- O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou ao Valor Econômico que a cifra bilionária tem como base às inúmeras reuniões sobre o processo
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a indenização referente à tragédia ambiental em Mariana (MG), em novembro de 2015, deve ser de no mínimo R$ 100 bilhões para a Vale (VALE3). A declaração foi dada em entrevista ao Valor Econômico nesta quarta-feira (31). O valor é bem acima da proposta da mineradora ao caso, que ficou em torno de R$ 82 bilhões. Caso a estimativa de Silveira se concretize, o montante a ser pago pela mineradora deve impactar a distribuição de dividendos, mas não mudaria a preferência dos investidores pelo papel.
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“Se olharmos para os resultados da Vale (VALE3), a mineradora faz por semestre cerca de R$ 100 bilhões de receita. Esse valor inclui todos os custos da companhia”, diz Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. Ou seja, para o especialista, a obrigatoriedade em desembolsar esse montante como indenização iria obrigar a mineradora a aumentar as suas provisões ainda mais para arcar com essa dívida. “Obviamente, deve reduzir os dividendos da Vale. Mas o que me parece é que o investidor quer que esse assunto seja resolvido. Virar essa página e precificar outros fatores”, afirma Cruz.
Já Felipe Moura, analista da Finacap, avalia que ainda é cedo para estimar o impacto de uma indenização com esse valor porque vai depender das condições de pagamento. “Se o pagamento for em um prazo de 20 anos, deve diluir esse impacto. Mas, se for ao longo de 14 anos, pode exigir uma provisão ainda maior para a empresa”, diz Moura. Por outro lado, embora o processo de reparação não tenha chegado ao fim, o mercado já precificou o pagamento da indenização na cotação do papel e, na avaliação dele, essa cifra pode não reduzir a distribuição de dividendos para os investidores.
Ainda de acordo com Silveira, o valor total da indenização deve ficar entre R$ 160 bilhões e R$ 170 bilhões que será dividido entre a Vale (VALE3) e as mineradoras BHP e Samarco, que eram sócias da barragem que se rompeu em 2015. Até dezembro do ano passado, a mineradora havia destinado R$ 34,7 bilhões para ações de reparação e compensação da Fundação Renova, instituição voltada para o processo de reparação aos desastres ambientais .Já no primeiro trimestre do ano, a Vale provisionou cerca de R$ 43,71, destinada para as indenizações da tragédia em Mariana.
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Já as ações da mineradora iniciaram o mês de agosto no campo negativo. Por volta das 13h, as ações da Vale apresentaram uma desvalorização de 1,32%, sendo cotadas a R$ 60,79. No ano, as perdas chegam a 17,53%.