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Comportamento

“As pessoas devem estudar a Índia”, diz Bill Gates sobre modelo de finanças digitais do país

Com plataformas ambiciosas para identificação e pagamentos digitais universais, Índia se torna foco do americano pioneiro da tecnologia

“As pessoas devem estudar a Índia”, diz Bill Gates sobre modelo de finanças digitais do país
Bill Gates, cofundador da Fundação Bill & Melinda Gates em evento no Japão (Foto: Toru Hanai/Reuters)
  • A Índia desenvolveu o maior banco de dados biométrico do mundo e um sistema para transferir rúpias entre quaisquer bancos ou aplicativos de smartphone;
  • Para Bill Gates, essas políticas reduziram drasticamente os custos e obstáculos para distribuir auxílio aos mais pobres, principalmente durante a pandemia.

(Yoolim Lee/WP Bloomberg) – O pioneiro da tecnologia Bill Gates elogiou as políticas da Índia para inovação e inclusão financeiras, dizendo que sua fundação filantrópica está trabalhando com outros países para lançar tecnologias de código aberto baseadas na implementação realizada no país.

A Índia construiu plataformas ambiciosas para identificação e pagamentos digitais universais, incluindo o maior banco de dados biométrico do mundo e um sistema para transferir rúpias entre quaisquer bancos ou aplicativos de smartphone. Gates disse que essas políticas reduziram drasticamente os custos e obstáculos para distribuir auxílio aos pobres, especialmente durante a pandemia.

“Se as pessoas querem estudar um país agora, além da China, eu diria que deveriam olhar para a Índia”, disse Gates no Singapore Fintech Festival na terça-feira. “As coisas estão realmente avançando lá e a inovação em torno desse sistema é fenomenal”.

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Os pagamentos digitais decolaram depois que o governo indiano forçou a desmonetização em 2016, invalidando a maioria das notas bancárias de alto valor do país, na tentativa de conter a corrupção e afastar os indianos do dinheiro em papel. A Interface Unificada de Pagamentos, ou UPI na sigla em inglês, foi auxiliada pelo uso crescente de smartphones e pelas taxas de dados sem fio, que estão entre as mais baixas do mundo.

Leia também: Mastercard e Visa se movimentam para entrar no páreo dos pagamentos digitais

A Índia exige que as empresas usem sua plataforma UPI para que os pagamentos possam ser transferidos facilmente entre todos os serviços, incluindo os do Facebook Inc., Amazon.com Inc., Walmart Inc., Paytm e qualquer novo operador. Também são exigidas taxas zero para o usuário.

“A Índia é um grande exemplo”, disse o copresidente da Fundação Bill e Melinda Gates durante a conferência virtual. Sua organização agora está ajudando alguns países que não têm padrões estabelecidos a implantar sistemas semelhantes, baseados em tecnologias de código aberto, acrescentou.

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O sistema biométrico da Índia – chamado de Aadhaar, ou “fundação”, em hindi – levantou questões de privacidade, porque também pode ser usado para vigilância governamental de cidadãos. O primeiro-ministro Narendra Modi se opôs ao sistema antes de chegar ao poder, mas desde então o adotou. Países como Rússia, Marrocos e Bangladesh manifestaram interesse na abordagem.

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De maneira geral, Gates se mostrou otimista com a rapidez com que as vacinas para enfrentar a pandemia de covid-19 vêm sendo desenvolvidas. Ele espera que haja cerca de seis tratamentos disponíveis no primeiro trimestre do próximo ano, o que ele chamou de um “feito significativo”.

“As coisas digitais em geral – aprendizado remoto, telemedicina, finanças digitais – foram muito impulsionadas”, disse ele. “Então, embora a pandemia tenha sido terrível, ela estimulou algumas dessas inovações, incluindo a rapidez com que fabricamos vacinas”.

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Mas Gates alertou que o enfrentamento ao vírus deve se dar de maneira equitativa – os países ricos não podem decidir quem terá acesso às vacinas. É por isso que sua fundação está trabalhando com fabricantes globais, entre eles o Serum Institute na Índia, para garantir que haja quantidades de doses suficientes a preços razoáveis.

Ele disse que espera que as vacinas acabem com o coronavírus em 2022, mas alertou contra a acomodação. “Não podemos esquecer que outra pandemia virá, por isso precisamos investir e estar prontos”, disse ele.

(Tradução de Renato Prelorentzou)

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