- O documentário 'INSS – a Bomba Relógio do Brasil' estreia nesta segunda-feira (10)
- A produção conta com a participação de nomes importantes do mercado financeiro como Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual, e Ana Carla Abrão, chefe de Novos Negócios da B3
Estreia nesta segunda-feira (10) o documentário sobre Previdência intitulado ‘INSS – a Bomba Relógio do Brasil‘, que conta com a participação de nomes importantes do mercado financeiro como o maior investidor pessoa física do País, Luiz Barsi Filho, o economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, e Ana Carla Abrão, chefe de Novos Negócios da B3 (a Bolsa de Valores brasileira).
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Ao longo de seus 35 minutos, a produção independente da AGF, plataforma com foco em geração de renda passiva com dividendos dos especialistas em finanças Louise Barsi, Felipe Ruiz e Fábio Baroni, aborda questões referentes aos flancos deixados pela Reforma da Previdência de 2019. A quantidade de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – em torno de 39 milhões – num Brasil com população cada vez mais envelhecida, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pode acarretar numa calamidade fiscal no futuro.
Hoje, a Previdência consome uma fatia de 12% a 13% do Produto Interno Bruto (PIB), com um déficit correspondente a cerca de 2,5% do produto nacional. No ano de 2023, os benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) totalizaram R$ 896 bilhões em despesas, contrastando com os R$ 592 bilhões arrecadados em contribuições previdenciárias.
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Professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Hélio Zylberstajn, afirma que há semelhanças entre o nível de gastos brasileiro com seguridade social em países como Alemanha e outros nórdicos. No entanto, essas são nações muito mais velhas, com uma população mais idosa. “Em sociedades com muitos idosos, é comum gastar mais com previdência, mas o Brasil ainda é relativamente jovem e gasta muito mais proporcionalmente”, diz.
Além disso, o documentário traz questionamentos sobre setores privilegiados que totalizam apenas 7 milhões dos beneficiários. Seriam o caso dos servidores públicos, cujo déficit é ainda maior por representar uma diferença de 50% a mais de gasto do que arrecadação. E também os militares, que possuem regras especiais em suas aposentadorias.
Outro problema envolve a existência de uma quantidade considerável de profissionais na informalidade e outros regimes de trabalho como os Microempreendedores Individuais (MEI) que contribuem pouco ou não contribuem para a Previdência e por isso, não possuem direito a uma proteção social no futuro.
A produção ainda conta com as presenças do cientista político Paulo Tafner, do Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe), e o economista e membro da Academia Brasileira de Letras, Eduardo Giannetti. Sua estreia ocorrerá às 20 horas de hoje no canal @acoesgarantem do YouTube, de maneira gratuita.
Filme defende solução por meio de carteira ‘mensal’ de ações
A solução para o problema? Além de um amplo debate social e político sobre a Previdência, o filme defende a criação de uma “carteira mensal de ações”, que contempla uma estratégia de renda passiva ao mês concebida por Luiz Barsi desde os anos 1970. E ainda, se opondo à tendência atual de investir cada vez mais em títulos públicos, como Tesouro IPCA+, o ‘Rei dos Dividendos’ é enfático: ‘não existe renda fixa, só perda fixa’.
- Leia também: Barsi tem razão? O que analistas dizem sobre a renda fixa ser ‘perda fixa’
Segundo Barsi, muitos investidores preferem os títulos públicos devido à tradição, influenciados pela história das altas taxas de juros no Brasil. Entretanto, essa escolha, que parece ser uma forma de poupança individual, acaba se transformando em um ônus para o país, já que o governo emite os títulos para financiar suas operações, aumentando assim a dívida pública nacional.
O megainvestidor mantém até hoje a sua tática focada em investimentos de longo prazo, cuja abordagem se concentra na compra de ações de empresas que pagam dividendos. “Concentramos nossa orientação e busca por oportunidades sempre no mercado, o qual nos proporciona insights valiosos que poucos desejam ouvir. A Klabin (KLBN11) me ensinou que os dividendos são ganhos com base na quantidade de ações possuídas e não no valor investido; isso foi aprendido com o mercado e aplico isso no projeto”, explica.
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Na carteira de investimentos do bilionário, há empresas como IRB (IRBR3) no setor de seguros, Taesa (TAEE11) e Cemig (CMIG4) na área elétrica, e Banco do Brasil (BBAS3) no ramo financeiro. Ele enfatiza que ações podem fazer parte de um horizonte de investimento de 30 anos para quem busca uma aposentadoria tranquila, além dos planos de previdência. Aos 83 anos, Barsi possui um patrimônio estimado em R$ 4 bilhões em ações, de acordo com a Revista Forbes.