- A mudança no cenário eleitoral aumenta as chances de Donald Trump vencer para as eleições presidenciais neste ano
- O retorno do candidato republicado à Casa Branca é vista com otimismo pelos investidores de criptomoedas visto que Trump tem se mostrado mais favorável à classe de ativos
- Aos 81 anos, Joe Biden enfentava o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, replicando o duelo das eleições de 2020
O mercado de criptomoedas reagiu ao anúncio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre a sua desistência em buscar a reeleição neste ano. O bitcoin ganhou fôlego com a repercussão ao passo de conseguir se manter acima dos US$ 68 mil na tarde desta segunda-feira (22). O bom desempenho acontece porque a saída de Biden na disputa pela presidência aumentou as chances de o ex-presidente Donald Trump sair vitorioso nas eleições deste ano, segundo análise dos investidores.
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Ao comunicar a sua desistência, Biden declarou apoio à candidatura de Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos, para as eleições presidenciais. Se Harris for confirmada pelo partido democrata para substituir Biden na disputa pela presidência, um novo cenário eleitoral surge e deve adicionar ainda mais volatilidade para o mercado de criptomoedas. Isso porque Trump se tornou o candidato ideal para o setor em função de sua posição mais favorável para a classe de ativo, enquanto os democratas não possuem uma relação “amigável” com o setor de criptoativos.
No fim de junho, o candidato do partido republicano saiu em defesa do bitcoin ao dizer que o desenvolvimento das criptomoedas acontecerá nos Estados Unidos e não no exterior. “Vou defender a autocustódia e o futuro das criptomoedas nos EUA”, disse Donald Trump durante discurso na cidade de Washington, nos Estados Unidos. As palavras só fortaleceram o posicionamento favorável do ex-presidente ao mercado de criptos visto que Trump escolheu J.D Vance, investidor de criptomoedas, para ser seu vice-presidente na campanha eleitoral.
“J.D. Vance tem experiência com venture capital de cripto, é investidor de bitcoin e é considerado por analistas políticos como uma escolha que irá manter a visão de Trump em caso de futuras adversidades”, afirma Valter Rebelo, head de ativos digitais da Empiricus Research. A preferência dos investidores pela vitória de Trump também prevalece devido à relação conturbada do mercado de criptomoedas com o governo Biden. Os democratas não têm uma posição favorável aos ativos digitais, o que ajudou a atrasar alguns avanços regulatórios para o mercado no território norte-americano.
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Um dos atritos envolve o consumo de energia para a mineração de bitcoins. A administração do presidente Joe Biden já lançou uma repressão às criptos ao citar riscos à segurança nacional e preocupações ambientais com a atividade. Em janeiro deste ano, o Departamento de Energia e a Administração de Informações de Energia (EIA, na sigla em inglês) ordenou que as mineradoras enviassem dados sobre seu uso de energia, por meio de uma Pesquisa Emergencial de Instalações de Mineração de Criptomoedas. Segundo o departamento, as operações de mineração de cripto podem consumir até 2,3% da eletricidade do país. Veja os detalhes nesta reportagem.
Por esse motivo, a continuidade de um governo semelhante ao de Biden não é vista com bons olhos pelos investidores. “A percepção de que (Kamala) Harris seguirá políticas semelhantes às de Biden pode gerar volatilidade no mercado de criptomoedas no curto prazo”, diz Israel Buzaym, diretor de comunicação do Bitybank. No entanto, esse cenário não seria capaz de causar uma queda forte no desempenho do bitcoin e de outras criptomoedas até o dia 5 de novembro, quando ocorrerá as eleições. Isso só aconteceria, segundo o especialista, caso surgisse uma regulação contrária ao mercado de criptomoedas, algo que está fora do radar de investidores no momento.
Vale lembrar que, em janeiro, a Securities and Exchange Commission (SEC, sigla em inglês – Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos) aprovou o lançamento de ETFs de Bitcoin à vista. O início das negociações desses novos produtos permitiu a entrada de capital institucional nesse mercado. Agora, os investidores aguardam o lançamento dos ETFs de ether, prevista para acontecer nesta terça-feira (23). O nome de Kalama Harris como candidata à presidência pelo Partido Democratas deve oficializado durante convernção do partido, previsto para acontecer nos dias 19 a 22 de agosto.
Reação das criptomoedas
O anúncio da desistência de Biden adicionou volatilidade ao mercado de criptomoedas, mas abriu espaço para o bitcoin conquistar novas faixas de preço. Na tarde de domingo, quando a decisão do presidente dos EUA se tornou pública, a moeda digital sofreu uma desvalorização de 1%, mas conseguiu ganhar fôlego durante a noite quando voltou a ser negociada a US$ 68 mil. Na segunda-feira (22), o desempenho não foi diferente. O BTC sustentou os ganhos e apresentou uma perforamnce positiva ao longo do dia.
Por volta das 10h, a maior criptomoeda em valor de mercado subiu 0,45%. Já no fim de tarde, às 17h, a moeda digital subiu 1% ao passo de ser negociada a US$ 68,2 mil. As memecoins também reagiram ao novo cenário eleitoral e com ganhos ainda mais expressivos. O token Kamala Horris (KAMA) que faz referência à vice-presidente dos EUA e possível candidata para as eleições pelo partido democrata, Kamala Harris, subiu 41,5% nas últimas 24h.
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Já as moedas digitais relacionadas ao ex-presidente Donald Trump também avançaram, mas com um fôlego menor. O ativo Super Trump (STRUMP), por exemplo, subiu 33% em duas horas na tarde de domingo. Já na manhã de segunda (22), o token sofreu uma desvalorização de 0,8%. O Pepe Trump, por sua vez, opera na direção contrária. Por volta das 11h de hoje, o token digital sobe 18,7%. Já às 17h, o desempenho perdeu força, mas ainda assim o bitcoin conseguiu ter um desempenho positivo de 6,6%.
Com informações da Agência Brasil