continuou. Estamos claramente em uma recuperação em V e voltando mais rápido do que a gente achou que fosse conseguir”, disse o executivo ao Estadão/ Broadcast.

A Smiles reportou um lucro líquido de R$ 50,2 milhões no terceiro trimestre, queda de 66,4% na comparação anual, mas revertendo o resultado negativo em R$ 350 mil do trimestre imediatamente anterior. No geral, a empresa ainda sofreu com a fraqueza do setor aéreo no período, principalmente da Gol (GOLL4), acionista e principal parceria da Smiles.

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Fehlauer destacou alguns números da empresa que reforçam a tendência de melhora, como o crescimento no faturamento de 40% no terceiro trimestre contra o segundo, para R$ 450 milhões, assim como o acumulo de milhas, que em setembro ficou 4% acima do que foi registrado em igual mês de 2019. A tendência, acrescenta, segue no mês de outubro, em que os números devem apresentar melhoras. O executivo, entretanto, desconsiderou uma retomada total do setor ainda neste ano.

“Estamos vendo uma recuperação forte, sobretudo no mercado doméstico por causa da Gol”, disse. A empresa conseguiu encontrar suporte ainda em outras receitas, como na elevação do volume de milhas resgatadas por meio do Shopping Smiles.

Milhas ajudaram na recuperação da Smiles

O executivo explicou que um suporte importante para os números no terceiro trimestre veio das milhas dos bancos parceiros. As instituições, disse, estavam relutantes até de falar com os clientes sobre viagens e transferências de milhas no início da crise. As próprias compras com cartão de crédito caíram e, com o dólar mais forte, menos milhas foram geradas.

“No trimestre, nós vimos uma volta nessa transferência com força”, disse. O executivo afirmou ainda que os cartões co-branded se mostraram uma surpresa boa no período de crise e foram muito mais resilientes. “Nos sofremos muito menos no Clube Smiles e no segmento de clientes com o Cartão co-branded”, disse, apontando maior engajamento dessa parcela. Somente o cartão co-branded, explica, cresceu 25% no trimestre na comparação anual.

Leia também: Aéreas fazem dinheiro com programas de milhas na pandemia. Adivinha quem paga?

Segunda onda de covid-19 é a maior ameaça ao setor aéreo

Os desafios, entretanto, ainda existem. Fehlauer disse que paira ainda sobre o setor as dúvidas sobre uma segunda onda, que já é realidade em alguns países da Europa.

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Fehlauer foi questionado também sobre as disputas envolvendo a empresa e os minoritários por causa da compra antecipada de passagens da Gol. As negociações mais recentes levaram para o caixa da Gol mais de R$ 1,5 bilhão. Os minoritários afirmam que essa transferência é praticamente um empréstimo feito em condições extremamente vantajosas para a aérea, que é sócia da Smiles – por isso, os minoritários apontam conflito de interesse.

Questionado, o executivo defendeu a compra, que, segundo ele, favoreceu a empresa nesse momento de retomada. “O negócio é bom para a Smiles e também bom para a Gol”, disse. Ele afirmou que a empresa não tem no radar novas antecipações neste formato.

Mercado internacional é a maior dúvida da Smiles

A maior dúvida hoje está no mercado internacional, cuja retomada ainda é uma incógnita. Mesmo assim, a empresa olha com otimista para o setor. Em fevereiro, American Airlines entrou como parceria da Smiles e hoje assumiu a liderança como a empresa que mais emite fora a própria Gol. “A Argentina anunciou agora que no dia primeiro de novembro vai começar a liberar os voos”, disse, sinalizando ainda dúvidas sobre quando este mercado deve começar a retomar de forma mais consistente.

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