

As ações do BRB (BSLI4) chegaram a afundar 17% nesta segunda-feira (7) em meio ao caos global pelo temor de recessão e a reunião no Banco Central para discutir preliminarmente a possível aquisição do Banco Master.
Segundo informações do Broadcast, André Esteves fez reunião neste sábado com o Banco Central e os CEOs dos maiores bancos privados do Brasil — Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Santander Brasil (SANB11) — para buscar apoio dos grandes bancos devido à dívida da companhia relacionada aos Certificados de Depósito Bancários (CDBs). Somente em 2025, a dívida do Banco Master nesse quesito soma R$ 16 bilhões vencendo neste ano, dos quais R$ 7,6 bilhões devem ser pagos neste primeiro semestre.
Às 12h15 (de Brasília), as ações preferenciais do BRB desabavam 13,91%, a R$ 9,47 — na mínima do dia, chegaram a cair 17,36%, para R$ 9,09, até o momento. As ações do BRB fecharam com queda de 9,18%, a R$ 9,99.
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Depois da proposta de compra do Banco Master pelo Banco Regional de Brasília (BRB), anunciada no dia 28 de março, informações do Broadcast mostram que o Banco Central discute com os bancos soluções para evitar que o Master termine em uma eventual liquidação. A operação precisa do aval do BC e da aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para ser efetivada.
São três cenários neste momento sobre a mesa:
- A compra é limitada apenas à parte que interessa ao BRB, nos termos já anunciados;
- A compra compartilhada entre BRB e BTG;
- E uma terceira alternativa, em que só haveria a compra pelo BTG.
Para ingressar no negócio, Esteves vem defendendo a necessidade de socorro por meio da linha do FGC. Em nota sobre a reunião deste sábado, o BC informou que realiza “periodicamente reuniões com integrantes do Sistema Financeiro Nacional para tratar de assuntos referentes à estabilidade financeira” e que o encontro ocorreu em São Paulo para “abordar temas atuais e especialmente para conciliar as agendas dos participantes”.
Um cenário extremo de liquidação poderia ocasionar perdas tanto para o FGC, que seria levado a indenizar investidores que compraram CDBs do Master, quanto para o sistema bancário, uma vez que poderia provocar uma aversão de investidores a papeis de bancos menores, asfixiando o financiamento dos bancos médios. Para saber a visão de especialistas do mercado sobre o bastidor, leia esta reportagem.
O que diz o CEO do BRB sobre a compra do Master?
Em entrevista à Band, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, disse que estava à procura de um ativo para comprar que complementasse seus negócios e encontrou o Banco Master.
O executivo do BRB ressaltou que a compra do Master foi uma operação “estratégica” e vai criar o nono maior banco brasileiro em carteira de crédito. “Com o objetivo de cumprir nosso planejamento estratégico, o BRB foi às compras e começou a procurar outras instituições financeiras que pudessem complementar nosso negócio, aumentar nossa capacidade de competir e assim encontramos o Banco Master”, disse o presidente do BRB.
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O negócio é estimado em R$ 2 bilhões e ainda precisa do aval do Banco Central. “O BRB não conseguiu desenvolver um posicionamento mercadológico forte, como no mercado de capitais, câmbio, crédito consignado por meio de cartão e outras operações envolvendo pequenas e médias empresas”, disse Costa, de acordo com trechos divulgados neste sábado pela emissora de TV.
Na aquisição de 58% do Master, o BRB ficou principalmente com os segmentos de câmbio, consignado e banco de investimento. A compra do Master foi uma “operação estratégica”, segundo Costa, que destacou na conversa o crescimento dos negócios do Banco de Brasília.
“O BRB (BSLI4) vem crescendo nos últimos anos, mudou de posicionamento, passou a ser um banco completo, com uma presença no País inteiro e hoje atua no varejo, em seguros, investimentos, crédito imobiliário e rural.” “Com a operação sendo aprovada por todos os órgãos reguladores, nós teremos o nono maior banco brasileiro em carteira de crédito, completo, atuando em todos os segmentos, de pessoas físicas e jurídicas de todos os portes”, afirmou Costa na entrevista, segundo a Band. “Vai ser um conglomerado diversificado, rentável, completo e capaz de competir no mercado financeiro.”
*Com informações do Broadcast
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