O dólar hoje fechou em alta e renovou o seu recorde histórico de encerramento pela segunda sessão seguida. A moeda americana finalizou esta segunda-feira (9) em valorização de 0,20% cotada a R$ 6,0829, oscilando entre máxima a R$ 6,0898 e mínima a R$ 6,0376 durante o pregão.
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No exterior, a divisa dos EUA também teve um desempenho positivo. O índice DYX, termômetro do comportamento do dólar em relação a seis moedas fortes (euro, iene japonês, libra esterlina, dólar canadense, coroa sueca e franco suíço), exibia ganhos de 0,11% ao final da tarde desta segunda-feira, aos 106,171 pontos.
O pregão foi marcado por uma cautela global, com a maior busca por ativos defensivos, como o ouro, que fechou em alta. O movimento reflete um aumento das tensões geopolíticas, após a notícia de que o ditador sírio Bashar al-Assad fugiu no domingo (8), depois de rebeldes da milícia jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS) tomarem as ruas da capital, Damasco, que culminou na derrubada de seu regime.
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“A gente tem petróleo e ouro subindo, com os mercados precificando questões geopolíticas mais estressadas”, afirma Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research. Ela destaca ainda que o VIX (Volatility Index em inglês) – “índice do medo” de Wall Street – disparou na sessão, subindo mais de 10%. O indicador mede a volatilidade implícita do S&P 500.
Nos Estados Unidos, os investidores também se preparam para a agenda movimentada da semana. Os índices de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) e ao produtor (PPI, em inglês) do país serão divulgados na quarta-feira (11) e quinta-feira (12), respectivamente, e podem influenciar a decisão de juros do Federal Reserve (Fed) na próxima semana.
Decisão do Copom fica no radar
Por aqui, investidores monitoraram a última edição do Boletim Focus antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana. A mediana do relatório para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 subiu de 4,71% para 4,84%, acima do teto da meta, de 4,50%. Já a projeção para a taxa Selic no fim de 2024 aumentou de 11,75% para 12%, indicando que o Copom deve elevar os juros em 0,75 ponto porcentual na quarta-feira (11).
O Ibovespa sobe 1,03% aos 127.242,54 pontos no dia, com ajuda das ações da Vale (VALE3), de maior peso para o índice. Os papéis da mineradora são beneficiados pela notícia de que o Politburo, principal órgão político da China, comprometeu-se a implementar uma política fiscal ” mais proativa” e uma postura monetária “moderadamente frouxa” no ano que vem, segundo comunicado sobre uma reunião do grupo nesta segunda-feira. De acordo com a nota, publicada pela agência oficial Xinhua, Pequim também pretende adotar medidas para estabilizar o setor imobiliário e o mercado acionário do país.
O dólar vai subir mais?
A cotação do dólar vem renovando recordes consecutivos de fechamento desde que o governo federal apresentou suas medidas de ajuste fiscal. As propostas para gerar uma economia de R$ 70 bilhões aos cofres públicos em dois anos não foram bem recebidas, depois de o Executivo anunciar a isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil.
Como mostramos aqui, traçar com exatidão a trajetória do dólar nas próximas semanas é uma tarefa difícil. Mas o consenso é de que a moeda deve se estabilizar em um patamar elevado – ou seja, em um nível acima de R$ 6. “Esse estresse do dólar, nesta magnitude, pode ser considerado pontual. Entretanto, esse movimento faz parte de uma dinâmica de longo prazo de desvalorização do real”, afirma André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferências internacionais Remessa Online.
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A última edição do Boletim Focus trouxe uma elevação na projeção para o dólar ao final de 2024. O mercado agora espera que a moeda americana encerre o ano em R$ 5,95. Um mês antes, a estimativa estava em R$ 5,55
A expectativa para o fim de 2025 aumentou de R$ 5,60 para R$ 5,77, enquanto a de 2026 subiu de R$ 5,60 para R$ 5,73. A projeção do dólar para 2027 avançou de R$ 5,50 para R$ 5,69.