André Esteves não segue o fluxo dos mais pessimistas do mercado. Para ele, é cedo para falar de “erros do Governo” e vê o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), fazendo um bom trabalho em relação a produção de uma estrutura fiscal que gere credibilidade.
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“Acho que os mercados são mais pessimistas do que o status da economia do Brasil”, afirma o presidente do BTG, que participou do Bloomberg New Economy, evento promovido pela Bloomberg nesta quarta-feira (23) em São Paulo. Ele também evita traçar cenários catastróficos para uma possível eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. Para ele, a volatilidade trazida por uma personalidade como a do ex-presidente americano não necessariamente é negativa – mas, em um possível afunilamento dos conflitos comerciais entre EUA e China, o Brasil deve continuar neutro.
“Nós devemos fazer o que estamos fazendo: às vezes inclinamos mais para um lado ou para o outro, mas se olharmos para trás temos boa relação com ambos”, diz Esteves. A grande preocupação do chairman do BTG em relação à China é a viabilidade desse modelo econômico que trouxe crescimento estrondoso nas últimas décadas, mas que parece não mais funcionar. Já em relação aos EUA, o déficit fiscal assusta – mas, além do gasto público, a falta de discussão a respeito desse buraco cada vez mais ívisivel no orçamento da principal economia do mundo.
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Sobre a condução da política monetária pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) e os bancos centrais no geral, Esteves enxerga uma “sobrecomunicação” que prejudica. Ou seja, ao antecipar muito os passos, as autoridades monetárias contaminam as projeções de mercado. Está é a primeira edição do Bloomberg New Economy no Brasil, encontro que reúne grandes executivos e autoridades para debater desafios econômicos globais e novas tendências.