O Bank of America (BofA) desconsiderou o otimismo do mercado com a ação da Azul (AZUL4) desta quinta-feira (16) e manteve sua recomendação de venda para o ativo. Ontem, os papéis da aérea subiram 3,63% e fecharam o pregão cotados a R$ 4,57. A alta aconteceu após a empresa confirmar que fechou acordo para iniciar as negociações de fusão com a Gol (GOLL4).
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Segundo os analistas, a fusão entre Azul e Gol com as marcas separadas pode gerar um provável modelo multifrota – que opera aeronaves de todos os três principais fabricantes – e operações divididas nos aeroportos. Segundo os especialistas, isso provavelmente limitará as sinergias de custos.
“No entanto, achamos que as sinergias do lado da receita parecem viáveis, pois a rede das empresas melhoraria provavelmente a conectividade e geraria maior renda de passageiros e negócios de carga”, dizem Rogerio Araujo, Gabriel Frazao e João Andrade, que assinam o relatório do BofA.
Aprovação do Cade sobre fusão de Azul e Gol será difícil
Eles também comentam que, dependendo da estrutura do acordo, os benefícios fiscais da Azul sobre combustível (devido a rotas regionais) poderiam ser estendidos para a Gol. Os analistas dizem que enxergam a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) como desafiador. “De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Azul e a Gol tinham uma participação de mercado combinada de 61% dos passageiros domésticos do Brasil em novembro de 2024, e também porque 60% dos passageiros domésticos de ambas as empresas vêm de rotas operadas por ambos os players”, salientam Araujo, Frazao e Andrade.
Desse modo, os analistas possuem classificação de underperform (equivalente à venda) para as ações AZUL4, desempenho abaixo da média do mercado. O preço-alvo é de R$ 2 para o fim de 2025, queda de 56,2% na comparação com o fechamento de quinta-feira (17), quando a ação encerrou o pregão a R$ 4,57.
“Vemos seu risco-retorno como pouco atraente, considerando os riscos do real brasileiro e uma potencial grande diluição à frente. Vemos a empresa abaixo do ponto de equilíbrio de caixa na situação financeira atual. A ação está cara pela métrica EV/Ebitda (valor de mercado sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), a qual é negociada a 7,7 vezes, acima da média histórica de 7 vezes a 7,5 vezes”, concluem os analistas do BofA sobre as ações da Azul (AZUL4).
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