Dólar hoje fecha acima de R$ 5,81 com preocupações fiscais e tensão geopolítica

O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis pares fortes, também subiu, exibindo ganhos de 0,27%, aos 106,969 pontos, ao final da tarde.

As incertezas diante do anúncio do pacote de corte de gastos do governo federal pesaram no mercado. A apresentação das medidas ainda depende do aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas o sentimento na Fazenda é que elas serão suficientes para “cumprir o arcabouço fiscal” e acalmar o mercado financeiro, conforme apuração do Broadcast. Como Lula teve uma agenda intensa de reuniões no Rio de Janeiro para a cúpula do G20, o petista tirou a manhã para descansar, e à tarde pode ter uma nova conversa com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar do assunto.

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Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas, explica que a falta de urgência com relação ao anúncio das medidas continua sendo a principal dúvida quanto ao ambiente fiscal doméstico. “Ainda há uma indefinição em relação a essa apresentação e quanto mais ela é adiada, mais o mercado acaba tendo incertezas em relação à sustentabilidade das regras fiscais para os próximos anos”, destaca.

Tensões geopolíticas no exterior

Além dos fatores internos, questões globais contribuíram para o desempenho negativo dos ativos de risco brasileiros nesta quinta-feira e para a consequente alta do dólar. A escalada da tensão entre Ucrânia e Rússia incentiva a busca por ativos defensivos, como a moeda americana e os títulos do Tesouro dos Estados Unidos.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou na terça-feira uma revisão da doutrina nuclear russa que amplia as circunstâncias nas quais Moscou pode lançar um ataque atômico contra a Ucrânia e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). A atualização da doutrina, a segunda em menos de seis meses, sinaliza que qualquer ataque aéreo maciço contra a Rússia pode desencadear uma resposta nuclear.

Já nesta quinta-feira, a Rússia lançou um ataque aéreo contra a Ucrânia com um tipo mais moderno de míssil balístico de médio alcance, em uma retaliação à decisão americana e europeia de mandar armas mais modernas para Kiev.

O dólar sobe 0,53% em novembro. No ano, a moeda acumula ganhos de 19,74% em relação ao real.

*Com informações do Broadcast

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