- Mais que entretenimento, séries e documentários podem trazer aprendizados a empreendedores. E-Investidor preparou uma lista com 10 bons títulos. Confira.
(Murilo Basso, Especial para o E-Investidor) – Em tempos atuais, os serviços de streaming se tornaram verdadeiros aliados para momentos de lazer. E assim como a Netflix, a Amazon Prime oferece vários documentários e séries documentais que, mais do que um passatempo, podem passar importantes ensinamentos a empreendedores.
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Muitos não falam diretamente de negócios, mas trazem importantes lições para aqueles que desejam colocar a mão na massa e concretizar sua ideia. Inovação, coragem e superação de adversidades, afinal, são pontos que caem bem em várias situações.
Confira a lista preparada pelo E-Investidor:
1. O Monstro Gigante que é a Economia Global (2019)
Nessa série documental que tem como um dos produtores executivos o cineasta Adam McKay, nome por trás de filmes como “A Grande Aposta” (2015) e “Vice” (2018), o ator Kal Penn conduz uma investigação peculiar e convincente sobre a economia global.
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Com a ajuda de amigos famosos, Penn, que atuou no governo de Barack Obama, responde a perguntas inusitadas como: “é mais fácil para os babacas ficarem ricos?” ou “como posso lavar dinheiro sujo?”.
O roteiro é marcado por um ritmo acelerado, sagaz e provocante, típicos das outras obras de McKay, mas sem deixar de lado o tom didático. O trunfo de “O Monstro Gigante que é a Economia Global” é criticar o capitalismo sem, contudo, atacá-lo, apresentando-o como o único sistema viável, mas também elencando seus problemas.
O Brasil é destaque no terceiro capítulo da temporada de estreia da série, “O Episódio da Borracha”, que conta a história de Fordlândia, no Pará, localidade que hoje é quase fantasma, fruto de um projeto ambicioso do magnata Henry Ford nos anos 1920.
2. Makala (2017)
Uma verdadeira joia no catálogo da Amazon, “Makala” acompanha alguns dias na vida de Kabwita Kasongo, jovem morador do Congo que tem o sonho de proporcionar uma vida melhor à sua família.
Diariamente, ele atravessa a pé cerca de 50 quilômetros para vender carvão e garantir o sustento dos seus. Aquela é a única realidade que o protagonista conhece e ele é guiado por apenas um sonho: construir uma casa para a sua família.
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Apesar de tratar da pobreza no continente mais castigado do mundo, o diretor Emmanuel Gras não busca fazer com que o espectador se sinta mal pelo protagonista, ainda que se esteja diante de um personagem cujas chances de ascensão social equivalem a zero.
A tragédia e a miséria não são, aqui, glamourizadas. Trata-se de um abrir de olhos para as desigualdades mundiais, que nos leva a refletir sobre qual é o nosso papel, enquanto privilegiados, de contribuir para a transformação dessa realidade. A fotografia do filme é um espetáculo à parte.
3. Geração Riqueza (2018)
Não é exagero afirmar que “Geração Riqueza” consiste em uma profunda pesquisa antropológica sobre a sociedade norte-americana.
Por mais de 20 anos a fotógrafa e cineasta Lauren Greenfield documentou em imagens a alta sociedade do país, com o objetivo de compreender o que pensam e pretendem aqueles que estão no topo da “cadeia alimentar” do capitalismo e, mesmo assim, não estão satisfeitos. Eles sempre querem mais.
Além de diversas fotografias catalogadas por Greenfield nas últimas décadas, o documentário contempla pesquisas com psicólogos, sociólogos e personagens que protagonizaram seus registros na década de 1990.
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O objetivo da realizadora é traçar uma espécie de linha do tempo do capitalismo, partindo dos anos 1970, quando houve a virada da “sociedade de produção” à “sociedade de consumo”, segundo a própria cineasta, até os dias atuais.
O que acaba sendo visto em tela é uma sociedade completamente hedonista, vaidosa e alienada, que consome apenas pelo poder de consumir, e que se preocupa somente com si. Aos empreendedores, fica a lição de que gerar riqueza sem nenhum propósito maior acaba se revelando um imenso vazio, sem qualquer tipo de legado – e, além de tudo, é cafona
4. Humano – Uma viagem pela vida (2015)
Pessoas comuns que falam de forma espontânea o que pensam sobre uma infinidade de assuntos: amor, homofobia, xenofobia, guerra, ódio, morte, desigualdade, fome, sexo, esperança. Enfim, uma infinidade de temas ligados à natureza do que é ser humano.
Tão diverso quanto os assuntos abordados são também os personagens, que vão de camponeses a sentenciados à pena de morte, passando por soldados, refugiados e aborígenes. Há até uma personagem brasileira, Maria, e um nome bastante conhecido dos latino-americanos, o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica.
No total, o filme, que estreou no salão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), tem mais de 60 depoimentos, intercalados por belíssimas paisagens do Planeta Terra.
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E ainda que não trate diretamente de negócios ou finanças, traz a empreendedores e empresários o ensinamento de que o mundo é extremamente diverso e contempla cada vez menos fronteiras.
No fim, as relações humanas são o que realmente importa.
5. Make Us Dream (2018)
O esporte está cheio de histórias de superação e liderança. Uma delas é a de Steven Gerrard, considerado por muitos o maior jogador da história do Liverpool FC e, consequentemente, seu maior ídolo.
Ele conquistou seu lugar na equipe, entretanto, quando o sucesso e os troféus do clube estavam em queda. O jogador não conseguiu, por exemplo, garantir um título de campeão inglês ao Liverpool, fato que o “assombra” até hoje.
O documentário mostra que a importância de um líder – nesse caso específico, de um capitão – está, muitas vezes, mais ligada a momentos de crise, de escassez, do que a situações onde tudo está fluindo bem. Deixa também a lição de que uma carreira de sucesso não está, necessariamente, atrelada a enormes conquistas. A grandeza está nos detalhes.
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6. O Sushi dos Sonhos do Jiro (2011)
Com apenas 10 lugares, o restaurante do chef japonês Jiro Ono, hoje com 95 anos, tornou-se uma espécie de lenda não só em Tóquio, mas em todo o mundo. Ono é considerado pelos japoneses o maior sushiman vivo, responsável por métodos inovadores na arte da preparação contemporânea da iguaria.
Intercalando momentos cotidianos da vida do chef e dos funcionários do estabelecimento, além de depoimentos de outras pessoas ligadas à Ono, como um crítico culinário e um filho, o documentário mostra a busca constante pela perfeição por parte do chef.
Talvez seja um exagero afirmar que todos os empreendedores devem buscar a perfeição, mas com Jiro os empresários podem aprender que não há inovação sem erro – e para errar, é preciso se arriscar e praticar.
O ancião japonês também mostra a importância de amar o que se faz, cercar-se dos melhores colaboradores e também de como criar uma experiência, um diferencial, é fundamental para que um negócio deslanche. A beleza visual dos pratos criados pelo cozinheiro é um extra da produção.
7. Banking On Africa – The Bitcoin Revolution (2020)
Teria a África alguma vantagem na corrida mundial para liderar a tecnologia de blockchain?
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Para os realizadores deste documentário, sim. O que a produção pretende mostrar é como o Bitcoin e as criptomoedas têm poder para realizar profundas mudanças sociais nas comunidades do continente.
A produção acompanha a jornada dos pioneiros do Bitcoin na África, que buscam alavancar a criptomoeda por lá com o objetivo de aumentar a independência dos africanos diante de um sistema bancário falho.
Apesar de se tratar de uma temática de não fácil entendimento, o documentário é bastante explicativo e desperta, inclusive, a curiosidade do telespectador para saber mais sobre o assunto.
Para os empreendedores, é interessante ver como novas tecnologias de pagamento podem transformar realidades.
8. China vs. EUA: Impérios em Guerra (2010)
Se a Guerra Fria do século XX foi travada entre Estados Unidos e a extinta União Soviética, no século XXI os EUA permanecem em cena mas, dessa vez, contra a China.
Agora, além da influência militar, as maiores potências do planeta também brigam pelo poder econômico e tecnológico. De um lado, a China reivindica soberania sobre Taiwan, do outro, os EUA acreditam na proteção das necessidades da ilha, bem como acusam Pequim de uma série de atos atentatórios aos direitos humanos.
Quem vai vencer? As respostas ainda não estão claras, mas “China vs EUA” nos dá um panorama da atual situação.
A partir de entrevistas com figuras ligadas às duas potências, o telespectador consegue compreender como os países encaram, atualmente, tanto os movimentos políticos e militares, quanto os comerciais.
9. Grand Prix Driver (2018)
Série documental com quatro episódios e narrada pelo astro de Hollywood Michael Douglas, “Grand Prix Driver” mergulha no competitivo mundo da Fórmula 1 e acompanha a pré-temporada de 2017 da McLaren, uma das mais tradicionais equipes da categoria.
Embora tenha prestígio, a escuderia não ganha um campeonato desde 2008.
Na série, vê-se o drama dos engenheiros da McLaren envolvendo o motor da japonesa Honda dos carros e as reuniões repletas de tensão da diretoria da equipe, que busca superar os fracassos.
Testemunha-se, também, a frustração do espanhol Fernando Alonso com a equipe. Fica como lição o fato de que nem mesmo as gigantes e mais tradicionais empresas estão imunes a crises.
10. Jorginho Guinle: Só Se Vive Uma Vez (2018)
Jorge Eduardo Guinle, mais conhecido como Jorginho, foi, sem dúvidas, uma das mais conhecidas figuras da sociedade carioca do século XX.
Herdeiro de uma das então mais ricas famílias do Brasil, decidiu ainda jovem que não trabalharia um dia sequer em sua vida, que foi marcada por abundantes festas, viagens e muitos relacionamentos amorosos.
Costumava dizer que o importante não era a quantidade de dinheiro que se tem, mas aparentar ter muito dinheiro. Por um “erro de cálculo”, contudo, morreu aos 88 anos, falido, vivendo de favor no famoso hotel Copacabana Palace. Sua fortuna era avaliada em US$ 100 milhões, todos devidamente torrados.
Divertir-se, viajar, aproveitar a vida é bom e necessário, mas nos negócios e na intimidade, guiar-se somente pela emoção, pelo “calor do momento”, pode ser arriscado. Planejamento é tudo