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Como a Selic impacta os investimentos em renda variável?

Entenda como a taxa básica de juros impacta seus investimentos em ações

Como a Selic impacta os investimentos em renda variável?
Como a Selic impacta na renda variável? Foto: Adobe Stock

No dia 31 de julho, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou que a taxa básica de juros, a Selic, permaneceria em 10,5% ao ano, essa decisão foi tomada unanimemente por todo o órgão.

Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos, explica que a Selic, sendo a taxa de referência para todas as outras taxas de juros na economia, afeta de maneira abrangente os investimentos no Brasil, tanto em renda fixa quanto em renda variável. Mas como, exatamente, a Selic impacta os investimentos em renda variável?

O que acontece quando a Selic abaixa?

A queda da Selic, quando comparada ao percentual do ano passado, traz uma série de benefícios diretos para a renda variável, o que inclui ações e fundos imobiliários. Com a queda dos juros, os ativos de risco tornam-se mais atraentes para os investidores. Conforme explicamos nesta matéria, há quatro fatores principais que explicam essa dinâmica:

Econômico

A redução da Selic sinaliza uma postura menos restritiva por parte do governo em relação à circulação de moeda e ao controle da atividade econômica.

Com juros mais baixos, há um incentivo ao consumo e ao investimento, resultando em um aquecimento da economia. Esse ambiente mais favorável tende a impulsionar o crescimento das empresas, o que se reflete positivamente no valor das ações.

Financeiro

Outro ponto de destaque é o impacto financeiro da queda dos juros. Empresas que dependem de crédito para expandir suas operações ou refinanciar dívidas veem uma diminuição nos custos de financiamento. Com a Selic baixa, o acesso ao crédito se torna mais fácil e menos caro, permitindo que as empresas melhorem sua saúde financeira e, consequentemente, seu desempenho no mercado de ações.

Atratividade

Quando a Selic está alta, os investimentos em renda fixa se tornam mais atrativos, oferecendo segurança e rentabilidade a taxas elevadas. No entanto, à medida que os juros caem, o rendimento desses ativos se torna menos competitivo, levando investidores a buscarem alternativas mais lucrativas, como a renda variável.

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“Para você correr o risco de colocar em ações com menos segurança, o trade-off (custo de escolha) tem que valer a pena”, afirma Rachel de Sá.

Valor justo

Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Órama Investimentos, aponta ainda que a redução da Selic tem um efeito direto na valorização dos ativos de renda variável.

O valor justo de uma empresa, calculado a partir do desconto dos fluxos de caixa futuros pela taxa de juros, aumenta em cenários de juros mais baixos. Isso significa que, à medida que a Selic cai, o valor presente dos fluxos de caixa futuros das empresas se torna maior, resultando em uma valorização das ações.

O que acontece quando a Selic aumenta?

De acordo com outra reportagem do E-Investidor, quando o Banco Central decide aumentar a Selic, o cenário muda significativamente:

Desvalorização das ações

O aumento da Selic eleva o custo do crédito para as empresas. Em consequência, os lucros podem ser reduzidos devido ao maior gasto com juros e a menor capacidade de expansão.

Diminuição do apetite ao risco

Com o aumento da Selic, os investimentos em renda fixa tornam-se mais atraentes, pois oferecem retornos maiores e menos riscos em comparação com a renda variável. Isso pode levar a uma migração de capital do mercado de ações para o mercado de renda fixa, pressionando os preços das ações para baixo.

Desaceleração da economia

A alta da Selic encarece o crédito e inibe o consumo, o que pode levar a uma desaceleração da economia. Com menos dinheiro circulando, as empresas tendem a ter seus lucros impactados, o que pode pressionar as cotações das ações.

Colaborou: Gabrielly Bento.