• Logo Estadão
  • Últimas notícias
  • opinião
  • política
  • economia
  • Estadão Verifica
Assine estadão Cavalo
entrar Avatar
Logo Estadão
Assine
  • Últimas notícias
  • opinião
  • política
  • economia
  • Estadão Verifica
Logo E-Investidor
  • Últimas Notícias
  • Direto da Faria Lima
  • Mercado
  • Investimentos
  • Educação Financeira
  • Criptomoedas
  • Comportamento
  • Análises Ágora
Logo E-Investidor
  • Últimas Notícias
  • Mercado
  • Investimentos
  • Direto da Faria Lima
  • Negócios
  • Educação Financeira
  • Criptomoedas
  • Comportamento
  • Análises Ágora
  • Newsletter
  • Guias Gratuitos
  • Colunistas
  • Vídeos
  • Áudios
  • Estadão

Publicidade

Colunista

O que aconteceu na Califórnia após a obrigatoriedade da cota de gênero nos conselhos?

Desde 2018, todas as empresas de capital aberto na Califórnia devem ter ao menos uma mulher na diretoria

Por Luana Ozemela

09/03/2021 | 10:27 Atualização: 09/03/2021 | 10:46

Receba esta Coluna no seu e-mail
(Foto: Evanto Elements)
(Foto: Evanto Elements)

Em 2018, a Califórnia introduziu cota de gênero obrigatória nos conselhos das empresas privadas. A lei atualmente exige que todas as empresas de capital aberto sediadas no estado tenham pelo menos uma diretora nomeada até o final de 2019 e duas mulheres conselheiras até o final de 2021 para conselhos com cinco membros. Seguindo o exemplo de vários países, como Espanha, Finlândia, Islândia, França, Israel, Quênia, África do Sul, Itália, Bélgica, Portugal, Alemanha e Áustria, a nova lei fez da Califórnia o primeiro estado dos EUA a impor uma cota vinculativa de gênero aos conselhos. O descumprimento tem um custo de US$ 100 mil para a primeira violação e US$ 300 mil para as violações subsequentes.

Leia mais:
  • Quem tem medo das mulheres no mercado financeiro?
  • Paula Paschoal: “Diversidade na liderança traz inteligência coletiva”
  • Saiba quando você precisa dizer não para um investidor
Cotações
12/12/2025 21h54 (delay 15min)
Câmbio
12/12/2025 21h54 (delay 15min)

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

No dia do anúncio (1º de outubro de 2018), o mercado de ações reagiu negativamente à nova regulação (variando de -1,2% a -2,2%), um fato que foi precipitadamente interpretado como evidência de que os acionistas se opunham ao sistema de cotas, temendo a possível escassez de candidatas qualificadas, o que aumentaria os custos de contratação ou resultaria na nomeação de diretoras menos qualificadas.

Entretanto, um estudo recente das economistas Marina Gertsberg, Johanna Mollerstrom, e Michaela Pagel revelou evidências surpreendentes sobre o que poderia estar por de traz da reação negativa dos mercados.

Publicidade

As autoras mostram que a teoria da escassez de mulheres não era válida, pois existia um número significativo de candidatas qualificadas. Também é importante notar que as candidatas já recebiam maior apoio do que os homens nas suas candidaturas antes da cota, mostrando que as candidatas a diretoria eram, em média, mais qualificadas do que os homens. Após a introdução da cota se observou um aumento ainda mais expressivo no apoio a candidatura de novas diretoras.

Em resumo, elas mostram que o sistema de cotas foi capaz de eficazmente corrigir o problema das disparidades de gênero nos conselhos. Cerca de 95% das empresas com nenhuma diretora antes da cota adicionaram pelo menos uma diretora em abril de 2019.

Então, por que as ações caíram após o anúncio?

O problema não eram as mulheres, mas os homens. Primeiro, os acionistas tinham baixa expectativas sobre a capacidade das empresas onde os conselhos eram 100% conformados por homens, conseguirem se ajustar a tempo para atender à nova regulação. Segundo, eles temiam a desestabilização que a saída de atuais diretores homens considerados “populares” poderia causar para a entrada de novas diretoras.

Os acionistas viram estes dois riscos como um potencial custo, pois para evitar a perda de diretores homens com alta aceitação, uma alternativa seria inflar os conselhos. As autoras observaram que o tamanho médio dos conselhos permaneceu constante em oito até 2019, e houve um aumento em uma cadeira em 2020 que segundo elas não pôde ser atribuído à cota.

Em resumo isto foi o que elas encontraram com resultado das cotas de gênero nos conselhos na Califórnia:

  1. Aumento nos votos de apoio a novas candidatas nas eleições de conselho. As novas candidatas passaram a receber relativamente maior apoio nas eleições de conselho em comparação aos candidatos homens (novos ou atuais) após a introdução da cota. O apoio se torna igual aos dos homens após atingir a meta da cota.
  2. Diminuição nos votos de apoio aos atuais diretores homens. Contrário ao argumento de que os acionistas preferem o status quo, houve uma diminuição no número de votos de apoio à reeleição de atuais diretores homens, para a entrada de novas diretoras. O voto dos acionistas é uma medida direta das percepções dos acionistas sobre a qualidade de ambos conselheiros homens e mulheres.
  3. As ações mais afetadas foram as das empresas com maior risco de não conformidade. As empresas em risco de não conformidade, apesar de serem uma minoria (cerca de 12% do total), influíram nos preços médios das ações. Devido a que estavam em falta de três diretores para cumprir a exigência de 2021, elas enfrentavam os maiores custos de observância e muito provavelmente descumpririam a regulação.

Em resumo, o impacto negativo foi devido à antecipação dos acionistas de que as empresas em risco de não conformidade, em particular, não seriam capazes de reestruturar seus conselhos de forma a maximizar o valor.

Publicidade

Isto demonstra que a reação negativa no mercado de ações não deriva de uma oposição às cotas para diretoras nos conselhos, mas é motivada por uma percepção ao redor da dinâmica e conformação de gênero atual dos conselhos (quanto maior a proporção de homens, maior o risco de descumprimento).

Uma alternativa para dar segurança aos acionistas é ter claridade respeito às regras de estruturação do conselho para a entrada de mulheres.

O estudo é extremamente importante pois nos ajuda a perceber que a reação do mercado de ações a novas regulamentações nem sempre é obvia e, no caso da California se deveu em parte a uma reação a nova lei em si e, em parte, a uma reação ao comportamento dos conselhos dada essa nova lei.

Essas sutilezas geralmente estão ausentes dos debates sobre cotas nos conselhos ou sobre novas políticas e regulamentações relacionadas à diversidade no setor privado.

Publicidade

No caso do Brasil, a introdução de novas regras deverá ser acompanhada com maior engajamento dos acionistas, não só aqueles com maior poder de voto mas também o engajamento dos investidores de varejo, cada vem mais conscientes, e que não estão sendo informados sobre as regras pelas quais as decisões sobre a composição do conselho estão sendo tomadas. O Laboratório de Inovação Financeira promovido pela CVM, GIZ e BID tem um importante papel a contribuir neste sentido.

Encontrou algum erro? Entre em contato

Compartilhe:
  • Link copiado
O que este conteúdo fez por você?

Informe seu e-mail

Tudo Sobre
  • Bolsa de valores
  • Conteúdo E-Investidor

Publicidade

Mais lidas

  • 1

    Gerdau: como tarifas dos EUA e o aço chinês estão afetando a siderúrgica brasileira

  • 2

    14 instituições de previdência aplicaram em fundo imobiliário do Master que já perdeu 70% de valor de mercado

  • 3

    Copom segura Selic a 15%: onde investir agora e como se preparar para o possível corte de juros em 2026

  • 4

    13º salário 2025: segunda parcela cai até dia 19; veja quanto você vai receber na calculadora do E-Investidor

  • 5

    Ibovespa hoje fecha acima de 159 mil pontos após Fed cortar juros nos EUA em decisão dividida

Publicidade

Quer ler as Colunas de Luana Ozemela em primeira mão? Cadastre-se e receba na sua caixa de entrada

Ao fornecer meu dados, declaro estar de acordo com a Política de Privacidade e os Termos de Uso do Estadão E-investidor.

Cadastre-se e receba Coluna por e-mail

Ao fornecer meu dados, declaro estar de acordo com a Política de Privacidade e os Termos de Uso do Estadão E-investidor.

Inscrição feita com sucesso

Webstories

Veja mais
Imagem principal sobre o Lotofácil 3561: PRÊMIO DE R$ 1,8 MILHÃO HOJE (12); veja novo horário
Logo E-Investidor
Lotofácil 3561: PRÊMIO DE R$ 1,8 MILHÃO HOJE (12); veja novo horário
Imagem principal sobre o Mega da Virada 2025: o que é um bolão?
Logo E-Investidor
Mega da Virada 2025: o que é um bolão?
Imagem principal sobre o Cidades de Minas Gerais recebem mutirões do INSS neste final de semana; entenda
Logo E-Investidor
Cidades de Minas Gerais recebem mutirões do INSS neste final de semana; entenda
Imagem principal sobre o Aposentadoria por incapacidade permanente: como funciona a avaliação médica?
Logo E-Investidor
Aposentadoria por incapacidade permanente: como funciona a avaliação médica?
Imagem principal sobre o Quem não pode voltar à sua função no trabalho é aposentado automaticamente?
Logo E-Investidor
Quem não pode voltar à sua função no trabalho é aposentado automaticamente?
Imagem principal sobre o Mega da Virada 2025: veja os estados que tiveram mais ganhadores
Logo E-Investidor
Mega da Virada 2025: veja os estados que tiveram mais ganhadores
Imagem principal sobre o Bolsa Família: veja final do NIS que recebe hoje (12/12)
Logo E-Investidor
Bolsa Família: veja final do NIS que recebe hoje (12/12)
Imagem principal sobre o FGTS: uso do saldo em imóveis até R$ 2,25 milhões deve beneficiar quem tem qual renda?
Logo E-Investidor
FGTS: uso do saldo em imóveis até R$ 2,25 milhões deve beneficiar quem tem qual renda?
Últimas: Colunas
Cripto mais seguro: o que a nova regulação do BC muda para quem investe
Fabricio Tota
Cripto mais seguro: o que a nova regulação do BC muda para quem investe

Resolução 520 do BC torna obrigatória a segregação patrimonial e a prova de reservas — pilares que reduzem riscos e elevam o padrão de segurança das plataformas

12/12/2025 | 16h58 | Por Fabricio Tota
112 sonhos investidos: o que 2025 ensinou sobre empreender no Brasil
Carol Paiffer
112 sonhos investidos: o que 2025 ensinou sobre empreender no Brasil

Investir em pessoas é apostar no futuro, e isso exige coragem, método e propósito

12/12/2025 | 14h17 | Por Carol Paiffer
Harry Potter: jogo que custa R$ 250 fica grátis por tempo limitado; veja como liberar o acesso
Quanto custa?
Harry Potter: jogo que custa R$ 250 fica grátis por tempo limitado; veja como liberar o acesso

O game permite explorar animais fantásticos, personalizar personagens, criar poções e ainda ganhar um bônus exclusivo do Fortnite

12/12/2025 | 11h45 | Por Quanto custa?
OPINIÃO. Por que o aumento do salário mínimo é insustentável?
Fabrizio Gueratto
OPINIÃO. Por que o aumento do salário mínimo é insustentável?

Reajuste do piso eleva renda no curto prazo, mas amplia pressões sobre Previdência, gasto público e a solvência do Estado

11/12/2025 | 19h49 | Por Fabrizio Gueratto

X

Publicidade

Logo E-Investidor
Newsletters
  • Logo do facebook
  • Logo do instagram
  • Logo do youtube
  • Logo do linkedin
Notícias
  • Últimas Notícias
  • Mercado
  • Investimentos
  • Educação Financeira
  • Criptomoedas
  • Comportamento
  • Negócios
  • Materias gratuitos
E-Investidor
  • Expediente
  • Fale com a redação
  • Termos de uso
Institucional
  • Estadão
  • Ágora Investimentos
Newsletters Materias gratuitos
Estadão
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Youtube

INSTITUCIONAL

  • Código de ética
  • Politica anticorrupção
  • Curso de jornalismo
  • Demonstrações Contábeis
  • Termo de uso

ATENDIMENTO

  • Correções
  • Portal do assinante
  • Fale conosco
  • Trabalhe conosco
Assine Estadão Newsletters
  • Paladar
  • Jornal do Carro
  • Recomenda
  • Imóveis
  • Mobilidade
  • Estradão
  • BlueStudio
  • Estadão R.I.

Copyright © 1995 - 2025 Grupo Estado

notification icon

Invista em informação

As notícias mais importantes sobre mercado, investimentos e finanças pessoais direto no seu navegador