A sequência de sete quedas consecutivas do dólar ante o real não reflete necessariamente que o momento da economia brasileira melhorou. Para Luis Stuhlberger, CEO da Verde Asset, é a ausência de notícias ruins que está levando o mercado doméstico a uma certa calmaria, que muito se deve ao recesso parlamentar do Congresso.
“A avaliação do Brasil obviamente não é boa“, disse no Latin America Investment Conference, evento realizado pelo UBS e o UBS BB nesta terça-feira (28), no hotel Grand Hyatt, em São Paulo. Para ele, o alívio momentâneo do câmbio é um “piquenique à beira do vulcão“, em um contexto de aumento das despesas públicas e juros caminhando para a casa de 15% ao ano. Mas não significa que o cenário melhorou.
“Uma NTN-B 35 está pagando 7,35% de juro real. Tenho certeza de que esse nível não se manterá nos próximos anos; ou o Brasil quebra“, destacou. “Alguma coisa terá que acontecer, seja uma mudança de mentalidade ou de governo.”
O que esperar de Trump
A volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos também foi pauta do CEO da Verde. Na avaliação de Stuhlberger, a agenda do republicano se concentra em quatro pontos principais: desrregulação, anti woke, imigração e tarifas. As três primeiras, segundo ele, seguem na pauta como foram prometidas na campanha. Mas o gestor vê certa mudança na estratégia de Trump em relação às tarifas.
“Ele claramente está repensando com calma a agenda de tarifa, o que não é muito de seu estilo. E isso foi uma grande surpresa, pelo menos para o que o mercado precificava”, disse o CEO da Verde. “O fato de ele continuamente dizer e ‘desdizer’. Não queira operar mercado com base nos posts de Trump.”
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