

A Berkshire Hathaway, conglomerado de investimentos do megainvestidor Warren Buffett, divulgou neste sábado (22) os resultados do 4º trimestre de 2024. A holding de investimentos reportou um lucro operacional de US$ 14,5 bilhões no período, o que representa uma alta de 71,2% em 12 meses. No acumulado do ano, o resultado operacional foi de US$ 47,4 bilhões, um salto de 27% em relação a 2023.
O aumento do lucro operacional foi impulsionado pelas receitas dos investimentos em seguros, que avançaram 40% em 2024 em comparação ao ano anterior, para US$ 13,6 bilhões. Entretanto, o que chama a atenção dos investidores é a posição de caixa da holding – as reservas atingiram o montante recorde de US$ 334 bilhões, na esteira das vendas de ações do portfólio da Berkshire Hathaway. A carteira da gigante comandada pelo “mago de Omaha“, como Buffett é conhecido, caiu de US$ 354 bilhões, em 2023, para US$ 272 bilhões, no fim de 2024.
- Leia também: Quem é Warren Buffett, o Mago de Omaha?
No ano passado, a Berkshire Hathaway vendeu US$ 143,4 bilhões em ações e comprou apenas US$ 9,2 bilhões. Ainda assim, o lendário investidor nega a preferência por dinheiro em caixa em vez do investimento em ações. “Os acionistas da Berkshire podem ficar tranquilos de que sempre aplicaremos a maioria substancial de seu dinheiro em ações – principalmente ações americanas, embora muitas delas tenham operações internacionais significativas. A Berkshire nunca preferirá a propriedade de ativos equivalentes a dinheiro à propriedade de bons negócios”, diz Buffett, em carta aberta aos acionistas, publicada em conjunto com os resultados.
Japão na mira de Warren Buffett
A exceção a essa preferência por ações americanas é o investimento que a Berkshire faz no Japão. Há pelo menos seis anos, o conglomerado de Warren Buffett investe em cinco empresas japonesas que também investem em ações e negócios. São elas: ITOCHU, Marubeni, Mitsubishi, Mitsui e Sumitomo. “Cada uma dessas grandes empresas possui interesses em uma vasta gama de negócios, muitos sediados no Japão, mas outros que operam em todo o mundo”, diz Buffett, na carta aos acionistas. “Nossas participações nas cinco são para o longo prazo, e estamos comprometidos em apoiar seus conselhos de administração”, afirma.
No total, o conglomerado investiu US$ 23,5 bilhões nessas companhias no final do ano. Buffett confessa esperar que Greg Abel, presidente da Berkshire Hathaway, continue esse investimento por muitas décadas e que a Berkshire encontre outras maneiras de trabalhar produtivamente com esses cinco nomes no futuro.
Tom de despedida
Em toda a carta, o tom utilizado por Buffett é de despedida. Com 94 anos, o megainvestidor aponta que “não vai demorar muito” para que Greg Abel, atual presidente da Berkshire, o substitua como CEO e escreva as cartas anuais – uma tradição que deve se perpetuar. “Greg compartilha a crença da Berkshire de que um ‘relatório’ é o que um CEO da Berkshire deve anualmente aos acionistas. E ele também entende que se você começar a enganar seus acionistas, você logo acreditará em suas próprias bobagens e estará enganando a si mesmo também”, aponta.
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*Com informações do Broadcast