Após abrir seu capital na Nasdaq em 2020, a Vitru Educação (VTRU) deixou os EUA e migrou para a B3 nesta segunda-feira (10), buscando maior liquidez para as ações da companhia a médio prazo, além da redução de custos, especialmente os relacionados a assessoria legal em dólar.
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A companhia passa a ser listada na bolsa brasileira a partir do pregão desta segunda-feira (10). O CEO da Vitru, William Matos, afirmou ao Broadcast que a migração busca ampliar o leque de investidores institucionais e fundos de pensão, que muitas vezes não acessam o mercado externo.
O executivo destaca ainda que a empresa chega em um patamar diferente no mercado interno. “A gente chega na B3 entre os três maiores players do setor listado na Bolsa de Valores, com um olhar muito melhor.” No primeiro trimestre do ano, a companhia registrou um lucro líquido ajustado de R$ 35,3 milhões, uma queda de 56,8% na comparação anual.
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No guidance (projeções) divulgado em maio deste ano, a empresa disse estimar uma receita líquida de R$ 2,15 bilhões a R$ 2,25 bilhões em 2024, após fechar o ano passado com R$ 1,96 bilhão. Para ele, mesmo diante de números fortes, a companhia não recebia tanto destaque lá fora.
“Nós éramos um peixe pequeno num gigante [na Nasdaq], onde você tinha muitos tubarões. Mesmo entregando tudo o que prometemos no IPO (Oferta Pública Inicial), não éramos vistos da maneira que, talvez, mereceríamos como companhia”, afirma o executivo em entrevista.
Mesmo com a migração, Matos ressalta que a listagem inicial na Nasdaq foi adequada às condições de mercado de 2020, mas a visibilidade limitada e o contexto global mudaram, justificando a transferência.
“A empresa se via limitada em um mercado dominado por grandes corporações, o que afetava a visibilidade e o reconhecimento. Eu sou uma small cap lá fora, então vir para o Brasil não foi só por conta de custo, mas obviamente essa conta vai melhorar daqui a um ano, porque a gente tem um período regulatório para corrigir custos”, explicou Matos.
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A gerente de Relações com Investidores da Vitru, Maria Carolina Gonçalves, destaca que a migração já tem dado frutos, considerando que, segundo ela, fundos grandes e novos que não cobriam a companhia passaram a demonstrar interesse. “Saímos de uma small cap (companhias consideradas pequenas) estrangeira na Nasdaq e chegamos à B3 entre as três principais empresas do setor.
Estamos sentindo essa mudança acontecer na agenda diária da companhia. Fundos grandes têm nos procurado, claro, porque há uma expectativa de que, estando aqui, a concorrência pelo nosso papel aumente”, afirma.
Futuro Para Matos, o foco no digital será um dos diferenciais da companhia no mercado brasileiro, considerando o crescimento que esta categoria ganhou nos últimos anos, tanto pela praticidade, quanto por dar acesso ao ensino superior para classes sociais diversas.
Dentre os planos de expansão, a Região Sudeste, especialmente São Paulo, é um dos focos, dado o potencial de crescimento. Gonçalves menciona que os esforços da companhia estão em aumentar a eficiência da companhia em reduzir a Provisão para Desenvolvedores Duvidosos (PDD) até o final de 2024 e ajustar os custos de marketing ao longo do ano.
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“Como todo o mercado, temos uma pressão de PDD, mas queremos demonstrar um ganho de eficiência nessa linha. Este ano a gente vai ver uma desaceleração da redução de custos também. Viemos ganhando escala, mas vamos desacelerar a velocidade desse ganho, porque os cursos híbridos custam um pouco mais”, afirmou.